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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

“Chás emagrecedores” e fórmulas milagrosas que geram a falsa promessa de perfeição corporal e impactam o psicológico humano


Essa semana, fomos surpreendidos por uma tragédia. Uma mulher de 42 anos, morre por acreditar na falsa promessa de emagrecimento e corpo perfeito através da ingestão de um “chá emagrecedor”, que prometia a perda de peso fácil e rápida, por conter 50 ervas poderosas e naturais. 

Resultado: as cápsulas ingeridas pela moça causaram um sofrimento hepático irreversível que a levou à morte. O fato estarrecedor, não é uma situação isolada e nos leva a refletir, o que faz com que, pessoas aparentemente saudáveis caiam nestas armadilhas de promessas mágicas, divulgadas pelas redes sociais, em busca do corpo perfeito, da pele perfeita ou mesmo da necessidade da criação da imagem distorcida e irreal? 

E quais são os impactos e motivações psicológicas deste contexto? 

A maximização do belo e perfeito, propagada pelas mídias, ganha apoio em potencial, popularizando-se com a utilização exagerada de diversos métodos ou receitas que evidenciam uma necessidade em apresentar uma aparência, distante da realidade, marcada por medidas corporais e simétricas perfeitas para impressionar e se sentir bem. 

Infelizmente, a exigência pela perfeição está por toda parte, até mesmo nas redes sociais que divulgam métodos espetaculares para alcançar esse objetivo. Esses exageros, seja por ingestão de substâncias ou mesmo no uso indisciplinado dos famosos filtros virtuais, destacam o desejo da perfeição, estabelecendo um senso de estética e padronização do seu perfil pessoal. 

De uma certa forma, percebemos a perseguição desenfreada, por uma imagem que renegue sua aparência, dentro de uma falsa realidade, promovida por um engano estabelecido, sem qualquer acompanhamento médico ou mesmo cuidado com a saúde do corpo e da mente. 

Apesar do tímido movimento de defesa de uma exposição, sem pudores ou receios, das imperfeições corporais, somos bombardeados nas mídias e redes socias, por um mercado crescente de inúmeros produtos duvidosos que prometem resultados rápidos, instantâneos e mágicos, como: o corpo sequinho daquela famosa ou famoso que está em evidência no momento ou o rosto sem sinais daquela influenciadora digital. 

E desta forma, a venda destes ditos produtos naturais que prometem o corpo ideal em muito pouco tempo e sem qualquer tipo de esforço (nenhum de exercício físico), crescem cada vez mais e promovem o enriquecimento dessa indústria. Mas onde foi parar o senso crítico, o aceite do biotipo, o amor próprio e a autoestima do ser humano que encara essas armadilhas e arrisca tudo para ficar dentro dos padrões de estética e beleza aceitáveis?   

Não tenham dúvidas quanto a afetação do bem-estar e do psicológico do indivíduo que vive a partir de uma realidade virtual e corporal distorcida, alimentando através da insatisfação com sua aparência, uma tendência de baixa autoestima e, possível depressão, desconstruindo o real. 

Atendendo aos apelos de uma sociedade que cultua o belo e promove uma extrema exposição, através do vício danoso da manipulação da própria imagem e do risco de se expor a qualquer receita ou complexo de ervas naturais que prometa facilidades.  

Aqui, entra a ilusão da construção imposta dos chamados padrões de beleza, sobrepondo-se a uma versão distorcida de nós mesmos, trazendo à tona uma questão inerente ao ser humano que é a necessidade de pertencimento. Neste caso, o desejo e a vontade em pertencer ao grupo dos belos e perfeitos, classificados por rótulos, em contraponto a busca de expressão de sua própria individualidade que, na maior parte das vezes, justifica-se por um sentimento de insuficiência e competição. 

Podemos afirmar, portanto que, existe aí uma real necessidade de afirmação da imagem que queremos que o outro tenha de nós. E, lógico, na contra mão, o corajoso é aquele que se expõe de cara lavada, com o corpo mais cheinho, com o peso acima do ideal, sem qualquer abuso de efeitos ou substâncias que coloquem em risco sua vida. 

Esses exageros podem alimentar o sentimento narcísico do ser humano e aumentar assim, sua necessidade de espelhamento, pois estimula o desejo de que o outro o perceba sempre belo e perfeito, expondo, de forma excessiva, suas emoções e promovendo distorções depressivas através de crises de ansiedade e de uma possível sensação de opressão, uma vez que não se consegue ser feliz sendo ele mesmo, da forma como se é. 

Nosso sinal de alerta deve ser disparado quando essa busca insana da perfeição atiça a psiquê, a ponto de tornarem-se indispensáveis a utilização de fórmulas milagrosas, sem comprovação científica ou mesmo sem a aprovação do Ministério da Saúde ou da Anvisa, atropelando a realidade e sendo usados de forma exclusiva, extrapolando desejos e satisfações, sem qualquer acompanhamento médico. 

Importante estarmos atentos a estes efeitos psicológicos que, superestimam a nossa imagem e podem desencadear o que chamamos de Síndrome da decepção continuada. É quando não mais me reconheço como sou. Minha imagem real não agrada e só consigo aceitar a imagem distorcida e perfeita, aprovada pela sociedade, que decreta que precisamos ser magros e com o corpo ou o rosto sem qualquer imperfeição. 

Uma busca e predileção que refletem uma falsa realidade e a mais pura rejeição do real, em prol de uma imagem desejável e aceitável por todos. Perceba que, quando isso acontece, também está sendo rejeitado o amor próprio e evidenciado os mais variados complexos, camuflados por uma necessidade de reconhecimento.  

Enfim, é importante indagar-se onde está seu amor próprio. Porque não se aceita como é? Ou mesmo, encontrar maneiras de cuidar de forma adequada, orientada e saudável de sua saúde, evitando alimentar essa tendência narcísica e exibicionista, que demonstra uma urgente necessidade de ajuste do seu humor, com risco de desequilíbrio de sua saúde mental, onde a falsa realidade, de forma inconsciente, força a divulgação para o outro, apenas do que é belo, sem as imperfeições naturais que, caracterizam e o individualizam como ser humano. 

Respeite seus limites e coloque sempre sua saúde e segurança em primeiro lugar. Desconfie de remédios, fórmulas e dietas milagrosas. Fuja da imposição neurótica de uma vida de aparências, pois o ser humano não morre quando o coração para de bater, ele morre quando deixa de se sentir e se perceber de verdade. 

Busque uma terapia, faça exercícios físicos e busque ser menos exigente consigo mesmo. Seu corpo e sua mente agradecem.

 

Andréa Ladislau - Psicanalista (SPM); Doutora em Psicanálise, membro da Academia Fluminense de Letras –cadeira de número 15 de Ciências Sociais; administradora hospitalar e gestão em saúde (AIEC/Estácio); pós-graduada em Psicopedagogia e Inclusão Social (Facei); professora na graduação em Psicanálise; embaixadora e diplomata In The World Academy of Human Sciences US Ambassador In Niterói; membro do Conselho de Comissão de Ética e Acompanhamento Profissional do Instituto Miesperanza; professora associada no Instituto Universitário de Pesquisa em Psicanálise da Universidade Católica de Sanctae Mariae do Congo; professora associada do Departamento de Psicanálise du Saint Peter and Saint Paul Lutheran Institute au Canada, situado em souhaites; graduada em Letras - Português e Inglês pela PUC de Belo Horizonte.

 

Saiba como aliviar o inchaço dos pés

 
A condição pode estar associada a retenção de líquidos, má circulação e ao sedentarismo

 

Freepik
Uma das principais causas de inchaço nas pernas e pés é a má circulação, que fica mais perceptível ao final do dia, especialmente em grávidas e idosos. Apesar de não doer, provoca desconforto pela sensação de peso e de líquido acumulados. 

“Para reverter o quadro, é necessária a ingestão de bastante líquido e manter uma dieta rica em alimentos diuréticos, como alface, pepino, tomate, melancia, melão, abacaxi, além de evitar aqueles com muito sódio, geralmente encontrado em alimentos industrializados ou preparados com sal em excesso”, afirma Maria de Lourdes Pinheiro, podóloga e coordenadora técnica da Doctor Feet, rede especializada em serviços de podologia, manicure e venda de produtos médicos, ortopédicos, bem-estar e saúde.

A especialista ainda recomenda a prática regular de atividades físicas e sessões de drenagem linfática sempre que possível para ter ainda mais conforto e evitar novos quadros de inchaço. “Outra dica super relaxante e que traz muitos benefícios é o escalda pés, podendo ser realizado no conforto do lar, com itens que podem ser facilmente encontrados”, ressalta a podóloga. Confira o passo a passo:

  1. Pegue uma bacia grande, que caiba seus pés confortavelmente, com água morna suficiente para cobrir o tornozelo;
  2. Adicione uma colher de sopa de azeite para manter os pés macios e hidratados;
  3. Acrescente uma colher de sopa de sal grosso, que ajuda a drenar o excesso de líquido, evitando o inchaço;
  4. Coloque também cinco gotinhas de essência de hortelã, que refresca, desodoriza e estimula a circulação;
  5. Bolinhas de gude ajudam a massagear as plantas dos pés e ativar a circulação;
  6. Mantenha os pés na bacia por cerca de 15 minutos.

Se mesmo seguindo todas as recomendações os pés continuarem inchados, vale consultar um médico para que ele possa indicar os melhores exercícios, tratamentos ou meias de compressão adequadas ao caso. A rede Doctor Feet trabalha com linhas completas de meias de alta, média e baixa compressão, de várias marcas e modelos, inclusive as de meia perna para praticantes de esportes. “Elas auxiliam o retorno venoso e reduzem a possibilidade de inchaço nas pernas e pés”, finaliza.



Doctor Feet

www.doctorfeet.com.br/

Instagram: @doctor_feet / Facebook: /doctorfeet.podologia / Aplicativo Doctor Feet disponível gratuitamente na Play Store (Android) e App Store (iPhone


Dia de Conscientização sobre o câncer infantojuvenil: diagnóstico precoce é fundamental para reduzir impacto sobre a criança

 

O câncer infantojuvenil é a doença que mais mata crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão ligado ao Ministério da Saúde, respondendo por cerca de 8% das mortes infantis. Os tipos mais comuns, entre esse público, são as leucemias, que afetam os glóbulos brancos, os que atingem o sistema nervosos central e os chamados linfomas, que agridem o sistema linfático. Mas também ocorrem em crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), o tumor de Wilms (tipo de tumor renal), a retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), o tumor germinativo (das células que originam os ovários e os testículos), a osteossarcoma (tumor ósseo) e os sarcomas (tumores de partes moles).

O Dia Mundial de Combate ao Câncer Infantojuvenil, 15 de fevereiro, foi criado em 2002 pela Childhood Cancer International(CCI), e simboliza uma campanha global para conscientizar sobre a doença e expressar apoio às crianças, e adolescentes e famílias que enfrentam o problema.

É de extrema importância chegar precocemente ao diagnóstico preciso, para provocar o menor impacto possível na saúde da criança, durante o tratamento, o que pode se traduzir na redução das doses da quimioterapia, tempo de internação e também prevenir complicações, promovendo, ao máximo, a qualidade de vida do paciente”, orienta o médico Hugo Oliveira, coordenador da Oncopediatria do OncoCenter do Hospital Dona Helena, de Joinville (SC).

O profissional explica que, diferente do câncer de adulto, o infantojuvenil geralmente é de natureza embrionária – ou seja, de células indiferenciadas, o que significa a possibilidade de respostas melhores aos tratamentos. Mas as causas do câncer infantojuvenil ainda são desconhecidas pela ciência médica, ao contrário das doenças que afetam os adultos, geralmente associadas a questões ambientais, ocupacionais ou estilo de vida.

É muito importante o papel da família no acompanhamento da saúde geral de crianças e adolescentes, procurando ajuda médica sempre que entender necessário. Alguns sinais são muito importantes, nesse contexto:

- palidez

- hematomas ou sangramentos sem razão aparente

- caroços ou inchaços, especialmente se forem indolores, sem febre ou outros sinais de infecção

- perda de peso inexplicada

- febre, tosse persistente ou falta de ar

- suores noturnos

- alterações nos olhos, como pupila branca, estrabismo repentino, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos

- inchaço abdominal

- dores de cabeça, principalmente se forem incomuns, persistentes ou graves

- vômitos, especialmente pela manhã ou com piora ao longo dos dias

- dores nos braços ou pernas, dores ósseas, inchaços sem traumas nessas regiões

- fadiga, letargia ou mudança no comportamento, como isolamento

- tontura, perda do equilíbrio ou da coordenação motora.

 

Apoio da família

“Nas últimas décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi significativo. Hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos da doença podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado”, comenta o oncopediatra.

Mas, para chegar aos melhores resultados, Hugo Oliveira sublinha a importância da atuação da família, durante o tratamento. “O papel da família é essencial em todo o processo do tratamento do câncer. É muito relevante o acolhimento de seus próprios sentimentos diante da doença, ajudando a fortalecer os laços para apoiar a criança em todos os níveis, seja espiritual, familiar ou mesmo no nível profissional. É um momento que exige atenção e dedicação total à criança, tratando seus medos, suas angústias, seus sentimentos e acolhendo-a da melhor forma para que possamos ajudar a crescer e desenvolver nosso pequeno paciente de forma segura e saudável”, diz o médico.

Hugo destaca, ainda, que é se deve tratar a criança respeitando os limites de maturidade inerentes à idade. “Ela precisa saber as informações, dentro daquilo que tem de maturidade para entender sobre o que é a doença, como é o processo que ela enfrenta. Ao ter consciência de tudo que está enfrentando, estará mais bem preparada para essa jornada – e, mais do que isso, será ativa participante de todo o processo de sua própria cura porque, terá aliviado seu medo e eventuais frustrações, características desse momento difícil”, sublinha.

Para o profissional, as melhores ferramentas da família, nessa hora, são a positividade, o otimismo, a fé. Buscar ajuda espiritual e psicoterapêutica também são ótimos caminhos. “É delicado, dado que tratamos não apenas nosso pequeno paciente, mas também seu núcleo familiar. Temos que acolher os sentimentos dessa família e desconstruir as crenças limitantes ou inadequadas frente à morte, ao medo do tratamento. É essencial manter a esperança, a crença positiva, sem camuflar a realidade, priorizando o enfrentamento real daquela situação. ”


Estudo mostra alta prevalência de depressão, ansiedade e estresse pós-traumático após a COVID-19

 Pesquisadores da USP avaliaram 425 pacientes entre seis e nove meses após a alta hospitalar. Mais da metade relatou declínio da memória e testes indicaram perdas cognitivas relevantes nessa população (imagem: Pixabay)

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Em estudo feito com 425 pacientes que se recuperaram das formas moderada e grave da COVID-19, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) observaram uma alta prevalência de déficits cognitivos e transtornos psiquiátricos. As avaliações foram conduzidas no Hospital das Clínicas entre seis e nove meses após a alta hospitalar.

Mais da metade (51,1%) dos participantes relatou ter percebido declínio da memória após a infecção e outros 13,6% desenvolveram transtorno de estresse pós-traumático. O transtorno de ansiedade generalizada foi diagnosticado em 15,5% dos voluntários, sendo que em 8,14% deles o problema surgiu após a doença. Já o diagnóstico de depressão foi estabelecido para 8% dos pacientes – em 2,5% deles somente após a internação.

Os resultados completos da pesquisa, que contou com apoio da FAPESP, foram divulgados na revista General Hospital Psychiatry.

“Um dos principais achados é que nenhuma das alterações cognitivas ou psiquiátricas observadas nesses pacientes se correlaciona com a gravidade do quadro. Também não vimos associação com a conduta clínica adotada no período de hospitalização ou com fatores socioeconômicos, como perda de familiares ou prejuízos financeiros durante a pandemia de COVID-19”, conta Rodolfo Damiano, médico residente do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina (FM-USP) e primeiro autor do artigo.

O estudo integra um projeto mais amplo, coordenado pelo professor da FM-USP Geraldo Busatto Filho, no qual um grande grupo de pessoas atendidas no Hospital das Clínicas entre 2020 e 2021 vem sendo acompanhado por profissionais de diversas áreas, entre elas otorrinolaringologia, fisiatria e neurologia, a fim de avaliar eventuais sequelas deixadas pelo SARS-CoV-2.

“Durante meu doutorado, eu coordenei a avaliação neuropsiquiátrica, cujos resultados preliminares foram descritos neste artigo”, conta Damiano à Agência FAPESP. O trabalho foi orientado pelo professor da FM-USP Eurípedes Constantino Miguel Filho.

“Uma de nossas preocupações era entender se esse vírus e a doença por ele causada têm impacto no longo prazo, produzindo manifestações tardias no sistema nervoso central”, conta E. Miguel.

Para o pesquisador, o fato de não ter sido encontrada uma correlação clara entre a condição psiquiátrica e a magnitude da doença na fase aguda ou fatores psicossociais – incluindo os de natureza socioeconômica ou vivências traumáticas – corrobora a hipótese de que alterações tardias relacionadas à infecção pelo SARS-CoV-2 (como processos inflamatórios associados a alterações imunológicas, danos vasculares associados a coagulopatias ou a própria presença do vírus no cérebro) teriam papel na origem dos transtornos.

“A presença de manifestações clínicas, como perdas cognitivas, cefaleias, anosmia [perda do olfato] e outras alterações neurológicas nesses pacientes contribuem com evidências adicionais de que essas alterações psiquiátricas possam refletir a ação do SARS-CoV-2 no sistema central.”


Metodologia

Todos os participantes foram submetidos a uma bateria de testes cognitivos para avaliação de habilidades como memória, atenção, fluência verbal e orientação espaço-temporal.

“Observamos bastante perda cognitiva. Em um teste que mede a velocidade de processamento, por exemplo, os pacientes demoravam em média duas vezes mais do que o esperado para a idade [com base em valores médios descritos na literatura científica para a população brasileira]. E isso foi observado para todas as idades”, conta Damiano. “Além disso, mais da metade relatou, de forma subjetiva, um declínio na memória.”

Os voluntários também passaram por uma entrevista estruturada com um psiquiatra e responderam a questionários padronizados usados no diagnóstico de depressão, ansiedade e estresse pós-traumático.

Como descrevem os autores no artigo, a prevalência de “transtorno mental comum” (sintomas depressivos, estados de ansiedade, irritabilidade, fadiga, insônia, dificuldade de memória e concentração) no grupo estudado (32,2%) foi maior do que a relatada para a população geral brasileira (26,8%) em estudos epidemiológicos.

Nesses pacientes, a prevalência de transtorno de ansiedade generalizada (14,1%) foi consideravelmente maior do que a média dos brasileiros (9,9%). A prevalência de depressão encontrada (8%) também é superior à estimada para a população geral do país (entre 4% e 5%).

“Os pacientes que evoluem para a forma grave, em geral, são mais comprometidos clinicamente [por problemas cardíacos, renais, diabetes e outras comorbidades] e, consequentemente, já apresentam mais sintomas psiquiátricos. Isso foi considerado na análise. Mesmo corrigindo para esse fator, a prevalência observada no estudo foi muito alta”, afirma Damiano.

O agravamento de sintomas psiquiátricos após infecções agudas é algo comum e esperado, comenta o pesquisador. “Mas com nenhuma outra doença viral se observou tanta diferença e perdas cognitivas tão significativas como com a COVID-19. Uma das possíveis explicações é o próprio efeito do vírus no sistema nervoso central”, comenta. “Se essas perdas são recuperáveis é algo que ainda não sabemos.”


Próximos passos

Atualmente, o grupo da USP estuda amostras de sangue coletadas dos voluntários durante o período de internação. O objetivo é avaliar o perfil de citocinas (proteínas do sistema imune que regulam a resposta inflamatória) para descobrir se há correlação entre o grau de inflamação durante a fase aguda da COVID-19 e o desenvolvimento de sintomas neuropsiquiátricos.

“Caso exista alguma correlação, o passo seguinte será investigar se drogas inibidoras de interleucinas [um dos tipos de citocina] podem ser usadas para prevenir o aparecimento ou o agravamento de sintomas psiquiátricos”, conta.

Para quem já foi afetado, Damiano indica vacinação e acompanhamento psiquiátrico. “Há evidências de que exercícios físicos ajudam a reverter alterações cognitivas associadas a doenças graves e também há treinos de reabilitação cognitiva que podem ser feitos com acompanhamento de um neuropsicólogo habilitado. Além disso, acredito que a prática de meditação pode ser benéfica.”

O artigo Post-COVID-19 psychiatric and cognitive morbidity: Preliminary findings from a Brazilian cohort study pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0163834322000020#!.

 

 

Karina Toledo

Agência FAPESP

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Garganta doendo, pontos vermelhos e pus: causas e alertas do otorrinolaringologista Dr. Alexandre Colombini

A dor de garganta, na maioria dos casos, começa de forma discreta, como uma leve dor ao engolir, mas aos poucos o corpo todo vai sentindo o reflexo deste mal-estar.

Nem sempre é um problema simples e de rápida solução, principalmente quando a dor é recorrente.

Segundo o otorrinolaringologista Dr. Alexandre Colombini, dor ou desconforto recorrente na garganta não deve ser considerado normal. É  importante atenção, principalmente com inflamações que atingem a região.⁣⁣

“ A dor de garganta recorrente ao acordar pode ser um sinal de que a respiração durante a noite foi pela boca. Neste caso, é ideal investigar o que causa a obstrução do nariz que leva o paciente a respirar pela boca. Quando ocorre de forma prolongada (crônica), associada com pigarro, tosse e/ou sensação de uma bola na garganta, comumente está associada com doença do refluxo, onde o retorno de conteúdo gástrico à laringe pode provocar queimaduras na estrutura. Se o quadro for mais simples, como as gripes e resfriados de inverno, por exemplo, a dor tende a sumir de forma espontânea e com o reforço na hidratação”, ressalta Dr. Alexandre.

O especialista alerta que a dor de garganta, com lesões tipo aftas ou feridas, pode inclusive estar associadas a ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis), como a sífilis, ou até mesmo um câncer.

De acordo com Colombini, a dor de garganta com pequenas aftas e pontos vermelhos pode indicar uma infecção viral, que pode atingir toda a da cavidade oral, faringe, língua, gengiva, bochechas, céu da boca e no entorno dos lábios. De natureza viral, em geral alguns tipos da família do herpes.

Algumas dicas de prevenção:

- Evite sair de um ambiente refrigerado e ir para ambiente quente de repente;

- Evite ficar horas no Ar-condicionado com baixas temperaturas;

- Mantenha a limpeza e manutenção adequadas em aparelhos de ar-condicionado e ventiladores;

- Sempre busque deixar os ambientes arejados para maior circulação do ar;

- Mantenha a hidratação em dia

- Use mascara caso apresente sintomas respiratórios.

 

 Dr. Alexandre Colombini - Otorrinolaringologista, formado pelo renomado Instituto Felippu e Membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial – ABORL-CCF. Suas áreas de atuação: Otorrinolaringologia clínica e cirúrgica com enfoque nas patologias nasais, cirurgia endoscópica, ronco e apneia.


Atestados emitidos por cirurgiões-dentistas têm validade prevista em lei

O CROSP assegura: atestados, pedidos de exames e receitas emitidas pelos profissionais não podem ser recusados e têm a mesma validade que documentos assinados por médicos!

 

Os pacientes devem ficar atentos: o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) assegura que pedidos de exames, atestados odontológicos e prescrições de medicamentos têm validade prevista em lei. O artigo 6º, parágrafo III da Lei nº 5981/66 aponta que é de competência do cirurgião-dentista: “atestar, no setor de sua atividade profissional, estados mórbidos e outros, inclusive, para justificação de faltas ao emprego”. A relevância do documento é a mesma conferida aos atestados emitidos por médicos e é dever de empregadores e gestores de recursos humanos (RH) das empresas se atentarem para esse detalhe.

Sob dúvidas frequentes dos setores de RH, de profissionais da área de vendas de medicamentos, de técnicos de laboratórios e de pacientes, os documentos assinados por cirurgiões-dentistas têm validade garantida juridicamente e não podem ser rejeitados - a não ser que haja suspeita de falsificação ou outras irregularidades, que, nesse caso, devem ser averiguadas.

Os dados que constam no atestado odontológico podem ser usados para diversos fins. Eles informam desde o tempo que o paciente esteve no consultório, até a indicação de necessidade de repouso. A recusa do documento, por parte de empregadores, pode trazer questionamentos na Justiça. Quando a empresa não aceita o atestado odontológico legítimo, o trabalhador tem direito de acionar a Delegacia Regional do Trabalho e o sindicato que o representa para denunciar o fato.

O CROSP reforça: “O atestado não pode ser negado sob a justificativa de que ele foi emitido por um cirurgião-dentista”. As únicas situações que justificam a recusa são indícios de eventual falsificação ou rasuras e informações incompletas.

Além dos atestados odontológicos, a prescrição de medicamentos também faz parte das competências do cirurgião-dentista. De acordo com a Lei Federal nº 5081/66 este profissional tem o direito de prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas em decorrência do ato ou procedimento odontológico, portanto, dentro de sua área de atuação. O cirurgião-dentista também pode usar a medicação de urgência, no caso de acidentes graves que comprometam a vida e a saúde do paciente.

Vale reforçar, também, que, para que o documento tenha validade, a receita precisa ser clara, legível e em linguagem compreensível, bem como, atender os requisitos previstos na Resolução nº 357/2001 do Conselho Federal de Farmácia. Deve ser escrita sem rasuras, em letra de forma ou por extenso. Abreviaturas, códigos e símbolos são vedados. 


Pedidos de Exame

A recusa de pedidos de exame solicitados por cirurgiões-dentistas por parte de laboratórios, operadoras de Planos Médicos ou Odontológicos também é ilegal, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). 

As Leis Federais nº 5081/66 e nº 9656/98, bem como as normativas da ANS, asseguram aos profissionais da Odontologia o direito de solicitar exames, o que também está garantido na Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego nº 397, de 2002. Ela estabelece, dentro da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), a competência do cirurgião-dentista em solicitar exames complementares, como radiografias, ressonância magnética, solicitações de risco cirúrgico e exames de laboratório em geral, necessários.

Portanto, pedidos de exames só podem ser rejeitados caso haja rasuras ou alguma outra inconsistência relacionada ao paciente e ao profissional. Para que isso não ocorra, é importante seguir a legislação vigente e as normas do Código de Ética Odontológica. Mas, se ainda assim houver a recusa por parte das operadoras de saúde, laboratórios, clínicas e hospitais, o paciente ou o profissional devem denunciar o caso à ANS, reforça o CROSP.

É importante verificar se o exame é de cobertura obrigatória pelo rol mínimo estabelecido pela ANS, ou pelas cláusulas do contrato com o plano de saúde. Havendo essa obrigatoriedade e, sendo o exame necessário para que o cirurgião-dentista estabeleça seu diagnóstico, acompanhe a evolução do tratamento odontológico, ou para segurança dos procedimentos que serão realizados, ele não poderá ser negado pelas operadoras, hospitais, clínicas ou laboratórios.

O CROSP alerta que a recusa de forma imotivada dos documentos odontológicos, como atestados, prescrições e pedidos de exames, trata-se de conduta ilegal, que deve ser levada ao conhecimento dos órgãos competentes de acordo com seu âmbito de averiguação, seja perante o CROSP, a ANS, o PROCON, ou outro órgão de defesa do consumidor.

 

 

Conselho Regional de Odontologia de São PauloCROSP

www.crosp.org.br


Terapias melhoram qualidade de vida de pacientes com doenças incuráveis

Durante Fevereiro Roxo, especialistas do Hospital São Camilo SP falam sobre tratamentos que aliviam sintomas de Lúpus, Fibromialgia e Alzheimer 

 

Viver com uma doença incurável requer adaptação de rotina, dos hábitos e cuidados com a saúde física e mental, uma vez que seu impacto na qualidade de vida pode ser significativo. Esse é o caso de quem convive com Lúpus, Fibromialgia ou Alzheimer, enfermidades que fazem parte da extensa lista de doenças crônicas que afetam milhões de pessoas no mundo.

Conforme a Dra. Daniela Lima, geriatra e a coordenadora do projeto de saúde integrativa da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, embora apresentem características distintas, essas doenças podem ter seus sintomas reduzidos com a realização de diversas ações terapêuticas aliadas ao tratamento.

“Uma equipe multidisciplinar é fundamental nestes casos, pois ela atuará junto ao médico, incluindo atividades complementares visando o bem-estar do paciente”, explica.

A especialista destaca que Terapia Ocupacional, fisioterapia, acupuntura e musicoterapia estão entre as atividades que auxiliam no tratamento de dores crônicas, redução de quadros de ansiedade e depressão, estresse e insônia, bem como na melhora da mobilidade, equilíbrio e memória.



Terapia Ocupacional

Exercícios como leitura, jogos lúdicos, trabalhos manuais e outras atividades atuam no estímulo físico e mental do paciente e contribuem para reduzir o impacto do avanço do Alzheimer, auxiliando nas funções básicas e alterações de comportamento causados pela doença.



Acupuntura

A prática visa estimular os pontos reflexos, promovendo inúmeros resultados terapêuticos. Pacientes com Fibromialgia e Lúpus podem obter melhora significativa de sintomas como dor, ansiedade, dificuldade de concentração, alterações do sono e fadiga, entre outros que afetam a qualidade de vida.

Dr. Levi Jales Neto, reumatologista e acupunturista da Rede São Camilo SP, ressalta que a acupuntura tem como objetivo reduzir o sofrimento do paciente que apresentam dores fortes, em alguns casos incapacitantes, auxiliando no bem-estar geral.



Musicoterapia

De acordo com a musicoterapeuta da Rede São Camilo SP Perola Carvalho Pereira, a prática pode contribuir à estimulação cognitiva, neurológica, da linguagem e da comunicação, bem como promover o acolhimento e elaboração de traumas, de adoecimento e luto, manejo de dores crônicas, ansiedade e depressão.

Dessa forma, tanto pacientes com Alzheimer como portadores de Lúpus e Fibromialgia poderão ter benefícios com a técnica, cujo amplo alcance promove melhora do bem-estar físico e emocional.

“A musicoterapia utiliza das propriedades de evocação e terapêuticas da música num processo estruturado para cuidar do ser no seu todo”, destaca a especialista.



Fisioterapia

Eficaz no tratamento de dores, a fisioterapia é um conjunto de práticas que, ao ser adaptada para cada necessidade, torna-se um apoio terapêutico importante aos pacientes que vivem com Fibromialgia e Lúpus.

Além disso, conforme orienta a Dra. Daniela, a técnica também auxilia na reabilitação de pacientes com Alzheimer, estimulando membros superiores e inferiores e exercitando a mastigação e outros movimentos afetados pela doença.

Segundo Dr. Levi, todas essas práticas podem ser discutidas com o médico a fim de definirem, juntos, quais serão os métodos mais adequados, objetivando sempre a melhora da qualidade de vida do paciente.

Ele ainda ressalta que, além das terapias complementares, o paciente obterá inúmeros benefícios ao aderir a técnicas de meditação, à prática regular de atividades físicas e à alimentação saudável, que proporcionam alívio dos quadros de dor, entre outros benefícios, ampliando as chances de sucesso do tratamento.



Fevereiro Roxo

Pensando na importância de compartilhar informações e promover o bem-estar dos portadores destas doenças, a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo adere à campanha Fevereiro Roxo, iluminando as fachadas de suas unidades Santana, Pompeia e Ipiranga durante todo o mês.

A Instituição também divulgará conteúdos em suas redes sociais, com dicas de especialistas sobre formas de prevenção, diagnóstico e tratamentos das doenças, além de contar com equipes multidisciplinares preparadas em todas as unidades para atender às necessidades de pacientes com doenças crônicas.


  

Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp


Detran.SP: 78% das multas na Operação Direção Segura Integrada são por recusa ao teste do bafômetro

Blitze da Lei Seca feitas em janeiro autuaram 274 condutores no Estado de São Paulo; 216 não aceitaram fazer o teste do bafômetro

 

Levantamento realizado pelo Departamento Estadual de Trânsito do Estado de São Paulo (Detran.SP) mostra que 78% das multas aplicadas no mês de janeiro durante fiscalizações da Operação Direção Segura Integrada (ODSI) foram para motoristas que se recusaram a fazer o teste do etilômetro (bafômetro). De um total de 274 infrações registradas, 216 foram por esse motivo. No total, 6.030 motoristas foram abordados.

As operações integram equipes do Detran.SP e das polícias Militar, Civil e Técnico-Científica. Os 216 condutores autuados por recusa ao teste do bafômetro serão multados, cada um no valor de R$ 2.934,70 e responderão a processo de suspensão da carteira de habilitação. No caso de reincidência no período de 12 meses a pena será aplicada em dobro, ou seja, R$ 5.869,40, além da cassação da CNH. 

O mesmo ocorrerá com outros 46 condutores (16,7 % do total das multas aplicadas) que apresentaram até 0,33 % miligramas de álcool por litro de ar expelido e responderão a processo administrativo. Tanto dirigir sob a influência de álcool quanto recusar-se a soprar o bafômetro são consideradas infrações gravíssimas, de acordo com os artigos 165 e 165-A do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). 

Já 12 condutores (4,3 % do total das infrações) responderão na Justiça por crime de trânsito, pois apresentaram mais de 0,34% miligramas de álcool por litro de ar expelido. Se condenados, poderão cumprir de seis meses a três anos de prisão, conforme prevê a Lei Seca, também conhecida como “tolerância zero”. 

As fiscalizações de janeiro foram realizadas durante as noites de sexta, sábado e madrugadas de domingo em 16 cidades. São elas: Ribeirão Preto, Marília, São José do Rio Preto, Barueri, Tupã, São Paulo, Caraguatatuba, Bauru, Mirassol, Bertioga, Araçatuba, Ferraz de Vasconcelos, Barretos, Presidente Epitácio e Sumaré. 

“A realização da ODSI é fundamental para conscientizarmos os motoristas de todo o estado, e ajudar na redução de acidentes e mortes no trânsito. Álcool e direção é uma combinação que definitivamente não combina, alerta Neto Mascellani, diretor-presidente do Detran.SP.

 

Dia da Internet Segura: Veja 5 dicas para proteger as crianças das armadilhas digitais

Diálogo aberto, restrição ao uso de aparelhos eletrônicos e atividades em família podem evitar os principais perigos do mundo online

 

Já parou para pensar na quantidade de informações e dados que são vazados na internet e no quanto as pessoas se expõem com um simples clique? Segundo uma pesquisa divulgada no ano passado pelo Google, como consequência da pandemia, 70% das crianças e jovens entrevistados afirmaram que o tempo de permanência online aumentou, expondo-os ainda mais aos perigos da rede. Como proteger as crianças de eventuais ameaças e controlar o conteúdo que elas acessam?

 

Nesta terça-feira (8), é comemorado o Dia Internacional da Internet Segura (ou Safer Internet Day, no original em inglês), data instituída pela Rede Insafe, na Europa. Ela acontece todo segundo dia da segunda semana de fevereiro e está presente em mais de 200 países. De acordo com a Insafe, a proposta é "envolver e unir os diferentes atores, públicos e privados, na promoção de atividades de conscientização em torno do uso seguro, ético e responsável da internet, nas escolas, universidades, ONGs e na própria rede".

 

"Quanto  mais tempo a criança fica conectada, mais exposta às ameaças do mundo virtual ela está. As principais preocupações hoje em dia são o aliciamento infantil, o acesso a conteúdo inapropriado, a invasão de privacidade, o cyberbullying e o sexting, que é o compartilhamento de conteúdos sexuais. Em geral, as crianças e adolescentes não conseguem ter real dimensão desses perigos, e por isso a importância de os adultos estarem alertas para esses perigos”, explica a assistente social especialista no Enfrentamento à Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes na ONG Visão Mundial, Marcia Monte.

 

Em 2019, o Google entrevistou 400 pais e 200 professores para saber quais eram suas reais preocupações sobre segurança online e cidadania digital. Um dado interessante obtido pela pesquisa é que a média de idade em que as crianças costumam ganhar seu primeiro dispositivo com conexão à internet é de apenas 10 anos; e os pais acreditam que é preciso começar a ensiná-las a respeito de segurança online ainda mais cedo, aos 8 anos. 

 

“A partir do diálogo e das orientações recebidas pelos pais, professores e outros cuidadores é que as crianças e adolescentes saberão identificar riscos e tomar as decisões adequadas no uso ético e seguro da internet. O melhor caminho é o diálogo. Desde cedo, os jovens precisam saber o que pode e o que não pode ser feito no universo digital, sempre de maneira participativa”, diz Monte.

 

Para que as crianças aproveitem a internet ao máximo, elas precisam estar prontas para tomar decisões inteligentes. Veja algumas dicas da Visão Mundial de como elas podem explorar o mundo on-line com segurança:

 

1. Acompanhamento da criança

 

Monitorar a atividade dos filhos não é uma invasão de privacidade, mas uma maneira de garantir a sua segurança. Por isso, é importante ser presente na vida virtual da criança, assim como se faz no mundo offline. É recomendado adicioná-la nas redes sociais, observando o que ela posta na internet, as pessoas com quem interage e aquelas que a seguem.

 

Já no mundo físico, a recomendação é demonstrar interesse pelo cotidiano da criança, sempre de maneira constante e não apenas quando algo acontece. Isso facilitará o processo de comunicação, permitindo que ela se abra mais facilmente. É importante conversar com frequência com os professores, assim como com os pais dos coleguinhas da escola, além dos próprios amigos. 

 

2. Diálogo aberto

 

Como sempre ocorre quando o assunto é segurança, a orientação sobre as melhores práticas é fundamental. É muito importante manter um diálogo aberto com a criança e explicar os riscos aos quais ela está exposta ao navegar sem controle pelo mundo virtual.

 

Instrua-a a não revelar dados pessoais, não enviar fotos íntimas e não adicionar pessoas estranhas. Explique que a internet é uma ótima ferramenta de entretenimento e aprendizado, mas pode esconder armadilhas e que é papel dos pais protegê-la destes eventuais perigos. Explique também o porquê do monitoramento, para que a criança ou adolescente se sinta parte do processo.

 

3. Sinais de alerta

 

Crianças costumam exibir mudanças em seu comportamento quando expostas a situações de estresse, incluindo o assédio ou bullying na internet. Perda de apetite, mal desempenho escolar, depressão, desinteresse em atividades, irritabilidade e falta de apetite são alguns dos sinais nos quais os responsáveis devem sempre ficar de olho.

 

Caso a criança ou adolescente apresente comportamentos estranhos, os pais devem chamá-los para uma conversa. Em alguns casos, pode ser necessário buscar ajuda de terceiros, como um psicólogo ou alguma figura de confiança. 

 

4. Computadores próximos

 

No caso de computadores, é recomendado colocá-los em um lugar de uso comum na casa, como na sala de estar. Assim, os pais poderão acompanhar mais facilmente a rotina virtual dos filhos. No caso de tablets e celulares, pode-se restringir o tipo de conteúdo e sites que podem ser acessados pela criança nos dispositivos móveis, assim como a instalação de aplicativos não autorizados. 

 

5. Atividades em família

 

Ainda que a internet possa potencializar o aprendizado e o nível de conhecimento das crianças, é importante restringir a quantidade de horas que elas passam online. Além de limitar o acesso físico a aparelhos eletrônicos, uma ótima forma de reduzir o uso de aparelhos eletrônicos é por meio de atividades ao ar livre.  

Levar os filhos para passear no parque, almoço em família ou simplesmente realizar atividades lúdicas e simples dentro da casa, não apenas ajuda a diminuir o tempo gasto na internet, como também estreita os laços familiares e a sociabilidade do pequeno. 



Visão Mundial - organização humanitária dedicada a trabalhar com crianças, famílias e suas comunidades para atingir todo o seu potencial, combatendo as causas da pobreza e da injustiça. A Visão Mundial serve a todas as pessoas, independentemente de religião, raça, etnia ou gênero. A organização está no Brasil desde 1975 atuando por meio de programas e projetos nas áreas de proteção, educação, advocacy e emergência, priorizando crianças e adolescentes que vivem em situações de vulnerabilidades.


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