Celebrada no dia 14 de abril, data é um marco para o Instituto Ester Assumpção, que tem entre suas frentes de trabalho promover a inclusão no ambiente escolar
Mobilizar
a sociedade em favor da inclusão escolar de pessoas historicamente excluídas do
processo educacional. Esse é um dos focos do Dia Nacional de Luta pela Educação
Inclusiva, celebrado em 14 abril, que chega como um alerta para ajudar as
pessoas com deficiência a se inserirem ainda mais no ambiente estudantil e
consequentemente, no mercado de trabalho. No entanto, nem sempre os indivíduos
com a condição conseguem ser incluídos como deveriam, já que a Lei Brasileira
de Inclusão da Pessoa com Deficiência (nº 13.146/2015), não é respeitada como
deveria, conforme menciona Cíntia Santos, psicóloga e coordenadora de projetos
do Instituto Ester Assumpção. A entidade, que realizou no último ano o Paideia
- Programa de Assessoria e Intervenção voltado para o Desenvolvimento
Educacional Inclusão e Acessibilidade, viabilizado pelo Criança Esperança,
percebeu que ainda é preciso avançar muito.
Para
Cíntia Santos, o Paideia serviu como um termômetro para ver que, mesmo com
novas metodologias, a educação ainda passa por situações vividas em décadas
passadas. Para ela, o Dia da Luta pela Educação Inclusiva é importante, mas
ainda é possível fazer mais ações. “Estamos falando de falta de investimento e
precariedade na adoção de modelos pedagógicos para a diversidade, além de
analfabetismo e analfabetismo funcional. De acordo com dados da ONU em 2018,
por exemplo, as pessoas com deficiência têm menor probabilidade de frequentar a
escola e maior probabilidade de serem analfabetas do que as sem deficiências.
Por isso, nas intervenções que fizemos através do Paideia, realizamos a
avaliação de 105 crianças do primeiro ao nono ano do ensino fundamental cujos
profissionais das escolas apontaram como tendo algum tipo de dificuldade de
aprendizagem. Este número foi uma amostragem para planejar mais ações
inclusivas”, comenta.
Segundo
a psicóloga, o Paideia foi de suma importância. “Com o programa, vimos que a
inclusão escolar é possível. No entanto, é preciso o engajamento e o preparo de
toda a comunidade escolar, que começa na casa, com os pais e responsáveis, até
a sala de aula”, salienta.
Planejamento e atitude
O
projeto do Instituto Ester Assumpção em parceria com o Criança Esperança, atuou
diretamente em escolas públicas da Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Na
época, formamos um comitê gestor das ações inclusivas, composto por
professores, gestores e representantes dos alunos com deficiência. Oferecemos
atividades de intervenções psicopedagógicas para as crianças com deficiência e
realizamos palestras sobre educação inclusiva. Além disso, tivemos oficinas
para adaptação de materiais pedagógicos e cursos sobre educação inclusiva, em
especial para educadores e gestores”, adiciona Cíntia Santos.
Potencial
Por todo esse trabalho, Cintia Santos vê que ainda é preciso conscientizar a sociedade acerca do potencial da pessoa com deficiência. “Temos muito despreparo para a assistência das necessidades educacionais desses alunos, tanto que em 2020, segundo o Censo Escolar, o Brasil tinha 1,3 milhão de crianças e jovens com deficiência na Educação Básica. Desses, 13,5% estavam em salas ou escolas exclusivas, e 86,5% estudavam nas mesmas turmas dos demais alunos. Porém, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), também elaborada pelo IBGE e divulgada em agosto de 2021, revelou o tamanho da lacuna educacional desse contingente da população brasileira e 67% não tinham instrução alguma ou só o ensino fundamental incompleto. Entre as pessoas sem deficiências, esse porcentual é de 30%. Realizar esse trabalho foi muito importante para mapear como está a situação e continuar em frente trabalhando pela inclusão”, conclui.
Instituto Ester Assumpção
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