Mesmo quem possui algum problema de saúde, pode
saborear um bom chocolate na Páscoa.
(Foto: Free Imagens Live)
Mesmo quem possui alguma alergia, problema de saúde ou
intolerância pode saborear um bom chocolate. Médicas ensinam a ler os rótulos,
a não cair em “pegadinhas” nos ingredientes e como se deve explicar às crianças
a quantidade ideal de chocolate ao dia
Ninguém fica longe de um chocolate na Páscoa, nem que seja só um
pedacinho. E para a Páscoa de 2024, celebrada este ano no dia 31 de março, a Associação
Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) aponta um
crescimento de 17% na produção de ovos de Páscoa. Serão pelo menos 58 milhões
de unidades disponíveis nas prateleiras este ano.
E hoje em dia, a iguaria é democrática. Mesmo quem tem alguma
alergia ou problema de saúde pode comer tranquilo. Basta ler atentamente o
rótulo para conferir os ingredientes e seguir as orientações do seu médico.
Mas para aqueles que consideram os rótulos um grande mistério, a alergologista Camila Pereira e a nutricionista Patrícia Rosa, do Eco Medical Center, ensinam a desvendá-los de forma fácil. Assim, até mesmo quem tem diabetes, colesterol alto, alguma intolerância alimentar ou apenas deseja emagrecer, pode ter uma Páscoa mais saborosa.
Alergia x pegadinhas nos rótulos
Muitos pacientes possuem alergia à proteína do leite de vaca
(APLV) ou intolerância à lactose, que não são exatamente a mesma coisa. Por
lei, os rótulos de alimentos precisam conter informações bem visíveis como a
presença de leite e de lactose, açúcar, glúten, trigo, ovo, entre outros
ingredientes.
E a alergologista Camila Pereira mostra algumas “pegadinhas”
existentes nos rótulos. “Se o alimento está escrito ‘não contém lactose’, não
necessariamente ele é hipoalergênico (não causa alergia ao leite). A lactose é
o açúcar do leite e ela vem muitas vezes contaminada com proteína, mas as
proteínas do leite muitas vezes possuem outros nomes nos rótulos”, alerta a
médica.
São exemplos de ingredientes que podem indicar a presença do leite,
apesar de não terem a palavra “leite” no nome: soro (isento de lactose, de
concentrado de proteínas, desmineralizado), proteína de soro, whey protein,
caseína, caseinato (todos os tipos: de amônio, cálcio, magnésio, potássio ou
sódio), estabilizantes caseinato de sódio, fermento lácteo, lactoalbumina,
lactoglobulina, lactoferrina, composto lácteo, mistura láctea, proteína láctea
do soro microparticulada (substituto da gordura), lactose, lactulose,
lactulona, tagatose e gordura anidra.
Também são produtos que contém leite e desencadeiam reações
alérgicas em pacientes com APLV: gordura de manteiga, óleo de manteiga, éster
de manteiga, diacetil (normalmente usado em cerveja e pipoca amanteigada),
corante / saborizante caramelo, sabor de açúcar mascavo, chocolate,
saborizantes naturais ou artificiais, aroma ou sabor natural ou artificial de
manteiga ou margarina, creme de baunilha, creme de coco, cultura de ácido lático
e outras culturas bacterianas e nisina.
Pessoas que têm alergia às oleaginosas (amêndoa, amendoim, avelã,
castanha de caju, castanha-do-Pará, nozes, etc.) precisam ficar atentos, pois
são ingredientes comuns nos chocolates de Páscoa, incluindo os ovos gourmet.
“Vale lembrar que pacientes que são alérgicos a ovo não podem consumir
oleaginosas”, ensina a alergologista.
Já os intolerantes ao glúten ou ao trigo devem lembrar que as
colombas pascais possuem estes ingredientes. Emulsificante também é um produto
que deve ser procurado nos rótulos e evitado pois, segundo a nutricionista, é
altamente cancerígeno.
Para ter certeza que os chocolates são seguros, indicam as profissionais, a pessoa pode fazer seus bombons e ovos de Páscoa em casa.
Quantidade ideal de chocolate ao dia
Um dos grandes desafios dos pais na Páscoa é fazer as crianças
entenderem que não podem comer o chocolate todo de uma vez. Até mesmo os
adultos não resistem e “abusam”.
Para adultos, explica a nutricionista Patrícia Rosa, o ideal é o
equivalente a dois ou três “quadradinhos” de um chocolate em barra por dia. Mas
Patrícia ressalta que, para quem possui algum problema de saúde ou quer
emagrecer, não custa nada ir ao médico ou nutricionista e pedir orientações.
Melhor comer com controle do que se privar e ficar com vontade.
Para as crianças de até dois anos, o chocolate, principalmente com
açúcar, não é recomendado. Acima dessa idade, também é possível seguir a
orientação de até dois quadradinhos por dia, sempre explicando às crianças que
o chocolate em excesso pode doer a barriga e trazer dificuldade na hora de ir
ao banheiro. Mas há alguns “truques”, ensina Patrícia. O primeiro é escolher os
ovos de Páscoa que possuem a casca mais fina, com menos chocolate. As crianças
pequenas podem até entender a equivalência dos “quadradinhos”, mas não tanto a
espessura do ovo.
A outra dica é sempre negociar para comer o chocolate após as
refeições ou após comer um pedaço de fruta. Ou seja, interagir com outros
alimentos saudáveis.
Qual chocolate escolher?
Alergias:
- Chocolate sem leite: escolha os feitos à base de leite
vegetal, como coco, amêndoas ou soja. Verifique se o produto é livre de
traços de leite.
- Chocolate amargo: com alto teor de cacau (acima de 70%), é
naturalmente livre de leite e outros alergênicos.
- Chocolate vegano: feito com ingredientes vegetais como leite
de coco, manteiga de cacau e açúcar demerara.
Intolerância à lactose:
- Chocolate sem lactose: feito com leite sem lactose ou outros
ingredientes que não causam intolerância.
- Chocolate amargo: naturalmente livre de lactose.
- Chocolate vegano: feito com ingredientes vegetais, como leite
de coco, manteiga de cacau e açúcar demerara.
Diabetes:
- Chocolate com baixo teor de açúcar: com adoçantes naturais,
como stevia ou xilitol.
- Chocolate amargo: contém menos açúcar que ao leite.
- Chocolate com alto teor de cacau: rico em antioxidantes e com
baixo índice glicêmico, ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue.
Colesterol alto:
- Escolha chocolates com menos de 30% de gordura.
- Chocolate amargo: contém menos gordura saturada que ao leite.
- Chocolate com alto teor de cacau: rico em antioxidantes,
ajudam a reduzir o colesterol LDL ("mau" colesterol).
Dieta para emagrecimento:
- Moderação: consumir pequenas porções esporadicamente.
- Chocolate amargo: contém menos calorias e mais nutrientes que
ao leite.
- Chocolate com alto teor de cacau: rico em fibras, que
promovem saciedade.
Para saber mais, acesse nosso site.
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