Nas entranhas do mundo corporativo, onde a competição é feroz e as posições de liderança são os prêmios mais cobiçados, há um jogo obscuro em andamento. Um jogo que muitos preferem ignorar, enquanto outros são forçados a jogar. Trata-se do cruel processo de seleção, onde as máscaras são colocadas e as jogadas são calculadas com precisão cirúrgica.
Em um cenário onde se prega a abertura e a transparência, é irônico
como as cortinas se fecham nos bastidores das seleções. Candidatos entram na
dança com a esperança de serem escolhidos pelo seu mérito e habilidades, mas a
realidade muitas vezes é uma história diferente. Nos corredores das empresas, o
jogo é manipulado, e o profissional de Recursos Humanos muitas vezes se vê no
epicentro dessa tempestade.
Os anúncios de vagas podem soar como convites para uma competição
justa, mas por trás das palavras cuidadosamente escolhidas, há uma teia de
interesses ocultos. As posições de liderança não são apenas sobre competência e
experiência; são sobre alianças políticas, conexões pessoais e, em alguns
casos, favores obscuros.
Enquanto os candidatos lutam para se destacar em entrevistas e
testes, os profissionais de RH estão presos em um jogo de equilíbrio delicado.
Eles devem equilibrar as demandas dos departamentos, as expectativas dos
candidatos e as agendas muitas vezes contraditórias dos tomadores de decisão.
No meio desse caos, a ética muitas vezes é sacrificada no altar da conveniência
corporativa.
Quantos talentos promissores foram descartados simplesmente porque
não estavam no círculo interno dos privilegiados? Quantos profissionais
competentes foram preteridos em favor daqueles que sabiam jogar o jogo melhor?
Essas perguntas ecoam pelos corredores, mas as respostas são abafadas pelo som
das engrenagens corporativas em movimento.
E assim, o jogo cruel das seleções continua, alimentando-se da
ingenuidade dos candidatos e da resignação dos profissionais de RH. Enquanto as
empresas proclamam seus valores de meritocracia e igualdade de oportunidades, a
realidade é uma batalha desigual, onde as regras são escritas pelos que já
estão no poder.
À medida que avançamos para um mundo supostamente mais justo e inclusivo, é hora de iluminar os cantos escuros das seleções corporativas. É hora de desafiar o status quo e exigir transparência real. Porque enquanto o jogo cruel continuar, todos nós seremos perdedores em potencial.
Francisco Carlos
CEO Mundo RH - Top 100 People 2023
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