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sexta-feira, 29 de março de 2024

Alimentação e bebidas impulsionam inflação de 0,41% nos supermercados em fevereiro


O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) em parceria com a FIPE, registrou inflação de 0,41% em fevereiro. O resultado foi impulsionado pelo aumento de 0,68% dos alimentos e bebidas. Nesse grupo de produtos, os semielaborados tiveram alta de 1,28% e os alimentos In natura, de 5,09%.
 

“Esses dois grupos são os únicos dentro de alimentos e bebidas que apresentam inflação no acumulado do ano, com 3,32% para produtos semielaborados e 8,13% para produtos in natura. O que equilibrou o indicador de preços de fevereiro foi a deflação de 0,45% nos itens industrializados, com queda de 0,27% no acumulado do ano”, comenta Felipe Queiroz, Economista-chefe da APAS. 

Os artigos de limpeza e os itens de higiene e beleza deflacionaram 1,52% e 0,37%, respectivamente.
 


Na comparação anual, a inflação em fevereiro acelerou 0,19 pontos percentuais, o que contribuiu para o índice de 1,50% no acumulado em doze meses. Projeções da APAS indicam que a inflação medida nos supermercados (IPS) encerre o ano em 4,2%, enquanto o índice oficial de inflação da economia brasileira, o IPCA, fique em 3,9%.

“O cenário projetado leva em conta uma conjuntura de fatores. Um aspecto é o impacto dos efeitos climáticos, como o El Niño, na produção de alimentos. O setor agropecuário sofre reflexos na colheita das safras e na criação dos rebanhos, o que afeta toda cadeia produtiva e pode causar oscilações nos preços dos alimentos”, explica Queiroz.

"Outra questão é o conflito no Oriente Médio. Os ataques do grupo iemenita Houthi às embarcações cargueiras têm afetado o fluxo marítimo no Canal de Suez, no Egito e impactando os preços dos fretes internacionais”, completa.
 

Semielaborados

A categoria de produtos semielaborados apresentou alta pelo quinto mês consecutivo, com índice de 1,28% em fevereiro. O resultado foi impulsionado pelos aumentos nas subcategorias leite (3,81%), cereais (3,44%) e aves (1,21%). Vale destacar a deflação das carnes bovinas (-0,70%) e suínas (-1,85%).

Na subcategoria de cereais, que apresenta inflação de 15,41% no acumulado dos últimos 12 meses, o arroz e o feijão têm pressionado a alta, com variações de 3,84 e 3,40% em fevereiro, respectivamente.
 



Industrializados 

Os produtos industrializados registraram em fevereiro deflação de 0,45%, índice favorável ante a inflação de 0,19% observada em janeiro. O resultado pode ser explicado pela queda de preços em oito subcategorias: derivados de leite (-0,77%), cafés, achocolatados, pó e chás (-0,26%), adoçantes (-1,05%), doces (-1,48%), biscoitos e salgadinhos (-0,85%), óleos (-0,13%), massas, farinhas e féculas (-0,76%) e condimentos e sopa (-0,33%).

Por outro lado, três subcategorias apresentaram inflação mensal: panificados (0,54%), enlatados e conservas (0,60%) e alimentos prontos (0,36%). Os preços dos derivados de carne permaneceram estáveis no período.

Dentro da categoria de óleos, a deflação mensal decorreu da redução dos preços dos óleos de soja (-1,38%), milho (-2,17%), girassol (-1,66%) e composto (-0,80%). Por outro lado, o azeite segue em alta, motivado pela quebra na produção mundial do produto. Em fevereiro, o azeite sofreu aumento de 3,83%, resultando em alta acumulada 45,6% nos últimos 12 meses.

Destaque para redução de 2,55% no preço da margarina, 1,05% no iogurte e 0,20% na muçarela, itens de grande representatividade da categoria de derivados de leite. Outros dois subitens que merecem atenção é a deflação nos chocolates (-0,22%) e nos sorvetes (-3,92%).
 



Produtos In natura 

Os produtos in natura registraram inflação de 5,09% em fevereiro e acumulam alta de 21,83% nos últimos 12 meses, reflexo da influência das condições climáticas adversas nos preços dos alimentos.

Todas as subcategorias apresentaram alta no mês, com destaque para frutas (3,00%), legumes (7,25%), tubérculos (7,40%), ovos (3,49%) e verduras (5,51%).

Na subcategoria de frutas, as maiores contribuições foram do abacaxi (13,48%), da laranja (12,64%), da banana (10,81%) e do melão (10,09%).

Já entre os legumes, o tomate e a cenoura, itens com maior peso nessa cesta de produtos, apresentaram aumentos de 8,86% e 18,55%, respectivamente. Em 12 meses, os dois produtos inflacionaram 25,01% e 87,99%, respectivamente.

Dentro da categoria de tubérculos, todas as subcategorias sofreram alta mensal e no acumulado dos últimos 12 meses. A batata, com inflação de 72,66% nos últimos 12 meses e 3,04% no mês, acumula a maior alta. Entre as verduras, destaque para queda de 0,73% no preço do agrião e de 0,55% do brócolis.
 



Bebidas
 

Bebidas não alcoólicas apresentaram inflação de 0,02% no mês e de 3,86% no acumulado dos últimos 12 meses. Por outro lado, os preços das bebidas alcoólicas sofreram deflação de 0,54%, apesar da alta de 4,36% registrada em 12 meses.

 

Artigos de limpeza e Produtos de higiene e beleza 

Os artigos de limpeza apresentaram deflação mensal de 1,52% e de 4,62% nos últimos 12 meses. Já os preços dos produtos de higiene caíram 0,37% em fevereiro, apesar da alta acumulada de 2,25%.

 

Nota Metodológica

O Índice de Preços dos Supermercados tem como objetivo acompanhar as variações relativas de preços praticados no setor supermercadista ao longo do tempo. O Índice de Preços dos Supermercados é composto por 225 itens pesquisados mensalmente em 6 categorias: i) Semielaborados (Carnes Bovinas, Carnes Suínas, Aves, Pescados, Leite, Cereais); ii) Industrializados (Derivados do Leite, Derivados da Carne, Panificados, Café, Achocolatado em Pó e Chás, Adoçantes, Doces, Biscoitos e Salgadinhos, Óleos, Massas, Farinha e Féculas, Condimentos e Sopa, Enlatados e Conservas, Alimentos prontos,); iii) Produto In Natura (Frutas, Legumes, Tubérculos, Ovos, Verduras); iv) Bebidas (Bebidas Alcoólicas, Bebidas Não Alcoólicas); v) Artigos de Limpeza; vi) Artigos de Higiene e Beleza. Assim, o IPS se apresenta como instrumento útil aos empresários do setor na tomada de decisões com relação a preços e custos dos mais diversos produtos. No que diz respeito à indústria, de maneira análoga, possibilita a tomada de decisão com relação a preços e custos dos produtos destinados aos supermercados. Ao mercado e aos consumidores é útil para a análise da variação de preços ao longo do tempo possibilitando o acompanhamento da evolução dos custos ao consumidor do setor supermercadista.

 

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