O câncer infantojuvenil é a doença que mais mata crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão ligado ao Ministério da Saúde, respondendo por cerca de 8% das mortes infantis. Os tipos mais comuns, entre esse público, são as leucemias, que afetam os glóbulos brancos, os que atingem o sistema nervosos central e os chamados linfomas, que agridem o sistema linfático. Mas também ocorrem em crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), o tumor de Wilms (tipo de tumor renal), a retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), o tumor germinativo (das células que originam os ovários e os testículos), a osteossarcoma (tumor ósseo) e os sarcomas (tumores de partes moles). O Dia Mundial de Combate ao Câncer
Infantojuvenil, 15 de fevereiro, foi criado em 2002 pela Childhood Cancer International(CCI), e simboliza uma campanha global para conscientizar sobre a
doença e expressar apoio às crianças, e adolescentes e famílias que enfrentam
o problema. “É de extrema importância chegar precocemente ao diagnóstico preciso,
para provocar o menor impacto possível na saúde da criança, durante o
tratamento, o que pode se traduzir na redução das doses da quimioterapia,
tempo de internação e também prevenir complicações, promovendo, ao máximo, a
qualidade de vida do paciente”, orienta o médico Hugo Oliveira, coordenador
da Oncopediatria do OncoCenter do Hospital Dona Helena, de Joinville (SC). O profissional explica que,
diferente do câncer de adulto, o infantojuvenil geralmente é de natureza
embrionária – ou seja, de células indiferenciadas, o que significa a
possibilidade de respostas melhores aos tratamentos. Mas as causas do câncer
infantojuvenil ainda são desconhecidas pela ciência médica, ao contrário das
doenças que afetam os adultos, geralmente associadas a questões ambientais,
ocupacionais ou estilo de vida. É muito importante o papel da
família no acompanhamento da saúde geral de crianças e adolescentes,
procurando ajuda médica sempre que entender necessário. Alguns sinais são
muito importantes, nesse contexto: - palidez - hematomas ou sangramentos sem
razão aparente - caroços ou inchaços, especialmente
se forem indolores, sem febre ou outros sinais de infecção - perda de peso inexplicada - febre, tosse persistente ou falta
de ar - suores noturnos - alterações nos olhos, como pupila
branca, estrabismo repentino, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos
olhos - inchaço abdominal - dores de cabeça, principalmente
se forem incomuns, persistentes ou graves - vômitos, especialmente pela manhã
ou com piora ao longo dos dias - dores nos braços ou pernas, dores
ósseas, inchaços sem traumas nessas regiões - fadiga, letargia ou mudança no
comportamento, como isolamento - tontura, perda do equilíbrio ou
da coordenação motora. Apoio da família “Nas últimas décadas, o progresso
no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi significativo.
Hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos da doença podem
ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados.
A maioria terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado”, comenta o
oncopediatra. |
Mas, para chegar
aos melhores resultados, Hugo Oliveira sublinha a importância da atuação da
família, durante o tratamento. “O papel da família é essencial em todo o processo do tratamento do
câncer. É muito relevante o acolhimento de seus próprios sentimentos diante da
doença, ajudando a fortalecer os laços para apoiar a criança em todos os
níveis, seja espiritual, familiar ou mesmo no nível profissional. É um momento
que exige atenção e dedicação total à criança, tratando seus medos, suas
angústias, seus sentimentos e acolhendo-a da melhor forma para que possamos
ajudar a crescer e desenvolver nosso pequeno paciente de forma segura e
saudável”, diz o médico.
Hugo destaca, ainda, que é se deve
tratar a criança respeitando os limites de maturidade inerentes à idade. “Ela
precisa saber as informações, dentro daquilo que tem de maturidade para
entender sobre o que é a doença, como é o processo que ela enfrenta. Ao ter
consciência de tudo que está enfrentando, estará mais bem preparada para essa
jornada – e, mais do que isso, será ativa participante de todo o processo de
sua própria cura porque, terá aliviado seu medo e eventuais frustrações,
características desse momento difícil”, sublinha. |
Para o
profissional, as melhores ferramentas da família, nessa hora, são a
positividade, o otimismo, a fé. Buscar ajuda espiritual e psicoterapêutica
também são ótimos caminhos. “É delicado, dado que tratamos não apenas nosso
pequeno paciente, mas também seu núcleo familiar. Temos que acolher os
sentimentos dessa família e desconstruir as crenças limitantes ou inadequadas
frente à morte, ao medo do tratamento. É essencial manter a esperança, a crença
positiva, sem camuflar a realidade, priorizando o enfrentamento real daquela
situação. ”
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