Patrícia
Cândido, filósofa e professora de espiritualidade, mostra como um novo olhar
para a Páscoa pode trazer ainda mais conhecimento e aprendizado
A
Páscoa pode trazer ensinamentos muito diferentes do que aqueles a que estamos
acostumados, e um dos motivos é o fato de ela ter origem em tradições milenares
das sociedades primitivas de base agrícola. “A movimentação dos astros,
principalmente do sol, bem como o ciclo das estações, eram de importância vital
para as civilizações”, ensina Patrícia Cândido, filósofa, terapeuta holística e
professora de espiritualidade, sócia da instituição espiritual Luz da Serra,
que desenvolve a espiritualidade e tem o objetivo de despertar uma consciência
elevada de paz interior por meio de uma visão holística e sem conotação
religiosa. A especialista apresenta uma visão diferente da Páscoa e lembra que
a origem do nome vem da palavra hebraica “pessach”, que significa passagem.
“Precisamos compreender que o Cristo é o espírito da terra, ou seja, a alma que
habita em todas as partículas com vida”, explica. Segundo Patrícia, Jesus foi o
intérprete do Cristo, assim como também foram Krishna e Buda em diferentes
períodos. “Jesus recebeu toda a alma da terra dentro dele para transmitir a
palavra que o Espírito Santo trouxe pra nós”, conta. Baseada em seu conceito
espiritualista da vida de Jesus, que vai além do que é ensinado pelo cristianismo,
ela destaca três ensinamentos importantes desta data.
1 - Nunca desistir diante dos obstáculos
A
Páscoa representa o fim de um período de 40 dias que simboliza uma série de
provações pelas quais Jesus passou. “A prova iniciática de Jesus no deserto exigiu
força de vontade imensa para resistir às tentações das forças do mal”, conta
Patrícia. Como a semana santa traz o simbolismo do renascimento, a filósofa
destaca que as dificuldades e obstáculos sempre estarão presentes em uma
jornada de crescimento rumo ao desconhecido. “Quando buscamos por novos rumos,
precisamos buscar renovar nossos corações, e isso pressupõe vencer os
obstáculos, sejam eles físicos ou emocionais”, ensina.
2 - O verdadeiro amor necessita de diálogo
Ao
relembrar a História, e baseada em seus estudos profundos acerca dos grandes
mestres espirituais e dos mistérios ocultos da antiguidade, a especialista
destaca que foi em virtude da autodoação de Jesus para a humanidade que o
Universo passou a nos amar ainda mais. “Jesus não apenas fez uma revelação de
Deus para o homem, mas também uma nova revelação do homem às inteligências
celestes do universo”. Portanto, Patrícia ensina que o amor entre Deus e os
humanos – e entre cada um de nós e nossos entes queridos - requer doação e
diálogo por parte de ambos. “Não existe amor e respeito entre duas partes
quando elas não se escutam”.
3 - O renascimento é cíclico
Assim
como lembrou as origens da Páscoa nas sociedades agrícolas antigas, Patrícia
também lembra que a celebração sempre marcou o fim do inverno e o início da
primavera no hemisfério norte. “Neste tempo em que animais e plantas aparecem
novamente, os pastores e camponeses presenteavam-se uns aos outros com ovos”,
destaca, explicando que sempre houve o conceito de renovação cíclica do ano,
simbolizado pelos ovos. “A compreensão do tempo como um ciclo permite entender
que o renascimento não deve ocorrer apenas depois de uma prova de iniciação,
mas a cada período que se fecha em nossas vidas”, resume a terapeuta. “Ritos de
passagem sempre ocorrem após períodos de turbulências e tentações”.
A
filósofa e escritora reforça que os ensinamentos da Páscoa vão muito além da
visão da maioria dos cristãos. “Jesus é um patrimônio de toda a humanidade”,
conclui.
Patrícia Cândido, filósofa e professora de espiritualidade, mostra como um novo olhar para a Páscoa pode trazer ainda mais conhecimento e aprendizado |
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