Especialista do Grupo Huntington dá dicas e recomendações
para as mulheres que pretendem adiar a maternidade
A
gravidez tardia tornou-se uma realidade no Brasil. Ela acompanha uma tendência
comportamental e cultural entre as mulheres de todas as classes sociais no
mundo. Adiar a gestação pode acontecer por uma série de fatores, como priorizar
o crescimento profissional, a necessidade de tratamentos de saúde ou, até
mesmo, a espera da pessoa ideal.
Segundo informações do censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a população brasileira atual é de 207,7 milhões de
habitantes. A população distribui-se pelas regiões da seguinte forma: Sudeste
(86,3 milhões), Nordeste (56,9 milhões), Sul (29,4 milhões), Norte (17,7
milhões) e Centro-Oeste (15,6 milhões).
Já a taxa de natalidade tem diminuído nas últimas décadas, de acordo com dados
do instituto. Isto ocorre em função do reflexo da dinâmica social e do perfil
demográfico do país nos últimos anos. Nas décadas de 1950-60, uma mulher tinha,
em média, de 4 a 6 filhos. Atualmente, um casal tem um ou dois filhos.
A taxa de mortalidade também está caindo em nosso país. Com as melhorias na
área de medicina, mais informações e melhores condições de vida, as pessoas
vivem mais. Enquanto no começo da década de 1990 a expectativa de vida era de
66 anos, em 2013 foi para 74,9 anos, com dados do IBGE.
Em lembrança ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, a médica
Dra. Melissa Cavagnoli, especialista em reprodução humana da Huntington
Medicina Reprodutiva, destaca algumas informações importantes para auxiliar as
mulheres que têm outros objetivos e pretendem adiar uma gestação, mas desejam
ter filhos no futuro e realizar o sonho da maternidade.
Como preservar a
fertilidade por mais tempo?
É possível se preparar fisicamente e psicologicamente para conseguir
engravidar com mais idade. Algumas ações simples podem ser importantes para a
conservação dos óvulos das mulheres:
- Visitar um ginecologista periodicamente pode revelar
desequilíbrios hormonais ou outras situações perigosas, que possam afetar a
fertilidade;
- Dieta balanceada acrescentando alguns alimentos benéficos: consumir Ômega 3,
presente em peixes de água fria como salmão e sardinha, em nozes e ervilhas,
por exemplo, ajuda no sistema de reprodução;
- A prática de exercícios físicos para manter a forma também é sugerida. Uma
mulher acima do peso está sujeita a mais disfunções hormonais e ovulatórias.
Quando conseguem engravidar, a obesidade pode ser prejudicial à gravidez;
- Evitar fumar, consumir bebidas alcoólicas, anabolizantes e outras drogas que
afetam a qualidade dos óvulos;
- O estresse também pode alterar as taxas hormonais, que afetam as funções
ovarianas, modificam os ciclos menstruais e, em quadros mais avançados, cessam
a menstruação;
A questão psicológica também é importante para a fertilidade, pois o
acompanhamento psicológico pode evitar o desenvolvimento de doenças. "É um
período que a mulher está mais suscetível às oscilações de humor e a depressão
ou o transtorno de ansiedade podem surgir. Atividades como a prática de ioga,
meditação e sessões de massagens, por exemplo, podem auxiliar a reverter o
quadro de estresse", observa a especialista.
Congelamento de óvulos
Trata-se de uma possibilidade segura para preservar a fertilidade: o gameta
feminino pode ser coletado ainda saudável e usado quando a mulher decidir que é
o melhor momento para engravidar. Isso porque, se ela congelar os óvulos aos 35
anos, mesmo que venha a descongelá-los e tentar engravidar aos 40, a chance de concepção
é a mesma de quando tinha 35 anos. "O congelamento mantém as chances de
gravidez em até 60% por tentativa, em vez dos 25% relativos à gravidez de uma
mulher de 40 anos ao se submeter a tratamento de fertilização in vitro",
finaliza a médica.
O congelamento de óvulos também é indicado para mulheres
ainda jovens que apresentam alguma patologia clínica (doença), que causará uma
diminuição da reserva ovariana de forma mais rápida. Por exemplo, o tratamento
de alguns tipos de cânceres, ou até mesmo alterações genéticas e autoimunes,
indicarão a busca pela tecnologia de preservação da fertilidade para o futuro
por conta de uma gravidez adiada, mas ainda com a possibilidade de realizar um
sonho, o de ser mãe.