Exame clássico de urina e a dosagem da creatinina no sangue são eficazes para verificar como está o funcionamento dos rins
A saúde dos rins é fundamental para o bom funcionamento do organismo. No Brasil, um em cada 10 brasileiros sofrem de doenças renais crônicas (DCR), um problema que geralmente é detectado apenas quando a função desse órgão já está bastante comprometida. Com dois exames, é possível mudar essa realidade. Um deles é o teste clássico de urina e o outro é a dosagem da creatinina, sub produto do metabolismo muscular que normalmente é filtrado pelos rins e excretado na urina, e que possibilita estimar a taxa de filtração glomerular, fundamental para avaliar o nível de comprometimento dos rins.
“Os rins desempenham um papel crucial na filtragem do sangue para remover toxinas e o excesso de fluidos, além de regular a produção de sangue e a saúde dos ossos. Quando não estão funcionando adequadamente, há prejuízo na regulação da concentração e volume urinários e aparecem sintomas imediatos como inchaço, necessidade de ir ao banheiro diversas vezes, elevação da pressão arterial, falta de ar por excesso de líquido acumulado, cansaço por anemia, coceira por irritação da pele, insônia, cãibras musculares, náusea e vômitos e confusão mental”, explica o médico nefrologista, pesquisador e cientista de dados do Hospital Evangélico de Belo Horizonte (HE) e mestre em Pesquisa Clínica pela Universidade de Dresden, Tiago Lemos Cerqueira.
Esses sinais podem ser mascarados pela capacidade que os rins têm de
acelerar a filtração, o que pode retardar o aparecimento dos sintomas de lesões
renais de estágios iniciais e até moderados. Dessa forma, é crucial que o
indivíduo esteja ciente dos fatores de risco e realize exames de rotina para
monitorar a saúde renal. Os principais fatores de risco são: histórico familiar
de doenças renais, diabetes, hipertensão (pressão alta), obesidade, problemas
cardíacos e tabagismo.
Da mesma forma, pacientes já diagnosticados com diabetes e hipertensão arterial também precisam estar atentos para a saúde renal, visto que essas duas doenças estão entre as principais causas de doença renal crônica e podem afetar negativamente a função dos rins ao longo do tempo. “É crucial manter o controle de glicose adequado, monitorar e controlar a pressão arterial, realizar acompanhamento médico regular, adotar uma dieta saudável, praticar atividade física regular, manter um peso saudável, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool”, recomenda Tiago Cerqueira.
Além disso, alguns medicamentos são indicados especificamente para tratar pacientes que já possuem doença renal e reduzir a possibilidade de que os rins parem de funcionar. Por isso, o diagnóstico, em qualquer estágio que seja, é de extrema importância. “Essas medidas combinadas ajudam a preservar a função renal, prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida desses pacientes”, conclui.
HE –Hospital Evangélico de Belo Horizonte
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