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terça-feira, 7 de março de 2023

Mulheres na liderança: empresas com líderes femininas tendem a aumentar seu valor de mercado e lucratividade

A especialista em diversidade e inclusão, Renata Torres, explica os benefícios que igualdade de gênero pode trazer às organizações

 

Com a frase “Sempre fiquei quieta, agora vou falar”, a cantora Iza começa um dos versos da canção “Dona de Mim” remetendo a uma mudança de padrão necessária pela qual a sociedade passou, ao dar voz às mulheres que durante séculos foram silenciadas. Hoje, a luta por equidade de gênero avançou e possibilitou números como o levantado pelo relatório Women in Business 2022, que constatou que 38% dos cargos de liderança em empresas brasileiras são ocupados por mulheres, superando inclusive a média global, de 32%, e Latino-americana, de 35%. 

No entanto, apesar de parecer um avanço, houve uma queda no índice brasileiro em relação ao ano anterior. Além desse dado, um estudo de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que os salários das mulheres são, em média, 22% menores que os de homens que exercem as mesmas funções. Por isso, a luta pela equidade de direitos ainda tem muito a conquistar no Brasil e no mundo, mas os números estão a favor delas. "Empresas que investem em aumentar a quantidade de mulheres na camada de liderança têm a possibilidade de impactar positivamente seu resultado de negócio em até 6% e a receita de inovação em até 19%. São dados científicos, levantamentos realizados por diversas instituições ao redor do mundo", explica Renata Torres, co-founder da consultoria Div.A Diversidade Agora e especialista em diversidade e inclusão. 

Os dados são corroborados pelo relatório global Mulheres, Empresas e o Direito 2023, que calcula que a eliminação da desigualdade de gênero no mercado de trabalho poderia aumentar o PIB per capita em perspectiva de longo prazo em quase 20%, em média. O relatório constata ainda que somente 14 países têm leis que dão às mulheres os mesmos direitos que os homens, e todos têm economias de renda alta. 

Segundo Renata, "quando uma empresa tem mais mulheres na camada de liderança, ela observa também um aumento na diversidade em geral dentro da organização, e quanto mais diversidade, mais soluções inovadoras, mais criatividade, mais possibilidades de melhorar o resultado do negócio”, como demonstra a pesquisa da McKinsey&Company, apontando a diversidade de gênero em correlação tanto com a lucratividade quanto com a criação de valor. Segundo o levantamento, organizações que têm maior diversidade de gênero nas equipes executivas apresentaram uma probabilidade de lucrar 21% mais, e a probabilidade de criar valor a longo prazo nessas empresas também aumenta em 27%. 

As informações dos estudos, portanto, comprovam que promover a diversidade e garantir oportunidades iguais para mulheres é um investimento lucrativo para as empresas.

 

Mulheres: o que vocês estão esperando para crescer dentro da empresa que atuam?


A tecnologia é um dos setores mais importantes e, atualmente, responsável por revolucionar a maneira como trabalhamos, nos comunicamos, consumimos e nos divertimos. Sendo um segmento em constante expansão, que busca facilitar a vida de todos, deveríamos nos questionar por que demorou tanto tempo para começarmos a discutir a importância da inclusão e da diversidade nessa área.

Ainda que com uma participação historicamente limitada no setor, as mulheres são responsáveis por uma parte significativa do atual crescimento econômico e tecnológico. A participação feminina na tecnologia é importante para criação de produtos mais eficientes e relevantes para mulheres, já que uma solução desenvolvida rigorosamente por homens nem sempre é adequada quando o público-alvo é feminino.

Diversos estudos apontam a importância das mulheres na tecnologia, comprovando que empresas com maior diversidade de gênero têm mais chance de desenvolver soluções inovadoras. Segundo a consultoria americana McKinsey & Company, empresas que possuem uma proporção maior de mulheres em cargos de liderança têm maiores chances de rentabilidade. Além disso, pesquisa do LinkedIn descobriu que a presença de mulheres em equipes de desenvolvimento de software pode melhorar a qualidade do código e tornar o produto final mais eficiente.

Também acredito que  presença de líderes mulheres na tecnologia ajuda a combater estereótipos de gênero associados ao setor, inspirando as jovens a seguir carreira em ciências, tecnologia, engenharia e matemática. Mulheres como Ada Lovelace, considerada a primeira programadora da história, e Sheryl Sandberg, que foi diretora de operações do Facebook e é uma das mulheres mais influentes na indústria da tecnologia, são extremamente importantes para meninas que sonham em trabalhar na área. Diante de um cenário dominado por homens, mulheres influentes em cargos de liderança ajudam a combater o sexismo e preconceito de gênero. São exemplos e inspiração para jovens que estão iniciando a carreira em TI.

Para incentivar a participação feminina, é preciso criar um ambiente igualitário e inclusivo, com programas para ajudar jovens mulheres que querem ingressar no mercado tech. Girls Who Code é uma organização criada por Reshma Saujani, em 2012, e que atua nos Estados Unidos capacitando mulheres a se tornarem líderes industriais e a combater a disparidade de gênero na área. No Brasil, temos a organização ProgaMaria, criada por Camila Achutti e Iana Chan, em 2017, e que já alcançou milhares de mulheres ao oferecer cursos de programação, design, marketing digital, empreendedorismo e liderança.

A participação de mulheres tem se mostrado crucial para a inovação tecnológica, ajudando a moldar o futuro dessa indústria. Ao criarem políticas de inclusão e diversidade, as empresas de tecnologia não estão somente tornando a área mais igualitária, mas também construindo um futuro sólido para o progresso da tecnologia.

 

Eduarda Alves - trainee de pré -vendas na Roost, empresa de tecnologia especializada em soluções de edge computing.

 

Turismo cresce 30,3% na capital paulista em 12 meses

Faturamento do setor, taxa de ocupação hoteleira e empego impulsionaram índice, aponta levantamento da FecomercioSP

 

Os bons desempenhos na ocupação hoteleira, nos empregos e no faturamento fizeram o turismo, como um todo, crescer 30,3% no primeiro mês de 2023, em relação ao mesmo período do ano passado, e consolidar a recuperação do Índice Mensal de Atividade do Turismo (IMAT). O indicativo mensal é verificado pelo Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) em parceria com o Observatório de Turismo e Eventos, da SPTuris.   

Em janeiro, o faturamento do turismo e o número de empregados nos segmentos apresentaram altas de 135% e 17%, respectivamente. A taxa de ocupação hoteleira chegou a 50,2%. Segundo levantamento da Entidade, no contraponto anual, o faturamento do turismo na cidade mais que dobrou, com média diária de rendimento de R$ 44,1 milhões – ante os R$ 18,7 milhões constatados em janeiro de 2022. Na comparação com dezembro do ano passado, houve retração de 9,2%.

 

Este cenário só foi possível por causa da taxa de ocupação hoteleira mais elevada, de 48,7% para 50,2%, além do aumento das tarifas médias. Consequentemente, se a atividade está aquecida, há necessidade de mão de obra para atender à demanda. O número de empregados em setores ligados ao turismo chegou a 419 mil em janeiro, superior aos 401,7 mil no mesmo período de 2022 e dos 417,4 mil em dezembro.

 

As movimentações nos aeroportos e rodoviárias também seguiram a tendência positiva, tanto na comparação mensal quanto na anual. Nos terminais aéreos, a média diária de passageiros foi de 169 mil – quase 30 mil a mais do que há um ano. Nos terminais rodoviários, houve aumento anual de quase 9 mil, com média mensal em janeiro de 48 mil pessoas.

 

De acordo com a FecomercioSP, a queda mensal em algumas variáveis deve ser pontual, uma vez que, na cidade, o turismo continua vivendo um ciclo de expansão. A expectativa é que o carnaval tenha influenciado de forma positiva os dados de fevereiro – mesmo que os eventos (desfiles ou festejos de rua) sejam destinados a um público majoritariamente local.

 

Para Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, além do movimento de normalização dos fluxos, aproximando-se das curvas pré-pandemia, janeiro foi um mês pródigo para as viagens internacionais e para destinos de sol e praia, com natural redução da realização de eventos, o que fez diminuir a demanda para a capital. “Entretanto, para além de toda a movimentação prevista para o carnaval, que elevará os números de fevereiro, os empresários percebem aquecimento nas cotações e contratações de espaços para eventos de todos os tipos, o que sinaliza um ano bastante interessante para o turismo paulistano”, afirma.

 

Nota metodológica


O indicador é composto por cinco variáveis que têm os mesmos pesos para a criação do índice. São analisadas as movimentações de passageiros dos aeroportos de Congonhas (Infraero) e Guarulhos (GRU Airport), assim como dos passageiros das rodoviárias (Socicam), a taxa média de ocupação hoteleira na cidade (FOHB), o faturamento do setor do turismo na capital (FecomercioSP/SMF-SP) e o estoque de emprego nas atividades exclusivas do turismo (Caged). O índice tem sua base no número 100, usada como referência de comparação em janeiro de 2020. Ele pode sofrer mudanças mensais em decorrência dos dados que compõem o cálculo, com a saída de projeções e a entrada de números consolidados na série.

 

FecomercioSP

Sobrecarga de tarefas ainda é o principal desafio ao empreendedorismo feminino

Pesquisa realizada pelo Sebrae Minas revela as principais motivações e dificuldades das mulheres empreendedoras em Minas Gerais

 

As mulheres permanecem em busca de criar o seu próprio negócio, como forma de alavancar a renda e se tornarem mais independentes. No entanto, manter o negócio no médio e longo prazos é um grande desafio para elas. Essa dificuldade pode ser explicada por uma série de fatores. Uma pesquisa realizada pelo Sebrae Minas em fevereiro deste ano revelou que a sobrecarga de tarefas domésticas continua sendo muito mais sentida pelas mulheres. Segundo a pesquisa Mulheres Empreendedoras, que ouviu 1.213 entrevistados no estado, 69% das empreendedoras afirmam ser a principal pessoa responsável pelo cuidado da casa, enquanto entre os homens o percentual cai para 31%.

 

Além disso, quando questionados se as mulheres têm mais dificuldades para ter um negócio de sucesso do que os homens, a maioria das pessoas entrevistadas (68%) afirmou que não, pois isso independe do gênero. Entretanto, as mulheres têm um olhar mais crítico sobre a questão: 48% percebem que as atividades domésticas e os cuidados com os filhos sobrecarregam as empreendedoras, enquanto os homens empreendedores não têm que assumir tantas funções, podendo se dedicar mais ao negócio. Apenas 24% dos homens compartilham dessa percepção.

 

Segundo o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva, “isso demonstra que a múltipla jornada de trabalho é uma realidade não apenas para mulheres que trabalham em regime CLT, mas também para a maioria das empreendedoras. Administrar a casa e cuidar dos filhos foram papéis culturalmente atribuídos ao sexo feminino, e que permanecem até hoje. Essa multiplicidade de funções implica em uma sobrecarga e uma pressão emocional mais elevadas para as mulheres”, afirma.

 

De acordo com a pesquisa GEM, a maior pesquisa de empreendedorismo do mundo, em 2021 a taxa de empreendedores iniciais (negócios com até 3,5 anos) era de 54,4% para homens e 45,6% para as mulheres. Já no estágio estabelecido (acima de 3,5 anos), a taxa foi de 68,7% para os homens e de 31,3% para as mulheres. “Esses dados confirmam as dificuldades das mulheres para se firmarem no mercado, e nos desafia a pensar em soluções para apoiá-las em sua jornada empreendedora”, destaca o presidente.


 

Motivações para empreender

 

Outra pesquisa realizada pelo Sebrae Minas, em dezembro de 2022, com empreendedores em estágio inicial (até um ano de abertura) investigou as razões para a abertura de um negócio. Entre as mulheres, as principais motivações apontadas foram “ser dona do próprio negócio e ter autonomia e flexibilidade” (63%), “necessidade financeira” (45%) e “vocação e desejo de empreender” (42%); enquanto entre os homens, as mais citadas foram “ser dono do próprio negócio para obter autonomia e flexibilidade” (52%), “vocação e desejo de empreender” (49%) e “experiência na área em que abriu a empresa” (39%).

 

“A abertura de um negócio por necessidade financeira pode explicar a baixa taxa de conversão do estágio inicial para o estabelecido, uma vez que as mulheres podem buscar o empreendedorismo como algo provisório, em momentos de piora da renda familiar, mas deixam de empreender quando a situação melhora”, comenta Marcelo. A pesquisa Mulheres Empreendedoras em Minas Gerais mostrou, ainda, que 28% das empreendedoras têm outra ocupação como principal fonte de renda, enquanto entre os homens o percentual foi de 18%.


 

Desafios à frente do negócio

 

Um dos fatores que dificulta o sucesso dos negócios geridos por mulheres, segundo a pesquisa com empreendedores em estágio inicial, é a falta de planejamento por parte das empreendedoras: 6 em cada 10 não realiza algum estudo ou plano antes da abertura da empresa. Além disso, 57% das novas empreendedoras afirmam que têm baixo ou nenhum conhecimento sobre gestão de empresas. “Muitas vezes, ao abrir um negócio por necessidade, a complexidade da gestão é subestimada, o que pode gerar empecilhos para a empresa se firmar no mercado”, ressalta Marcelo Silva.

 

Segundo a pesquisa Mulheres Empreendedoras, quando perguntadas sobre as principais dificuldades na vivência empreendedora, a mais citada, por 45% delas, foi a gestão financeira do negócio. Em seguida, conciliar a vida empreendedora com a vida pessoal (35%) e, em terceiro lugar, o acesso a empréstimos em bancos (28%).


 

Estímulo ao empreendedorismo feminino

 

A pesquisa revelou, ainda, o poder da rede de apoio e influência entre as mulheres. Segundo os dados, mais da metade (53%) das empreendedoras tiveram contato com uma dona de negócio que serviu de inspiração ou influenciou no desejo de abrir o próprio negócio, e 40% têm uma rede de contato com outras mulheres empreendedoras. Além disso, 84% afirmaram que dariam preferência a contratar mulheres para a sua empresa. Outro dado de destaque é que apenas 10% das empreendedoras afirmam que em seus municípios existe alguma lei ou iniciativa para fomentar negócios liderados por mulheres.

 

Visando apoiar e estimular as mulheres a empreender, o Sebrae Minas oferece o programa Sebrae Delas. A iniciativa contempla diversas ações para fortalecer a cultura empreendedora entre as mulheres, aumentando a probabilidade de sucesso dos negócios liderados por elas. Por meio do programa, são oferecidas capacitações, oficinas, palestras e consultorias, estimulando o desenvolvimento de habilidades, competências, além da troca de conhecimentos e conexões.

 

O programa visa também a articulação de parcerias para o fortalecimento de redes que fomentam e apoiam o empreendedorismo feminino. O Sebrae Delas foi lançado em Minas Gerais, em 2019, e ao longo dos quatro anos de existência, já atendeu mais de 12 mil mulheres no estado, em diversas soluções, sendo muitas delas gratuitas.

 

Para as mulheres: dicas de como gerenciar as finanças

O Dia Internacional das Mulheres é celebrado no dia 08 de março e, pensando na data, Petra Studholme CMO do alt.bank (novücard) - com mais de 30 anos de experiência global no setor financeiro - traz dicas de organização financeira feminina

 

 

Por mais de um século, o dia 8 de março é uma data especial para as mulheres. Uma ocasião para celebrar as conquistas femininas na sociedade, seja na política, economia ou os avanços em relação à equidade de gênero. Porém, ainda é muito comum ouvir frases como: “o homem é o provedor da casa”. O machismo estrutural faz com que muitas mulheres não tenham acesso à educação financeira e, muitas vezes, acabam reféns de pais ou maridos quando o assunto é dinheiro, mesmo sendo profissionais com suas próprias rendas e salários. Pensando na importância da independência financeira, como um caminho para o empoderamento feminino, Petra Studholme, CMO do alt.bank (novücard) e com mais de 30 anos de experiência global no setor financeiro, traz dicas para as mulheres sobre organização financeira por meio de planejamento e algumas boas práticas que devem fazer parte do seu dia a dia.

 

Tenha controle financeiro


Ter controle sobre o dinheiro é registrar toda a receita e despesa relacionadas ao dia a dia. “Não só registrar suas despesas fixas, como luz, água, telefone e IPVA, em uma planilha, mas também despesas esporádicas, como café na padaria da esquina ou aquele estacionamento no shopping”, explica Petra. A executiva sugere que vale usar uma planilha no Excel ou Google Drive, aplicativos de controle financeiro disponíveis para Android ou iPhone ou até anotar em um diário. Existem vários aplicativos, com versões gratuitas ou pagas, que simplificam o trabalho de anotar gastos, fornecendo gráficos detalhados e estatísticas como o Organizze, Meu Dinheiro (ou uma simples planilha em Excel pode bastar).

 

Defina metas financeiras claras e realistas, bem como uma recompensa


Comece definindo metas financeiras, de curto e longo prazo. Quanto vai economizar por mês? Vai cortar despesas? Quanto tempo vai manter esse dinheiro ou que porcentagem vai gastar, por exemplo, em um carro nas férias? Isso ajudará não apenas a trabalhar com eficiência para alcançá-lo, mas também com uma recompensa em mente. Será bom quando atingir seu primeiro objetivo e receber essa recompensa, (pode ser uma viagem no feriado, ou mesmo um café, um drinque, ou uma guloseima no final de semana). Mas é importante ser realista, caso contrário, o propósito será perdido e terá frustração.

 

Gaste com sabedoria, pense antes de clicar ou comprar


Talvez este seja um dos pontos mais importantes desta lista, pois as despesas têm um papel crucial na saúde financeira. “Pergunte-se ‘eu realmente preciso disso?’. Evite comprar por impulso, seja na loja física ou online. Faça uma lista de compras que gostaria, mas espere uma semana e reavalie se realmente precisa deste item”, comenta a executiva.

 

Economize uma parte da renda para emergências e aposentadoria


Economizar uma parte da renda não é tarefa fácil, mas criar um “pé-de-meia” é essencial, evita ser pega de surpresa em situações inesperadas e não se torna refém de empréstimos e juros altos. Também vai ajudar a se preparar a longo prazo para a aposentadoria. “Quanto deve economizar? Não há mínimo ou máximo, o importante é economizar. Guarde uma parte do dinheiro em um cofrinho todo mês e veja seu dinheiro crescer", completa Petra.

 

Faça seu dinheiro valer mais


Fazer o dinheiro valer mais é uma das regras de ouro da gestão financeira. Isso significa que aqueles reais que sobraram na conta no final do mês, não precisam e não devem ficar ociosos. “Existem diversas formas de aplicá-los em investimentos que rendem juros e aumentam seu capital sem que precise fazer nenhum esforço. Por exemplo, em 2021 o valor do CDI adicionado no ano foi de 4,42%. Isso significa que o dinheiro aplicado rendendo 100% do CDI rendeu 4,42% ao ano. Ou seja, se economizou R$ 1.000, fechou o ano com R$ 1.044,20”, declara Petra.

 

Não gaste o que não tem e use o cartão de crédito de forma estratégica


“Um cartão de crédito é como um “coquetel sexy”. Ter um em mãos traz a sensação de se sentir segura, tranquila e até invencível. Mas um cartão a mais pode causar problemas se não for bem gerido”, diz a executiva. Petra ainda afirma que é muito fácil cair nessa e isso vai custar caro, também em termos de juros. Se fizer uma compra estratégica, certifique-se de ter um plano de como e quando vai pagar, quanto vai custar, considerando as taxas de juros adicionais (se não puder pagar no prazo total), e o mais importante, siga seu plano. Alguns cartões permitem o pagamento em até 40 dias após a compra, por isso pode ser uma boa opção para grandes aquisições.

 

Reserve um tempo para controlar suas finanças, algumas etapas e mudanças simples, podem ajudá-la a fazer a diferença em sua saúde financeira e garantir um futuro mais seguro. Lembre-se do longo prazo, pois nem tudo vai acontecer da noite para o dia, mas é importante começar de forma positiva no presente.

 

 

novücard

 

Vídeos educativos produzidos por crianças ressalta o respeito aos direitos femininos

Animações produzidas por crianças por meio de plataforma desenvolvida pela startup De Criança Para Criança estão disponíveis no Youtube

 

No mês da Mulher, a startup De Criança Para Criança, oferece a oportunidade de crianças de diferentes idades desenvolverem histórias a partir de suas próprias experiências, criando vídeos, desenhando, escrevendo e principalmente aprendendo sobre o dia das mulheres e a importância do respeito aos direitos das mulheres e de todas as pessoas. 

 As animações “A Bailarina Que virou Jogadora de Futebol”, “O Campeonato de Videogame” e “A Menina Que Lutou por seus Direitos” apresentam de maneira lúdica a importância da representatividade das meninas frente às suas escolhas.  

 Sobre a realidade da luta pelo dia das mulheres, lembrado internacionalmente em 8 de março, é importante salientar que a data é uma oportunidade de refletir sobre a educação que começa logo na infância. Entre as animações criadas nesse pelo programa De Criança Para Criança, que estão disponíveis no canal no YouTube, várias tratam do tema sob a perspectiva dos pequenos.  

 Para o cofundador do Programa, Vitor Azambuja, os vídeos são manifestações genuínas de crianças que devem ser estimuladas desde cedo, “são vídeos criativos, feitos por crianças que devem ser estimuladas para que elas possam levá-las para seu cotidiano, de sua família, de sua comunidade e da sociedade. A construção dessa sociedade justa que todos nós queremos, e isso começa com a boa educação das crianças, e plataforma ”, afirmou. 

 Ainda segundo Azambuja, é preciso garantir ferramentas para que as crianças sejam protagonistas de sua história e de transformações sociais. Pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2022, aponta que o. desde 2019, quando pela primeira vez a pesquisa conseguiu separar os dados do crime de estupro do crime de estupro de vulnerável, pudemos enxergar que 53,8% desta violência era contra meninas com menos de 13 anos. Esse número sobe para 57,9% em 2020 e 58,8% em 2021. 

 “Uma dessas animações aborda a história de Malala, do Afeganistão, que virou um símbolo de resistência feminina em todo o mundo. É importante que as crianças estejam atentas a esses significados”, afirmou Vitor. 

 

Animações sobre o respeito às meninas do De Criança Para Criança

 

A Bailarina Que virou Jogadora de Futebol 

Divulgação

O Campeonato de Videogame 

Divulgação

A Menina Que Lutou por seus Direitos 

 



Sobre o De Criança para Criança

O programa De Criança para Criança oferece um leque de metodologias de educação híbrida para escolas de todo o mundo. Do futuro para a escola, a proposta da startup é oferecer às crianças a oportunidade de serem protagonistas, colocando-as no centro da aprendizagem. Através de uma plataforma simples, os professores são orientados a serem mediadores, fazendo com que os próprios alunos desenvolvam conhecimento sobre temáticas diversas. A partir de discussões, constroem coletivamente histórias, fazem desenhos e gravam locuções relativas às narrativas criadas, que posteriormente serão transformadas em animações feitas pelo DCPC, expandindo os horizontes educacionais.
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Nova consulta do Valores a Receber é gatilho para golpes

Site do governo mostra valores a receber de instituições financeiras


Circula novamente nas redes sociais e aplicativos mensageiros, links e informações que prometem consultar e até sacar via pix valores disponíveis em bancos. O Banco Central de fato lançou recentemente uma nova consulta através da ferramenta Valores a Receber que permite a consulta e resgate de valores esquecidos em instituições financeiras, porém a busca só deve ser realizada através do site oficial disponibilizado pelo Banco Central.Os saques começam a partir de amanhã, 07 de março e pode beneficiar mais de 38 milhões de pessoas físicas e mais de 2 milhões de empresas.

Aproveitando que o tema está em alta, o que é comum tanto na construção de fake news quanto na prática de alguns golpes, os criminosos criam textos falando sobre o evento, que no caso seria a consulta de valores esquecidos que realmente está acontecendo, atraindo  usuários para sites falsos, que podem trazer vírus, malwares, roubar dados e até convencer a vítima a enviar dinheiro.

Os criminosos usam elementos visuais e termos como "registrato", "valores a receber", "bcb", "gov" no nome do domínio para levar as vítimas a pensarem que trata-se do site oficial, além disso, as mensagens sempre trazem gatilhos mentais, como senso de urgência, escassez, prova social e até a facilidade de resgatar o dinheiro. Todas essas táticas são usadas comercialmente por marketeiros para aumentar vendas, mas que nesse caso tem o objetivo de aumentar a quantidade de vítimas através desses estímulos mentais.

 

Parte da mensagem que leva para o site falso diz:

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você pode ter algum valor a receber relacionados a: 

  1. Herança; 
  2. Benefícios esquecidos; 
  3. Direitos esquecidos; 
  4. Dinheiro esquecido em alguma conta bancária. 

 

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A plataforma Site Confiável, que ajuda consumidores a verificarem sites para evitarem golpes, identificou uma tendência nas buscas por sites que contenham termos como: "valores a receber" e "registrato" nos últimos 10 dias e alerta consumidores para ficarem atentos.


Dicas e cuidados para não cair em golpes relacionados ao Valores a Receber

  • Recebeu um SMS, ligação ou mensagem no WhatsApp sugerindo que têm algum valor disponível para resgate? Fique atento pode ser golpe. Na dúvida vá até ao banco ou consulte diretamente no site do Banco Central;
  • Jamais compartilhe ou divulgue informações pessoais com desconhecidos, pois através dos seus dados pessoas má intencionadas podem fazer consulta e tentar resgatar os valores;
  • Ninguém está autorizado pelo Banco Central para atuar como intermediário;
  • Não existe cobrança ou pagamento para consulta ou recebimento de valores a receber;
  • Jamais clique em links desconhecidos recebidos ou anúncios que prometem trazer qualquer informação ou vantagem com relação aos valores a receber, use apenas e exclusivamente o site oficial da plataforma (https://www.bcb.gov.br/meubc/valores-a-receber).

Quem pode se tornar um influenciador profissional e como fazer?

Diretor comercial da Squad Social Lab afirma que existem etapas a serem seguidas para quem quer ganhar dinheiro com trabalho na web


O Brasil é o país onde os criadores de conteúdo exercem maior influência nos consumidores, de acordo com o portal Statista. Cerca de 45% das pessoas disseram já ter comprado produtos promovidos por eles. O País, inclusive, passou a reconhecer a atividade de “influenciador digital” como uma profissão, devidamente registrada na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) sob o nº 2.534-10. 

De acordo com Marcelo Balerone, diretor comercial e de novos negócios da Squad Social Lab, MarTech pioneira no Marketing de Influência, uma pesquisa divulgada no final de 2020 mostrou que existem mais de 50 milhões de influenciadores no mundo inteiro, com um faturamento anual superior a US$ 100 bilhões. “Isso somente pensando em plataformas como Instagram e YouTube. No Brasil, segundo a Nielsen, são cerca de 500 mil pessoas”, relata.

Para Balerone, um influenciador profissional tem algumas características comuns, como criatividade, credibilidade, autenticidade, responsabilidade, constância e muita empatia no trato com o público. Ele acredita que é possível se tornar influenciador em qualquer área, mas é preciso passar por algumas etapas para que isso possa acontecer de fato. “Sempre falo que uma pessoa que quer começar a criar conteúdo deve, necessariamente, encontrar um nicho e identificar-se com uma persona, mas que essa persona seja ela mesmo como influenciador. Não adianta forçar algo ou imitar alguém, não existe ‘receita de bolo’. O segundo passo é produzir conteúdo relevante, autoral, autêntico. Não existe cópia, mas acompanhar trends faz parte”, sugere.

Ele também afirma que quem quer se tornar influenciador precisa dominar os canais em que vai atuar, ter conteúdo recorrente produzido, interagir com seus seguidores e entender suas dores. “A carreira dele funciona como um funil de vendas junto aos seguidores, em que tudo acontece de forma concomitante. Quem o acompanha há mais tempo já pode ser influenciado para uma venda, já quem começou a segui-lo agora ainda precisa passar pelas etapas do funil. Então o influenciador profissional precisa ter diferentes tipos de conteúdos para as diferentes etapas de ‘vida’ dos seus seguidores”, aconselha.

Além disso, segundo o diretor da Squad Social Lab, o público certo de cada influenciador é o seu público natural. Ou seja, um influenciador de classe social mais baixa, que gosta de cosméticos e mora em uma região afastada, dificilmente vai influenciar, em um primeiro momento, o público de classe social mais alta, que se interessa pelo mercado financeiro e vive nas grandes metrópoles. “A dica aqui, portanto, é entender e definir a persona, focar naquilo em que você é bom e buscar por pessoas que tenham tais necessidades relacionadas. Esse é fatalmente seu público certo”, diz.

O especialista reforça que, como em qualquer outro mercado, existem pessoas que se dão muito bem na área, mas a grande maioria não consegue alcançar o sucesso. “Existem diversas dicas e, como em toda profissão, há sacrifícios que devem ser feitos. Acredito muito em planejamento, resolução de ‘dores’, comprometimento e resiliência, criatividade, autenticidade, constância de postagens e empatia junto ao público”, conclui.  


Marcelo Balerone - Diretor Comercial e de Novos Negócios na Squad Social Lab, especialista em Marketing Digital de alta performance, Investidor e Sócio-Cofundador em algumas startups, Advogado, Palestrante convidado em Workshops, Simpósios e Cursos. Também é Sócio-Cofundador, Mentor e Consultor no IGLOO Network (ecossistema de Inovação). 

Squad Social Lab
@squadsociallab


Valorização da carreira docente vai além de compatibilizar salários

Não é estratégia, é lei; todo ano, em janeiro, deve haver o reajuste do piso salarial do magistério. A meta 17 do Plano Nacional de Educação (PNE 2014/2024) estabelece valorizar os profissionais do magistério das redes públicas da educação básica equiparando seus rendimentos médios aos demais profissionais com a mesma escolaridade. Sim, é um importante meio de dar o devido valor à carreira, mas “só isso não resolve”!

O que vem sendo chamado de “apagão docente” representa um forte alerta para que a carreira do professor seja priorizada em nosso país, já que é justamente ele o principal fator de aprendizagem dos estudantes. Buscar melhorias para a educação não deve se limitar aos projetos e ações para que os alunos alcancem os melhores resultados; ainda que, concomitantemente, são necessários esforços investidos para uma formação docente adequada, capaz de ser atrativa a bons candidatos para a carreira, e sobretudo para o reconhecimento de seu valor profissional - para muito além de uma remuneração compatível, ainda que esta seja condição inerente à valorização.

Os números alarmantes que resultam na previsão de escassez docente, para um horizonte logo ali, a no máximo 20 anos, são indicados em resultados de diversas pesquisas desenvolvidas nos últimos anos, dentre elas uma publicada pela Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil. Fatores como a baixa procura pelos cursos de licenciatura, levando muitas instituições, especialmente as particulares, a extinguirem a oferta. O abandono da profissão se dá por conta da precariedade das condições de trabalho - que vão desde a infraestrutura até as situações de violência em sala de aula - , e sobretudo, à defasagem quantitativa entre professores com até 24 anos, em início de carreira, e aqueles com 55 anos ou mais, encerrando sua trajetória profissional, fomentam a previsão de um déficit de professores na educação básica que pode chegar a 235 mil, em 2040. Isso porque, considerando uma proporção de 20 pessoas entre 3 (três) e 17 (dezessete) anos para cada docente em atividade na educação básica, serão necessários 1,97 milhão de professores para atender a demanda daqui a 17 anos.

Porém, se a porcentagem de crescimento de ingressantes nos cursos de licenciatura continuar diminuindo na proporção em que está hoje - entre 2010 e 2020, enquanto os demais cursos superiores tiveram crescimento de 76%, as licenciaturas aumentaram em 61% -, esse número de docentes não será alcançado.

Para algumas áreas do conhecimento, o cenário é ainda mais grave: cursos de Biologia, Física e Química representam menos de 5% do total de matrículas nas licenciaturas, lembrando que nem todo ingressante chega a concluir o curso, e ainda não são todos os egressos de licenciatura que seguem carreira na docência. Outro dado preocupante é que essa porcentagem de ingressantes só chega a este número porque grande parte dessas matrículas (quase 60% desse total) são na modalidade EaD. Mas isso é problema? Não deveria ser, mas, infelizmente, o cenário real dos cursos que formam docentes a distância não é dos mais promissores.

De acordo com o professor doutor António Nóvoa, respeitado pesquisador na área de formação docente e reitor honorário da Universidade de Lisboa, formar um professor é formar um profissional da educação, assim como formar um médico, referindo-se à importância que deve ser dada à profissão em termos de qualidade, recursos e investimentos. Entretanto, na contramão dessa reflexão lançada por Nóvoa, os cursos em EaD não possuem exigência de formação prática ou de estágios de docência em escolas públicas, resultando, muitas vezes, em egressos com fragilidades para enfrentar os desafios da sala de aula e a responsabilidade com a educação. A oferta desses cursos é grande, e com seu baixo custo atrai justamente um contingente de estudantes que almejam cursar uma faculdade em busca de uma carreira, mas, infelizmente não possuem capacidade para ingressar em cursos mais concorridos e, em geral, profissões melhor remuneradas.

Estamos, portanto, diante de um círculo vicioso, ou como diriam alguns, do “dilema de Tostines”, é preciso romper com essa corrente enquanto ainda há tempo de evitar o apagão docente, valorizando a carreira desde a sua formação, passando pelas condições de trabalho e de remuneração. A missão é desafiadora, mas na pauta da educação, o que, não é?!

 

Maria Paula Mansur Mäder - doutora em Educação; coordenadora de produção e disseminação no Instituto Positivo.

 

Plano de saúde é obrigado a cobrir tratamento domiciliar

Imagem ilustrativa: Freepik
Advogado Fabricio Posocco revela os direitos do paciente com prescrição para home care


O Superior Tribunal de Justiça (STJ) entende que o plano de saúde é obrigado a cobrir o tratamento prescrito pelo médico em ambiente domiciliar, também chamado de home care. Em julgamento recente, a ministra Nancy Andrighi explicou que o home care pode ocorrer em duas modalidades: assistência e internação.

Na jurisprudência do STJ, isto é, no conjunto de decisões sobre o tratamento em casa, ficou definido que a assistência é composta por atividades de caráter ambulatorial, programadas e continuadas, desenvolvidas em domicílio. Já a internação é constituída por atividades prestadas no domicílio, caracterizadas pela atenção em tempo integral ao paciente com quadro clínico mais complexo e com necessidade de tecnologia especializada.

De acordo com o professor universitário e advogado Fabricio Posocco, do escritório Posocco & Advogados Associados, as pessoas que mais precisam de home care são idosos, portadores de doenças crônicas, pacientes pós-cirúrgicos e em cuidados paliativos.

“Para conseguir o tratamento multiprofissional, em regime domiciliar, é preciso que o médico justifique a necessidade e os benefícios que o home care vai trazer para o paciente, através de um relatório detalhado, com laudos e exames”, orienta Posocco.

Havendo a negativa do plano ou do seguro de saúde, o advogado explica que o paciente pode procurar o Poder Judiciário. “Para ingressar com ação judicial é preciso ter documentos que comprovem a recusa do convênio, como protocolos de ligações, troca de e-mails, cartas, entre outros. Deve, ainda, apresentar os três últimos comprovantes de pagamento da mensalidade, a cópia do contrato e da carteirinha do plano de saúde, bem como dos documentos pessoais, como RG e CPF.”


Cláusula que veda home care é abusiva

O advogado Fabricio Posocco alerta que existem planos de saúde que colocam, em contrato, cláusulas que vedam a assistência e internação na residência do beneficiário.

O STJ já julgou que essa condição é abusiva e pode ser considerada nula, conforme aponta o artigo 51, inciso IV, do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990). “Qualquer cláusula contratual ou ato da operadora de plano de saúde que importe em absoluta vedação da internação domiciliar como alternativa de substituição à internação hospitalar será abusivo, visto que se revela incompatível com a equidade e a boa-fé, colocando o usuário (consumidor) em situação de desvantagem exagerada”, argumentou o ministro Villas Bôas Cueva, ao garantir o tratamento domiciliar para uma paciente com Alzheimer, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca e doença pulmonar obstrutiva crônica.

Posocco conta que nos tribunais estaduais esse assunto também está pacificado. “A Súmula 90, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), resume que havendo expressa indicação médica para a utilização dos serviços de home care, revela-se abusiva a cláusula de exclusão.”

Plano é responsável por medicação em home care

Quando determinado pelo médico, o tratamento domiciliar deve ser custeado pelo plano de saúde, mesmo que não haja previsão contratual. O STJ informa que isso inclui a medicação e os produtos listados como de fornecimento obrigatório pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Segundo o advogado Fabricio Posocco, o home care é um regime análogo ao da internação hospitalar. Por isso, deve ser acompanhado dos cuidados de enfermagem, medicação, alimentação e demais materiais necessários ao tratamento específico de cada caso.

“Cabe à operadora do seguro de saúde ou do plano de saúde fornecer todos os insumos e os equipamentos necessários, que, em regra, são ministrados pelos hospitais, para o restabelecimento ou a manutenção da saúde do paciente”, reforça o especialista.

SUS tem o Melhor em Casa

No Sistema Único de Saúde (SUS), o home care é identificado como Serviço de Atenção Domiciliar (SAD). O serviço foi regulamentado pela Portaria 825/2016, do Ministério da Saúde. Ele é solicitado pelo médico através do programa Melhor em Casa.

Podem participar do programa de atendimento domiciliar pacientes que possuem problemas de saúde que necessitam de maior frequência de cuidado e acompanhamento contínuo. Também é indicado para pacientes com dificuldade ou impossibilidade física de se locomoverem até uma Unidade Básica de Saúde e para os que precisam de equipamentos e outros recursos de assistência médica.

Durante a V Jornada de Direito da Saúde, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2022, o Ministério da Saúde revelou que o Melhor em Casa atende 42% da população brasileira, em 827 municípios.

“O acesso para o Melhor em Casa é a prescrição médica. O profissional da saúde é que vai avaliar a situação do paciente. Uma vez solicitado, deve ser cumprido pelo Poder Público, sob risco de judicialização para garantir esse direito”, finaliza o advogado Fabricio Posocco, do escritório Posocco & Advogados Associados.


https://posocco.com.br



Emanuelle Oliveira (Mtb 59.151/SP)

A escolha de atalhos requer cuidados

Desde a divulgação do resultado da eleição pelo Tribunal Superior Eleitoral, o futuro governo concentrou a sua atenção em duas questões: revogar uma âncora fiscal (o teto de gastos, que estava na Constituição) para assegurar o direito de gastar e acomodar os diversos partidos que o apoiaram na eleição, numa demonstração explícita de falta de desprendimento desses grupos e de priorização de interesses particulares muito mais do que de um projeto para o país. Como bem apontou o economista Márcio Garcia da PUC- RJ, “esquecendo os bons ensinamentos de 2002, o (novo) governo partiu de forma destrambelhada para o ataque, certo de que mais gasto público é o que falta ao país”.

Quase unanimidade entre economistas e especialistas em contas públicas, de que o excesso de gastos públicos seja o principal desafio macroeconômico do país, parece não sensibilizar novos grupos que chegam ao poder, mais preocupados em atender promessas de campanha e aliados políticos. Importante lembrar que há 25 anos o governo central não gastava mais de 14% do PIB para manter a máquina pública, conseguia investir cerca de 4%, e mantinha a carga tributária na casa dos 28%.

A escolha a ser posta não é entre Estado forte ou fraco, e sim entre ágil ou obeso. Entre eficiente ou ineficiente, entre promotor de uma economia competitiva ou de uma história de voos de galinha, que não permitem crescimento consistente. São escolhas que devem ser feitas e envolvem prioridades a serem estabelecidas. Como os recursos sempre são finitos, é imprescindível priorizar a sua alocação. E as âncoras fiscais, como o teto dos gastos, ajudam nessa disciplina, na construção do orçamento público pelo Executivo e na sua avaliação pelo Congresso Nacional. Na revisão das distorções e privilégios que são uma realidade nem um pouco desprezível. E assim manter as expectativas de evolução sustentável da dívida pública, condição para viabilizar crescimento econômico adequado.

Ter preocupação com a política social, com o crescimento econômico para a geração de empregos, são propostas legítimas de um plano de governo.  A forma de promovê-los é que faz toda a diferença. Experiências de diversos países demonstraram que a via do aumento de gastos alimentado por aumento de tributos tem gerado resultados muito mais tímidos e de alcance curto, de que a via da redução de gastos alicerçada em aumento de sua eficiência. A primeira alternativa é a mais fácil, mas alimenta a inflação, reduz a competitividade da economia e o crescimento econômico, e fecha um círculo vicioso que prejudica os mais pobres.

Os atalhos sempre parecem a solução mais simples, mas se quisermos preparar o país para um crescimento mais robusto e consistente temos que estar dispostos a pavimentar o nosso caminho.

O vice-presidente Geraldo Alckmin conhece muito bem tudo isso, e certamente não é afeito a fogo de palha. Quando governador de São Paulo, foi importante apoiador do Movimento Brasil Eficiente – MBE, que congregou diversos governadores, e dezenas de entidades empresariais e da sociedade civil organizada, na busca de um modelo de crescimento sustentável e consistente, apoiado por um Estado forte pela eficiência e não pesado pela obesidade. Foi um movimento que, com a contribuição de Alckmin, ajudou a construir a consciência da eficiência pública que a sociedade brasileira tem demonstrado não desprezar mais. Esperamos poder continuar contando com o seu apoio.

 

Carlos Rodolfo Schneider - empresário


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