Especialista explica quais são as consequências do
medo criado nas pessoas por causa dos ataques terroristas
O impacto do ato terrorista num primeiro instante
causa perplexidade e consternação, a população fica apavorada e isso dá
vazão a uma histeria, alerta o professor e psicólogo da Faculdade Santa
Marcelina (FASM) Breno Rosostolato. “A existência humana está relacionada aos
eventos do passado. Diante disso, nossa psique herda as influências das imagens
e experiências vivenciadas, cria os arquétipos e fenômenos psíquicos que
persistem, moldam-se no nosso inconsciente e acabam se transformando em
problemas”.
A série de ataques terroristas em várias partes do
mundo tem desencadeado uma onda de pavor. Segundo levantamento realizado
pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, 32.727 pessoas morreram em
2014, em 13.463 ataques terroristas pelo mundo, 81% a mais do que em 2013,
quando ocorreram 18.066 mortes. Esse número deve continuar crescendo,
considerando o cenário politico internacional, a persistência da guerra na
Síria e outros conflitos no Oriente Médio e na África, bem como a dificuldade
de se combater o
Estado Islâmico e suas ramificações, que têm sido os
principais fomentadores do terrorismo.
Breno ressalta que, embora os ataques dos
extremistas não ocorram no País, acabam afetando a saúde mental. “As pessoas
sofrem com o descontrole emocional, insegurança e fobia, que
acaba provocando sérios problemas psicológicos”.
De acordo com o levantamento do Global Terrorism
Database (GDT), os alvos dos ataques, quase sempre, são cidadãos comuns (42%) e
serviços de transporte e fornecimento de energia. Dentre os tipos mais comuns,
destacam-se explosões de bombas (48%), assaltos, assassinatos e sequestros.
O especialista frisa que o impacto desses atos em
locais públicos deixa a população apavorada e cria uma atmosfera de pânico. E
ressalta que esse medo, ao mesmo tempo em que deixa a pessoa em alerta, pode
distorcer uma verdade, com o tempo, tornando-se um fator para doenças do grupo
dos transtornos de ansiedade. Um exemplo é a síndrome do pânico, que afeta 1,5%
a 3% da população mundial, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Além desse transtorno, o trauma pode influenciar no surgimento da fobia social,
transtorno de estresse pós-traumático (TEP) e transtorno de ansiedade
generalizada (TAG).
Por isso, a
ajuda de um especialista é essencial para diagnosticar o problema e prestar
assistência nos momentos conflituosos, destaca o psicólogo, concluindo: “Os
transtornos, fobias, medos e traumas atrapalham a vida das pessoas. Nesses
casos, o tratamento normalmente é prescrito por meio de fármacos e
acompanhamento psicológico”.
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