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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Dia da Internet Segura: Veja 5 dicas para proteger as crianças das armadilhas digitais

Diálogo aberto, restrição ao uso de aparelhos eletrônicos e atividades em família podem evitar os principais perigos do mundo online

 

Já parou para pensar na quantidade de informações e dados que são vazados na internet e no quanto as pessoas se expõem com um simples clique? Segundo uma pesquisa divulgada no ano passado pelo Google, como consequência da pandemia, 70% das crianças e jovens entrevistados afirmaram que o tempo de permanência online aumentou, expondo-os ainda mais aos perigos da rede. Como proteger as crianças de eventuais ameaças e controlar o conteúdo que elas acessam?

 

Nesta terça-feira (8), é comemorado o Dia Internacional da Internet Segura (ou Safer Internet Day, no original em inglês), data instituída pela Rede Insafe, na Europa. Ela acontece todo segundo dia da segunda semana de fevereiro e está presente em mais de 200 países. De acordo com a Insafe, a proposta é "envolver e unir os diferentes atores, públicos e privados, na promoção de atividades de conscientização em torno do uso seguro, ético e responsável da internet, nas escolas, universidades, ONGs e na própria rede".

 

"Quanto  mais tempo a criança fica conectada, mais exposta às ameaças do mundo virtual ela está. As principais preocupações hoje em dia são o aliciamento infantil, o acesso a conteúdo inapropriado, a invasão de privacidade, o cyberbullying e o sexting, que é o compartilhamento de conteúdos sexuais. Em geral, as crianças e adolescentes não conseguem ter real dimensão desses perigos, e por isso a importância de os adultos estarem alertas para esses perigos”, explica a assistente social especialista no Enfrentamento à Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes na ONG Visão Mundial, Marcia Monte.

 

Em 2019, o Google entrevistou 400 pais e 200 professores para saber quais eram suas reais preocupações sobre segurança online e cidadania digital. Um dado interessante obtido pela pesquisa é que a média de idade em que as crianças costumam ganhar seu primeiro dispositivo com conexão à internet é de apenas 10 anos; e os pais acreditam que é preciso começar a ensiná-las a respeito de segurança online ainda mais cedo, aos 8 anos. 

 

“A partir do diálogo e das orientações recebidas pelos pais, professores e outros cuidadores é que as crianças e adolescentes saberão identificar riscos e tomar as decisões adequadas no uso ético e seguro da internet. O melhor caminho é o diálogo. Desde cedo, os jovens precisam saber o que pode e o que não pode ser feito no universo digital, sempre de maneira participativa”, diz Monte.

 

Para que as crianças aproveitem a internet ao máximo, elas precisam estar prontas para tomar decisões inteligentes. Veja algumas dicas da Visão Mundial de como elas podem explorar o mundo on-line com segurança:

 

1. Acompanhamento da criança

 

Monitorar a atividade dos filhos não é uma invasão de privacidade, mas uma maneira de garantir a sua segurança. Por isso, é importante ser presente na vida virtual da criança, assim como se faz no mundo offline. É recomendado adicioná-la nas redes sociais, observando o que ela posta na internet, as pessoas com quem interage e aquelas que a seguem.

 

Já no mundo físico, a recomendação é demonstrar interesse pelo cotidiano da criança, sempre de maneira constante e não apenas quando algo acontece. Isso facilitará o processo de comunicação, permitindo que ela se abra mais facilmente. É importante conversar com frequência com os professores, assim como com os pais dos coleguinhas da escola, além dos próprios amigos. 

 

2. Diálogo aberto

 

Como sempre ocorre quando o assunto é segurança, a orientação sobre as melhores práticas é fundamental. É muito importante manter um diálogo aberto com a criança e explicar os riscos aos quais ela está exposta ao navegar sem controle pelo mundo virtual.

 

Instrua-a a não revelar dados pessoais, não enviar fotos íntimas e não adicionar pessoas estranhas. Explique que a internet é uma ótima ferramenta de entretenimento e aprendizado, mas pode esconder armadilhas e que é papel dos pais protegê-la destes eventuais perigos. Explique também o porquê do monitoramento, para que a criança ou adolescente se sinta parte do processo.

 

3. Sinais de alerta

 

Crianças costumam exibir mudanças em seu comportamento quando expostas a situações de estresse, incluindo o assédio ou bullying na internet. Perda de apetite, mal desempenho escolar, depressão, desinteresse em atividades, irritabilidade e falta de apetite são alguns dos sinais nos quais os responsáveis devem sempre ficar de olho.

 

Caso a criança ou adolescente apresente comportamentos estranhos, os pais devem chamá-los para uma conversa. Em alguns casos, pode ser necessário buscar ajuda de terceiros, como um psicólogo ou alguma figura de confiança. 

 

4. Computadores próximos

 

No caso de computadores, é recomendado colocá-los em um lugar de uso comum na casa, como na sala de estar. Assim, os pais poderão acompanhar mais facilmente a rotina virtual dos filhos. No caso de tablets e celulares, pode-se restringir o tipo de conteúdo e sites que podem ser acessados pela criança nos dispositivos móveis, assim como a instalação de aplicativos não autorizados. 

 

5. Atividades em família

 

Ainda que a internet possa potencializar o aprendizado e o nível de conhecimento das crianças, é importante restringir a quantidade de horas que elas passam online. Além de limitar o acesso físico a aparelhos eletrônicos, uma ótima forma de reduzir o uso de aparelhos eletrônicos é por meio de atividades ao ar livre.  

Levar os filhos para passear no parque, almoço em família ou simplesmente realizar atividades lúdicas e simples dentro da casa, não apenas ajuda a diminuir o tempo gasto na internet, como também estreita os laços familiares e a sociabilidade do pequeno. 



Visão Mundial - organização humanitária dedicada a trabalhar com crianças, famílias e suas comunidades para atingir todo o seu potencial, combatendo as causas da pobreza e da injustiça. A Visão Mundial serve a todas as pessoas, independentemente de religião, raça, etnia ou gênero. A organização está no Brasil desde 1975 atuando por meio de programas e projetos nas áreas de proteção, educação, advocacy e emergência, priorizando crianças e adolescentes que vivem em situações de vulnerabilidades.


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