Maior
hospital de doenças infecciosas da américa latina passa enfrenta falta de medicamentos
que inviabiliza atendimento no pronto socorro
O Instituto
de Infectologia Emílio Ribas, centro de referência no tratamento de doenças
infecciosas graves, está hoje (28) sem medicamentos básicos para atendimento no
pronto socorro. A denúncia foi recebida pelo Sindicato dos Médicos de São Paulo
(SIMESP).
Até o
momento, foi relatada falta de medicamentos essenciais como o Cloreto de
Potássio (KCI), usado no tratamento de pacientes que sofrem de distúrbios
hidroeletrolíticos, e Ceftriaxone,
antibiótico que é uma das primeiras opções no tratamento de pneumonia, além de
ser usado para tratar diversas infecções. Em ambos os casos, o desabastecimento
pode inviabilizar o atendimento de pacientes que chegam pelo pronto socorro do
Emílio Ribas.
Para o
presidente do SIMESP, Eder Gatti, o Instituto corre o risco de perder sua
excelência no tratamento de doenças infecciosas. “O hospital passa por uma
situação lamentável de falta de insumos em um momento de epidemia de dengue e
surtos de gripe por H1N1. O atendimento no
pronto socorro já está comprometido e se continuar assim, poderá ser totalmente
inviabilizado”, alerta Gatti.
Gatti ainda
informa que o Instituto chegou a passar por uma situação de desabastecimento de
Dipirona injetável, medicação analgésica e para febre, e Nitazoxanida,
utilizada para tratar infecções causadas por parasitas intestinais.
A falta de
medicamentos pode ser reflexo do corte no orçamento da saúde de R$ 3,8 bilhões
oficializado pelo governo no fim do ano passado. De qualquer forma, essa
escassez de insumos relativamente baratos ainda acaba aumentando os gastos do
Emílio Ribas, uma vez que os médicos precisam prescrever medicamentos
substitutivos que são mais caros e poderiam ser poupados caso os estoques
estivessem abastecidos.
“É uma conta
que não fecha. Além de prejudicar o atendimento da população, colocando sua
saúde em risco, ainda temos um aumento de gastos com medicamentos mais caros”,
finaliza o presidente do SIMESP.
Sindicato
dos Médicos de São Paulo (SIMESP)
Fundado em 1929, o Sindicato defende a atividade médica, a luta pela dignidade
no exercício da medicina e o acesso à saúde como direito do cidadão. Aborda
temas como planos de saúde, Sistema Único de Saúde (SUS), organizações sociais
(OSs) e salário dos médicos, entre outros.
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