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sábado, 30 de julho de 2022

Tecnologia na infância: como seu uso exagerado afeta a formação da criança

Paloma Silveira Baumgart, Educadora Parental, esclarece como é possível tornar o uso do digital em uma relação equilibrada e saudável


É fato que o mundo se tornou totalmente tecnológico, tornando um verdadeiro desafio o equilíbrio com o seu uso, principalmente na infância. As crianças da nova geração acabam desenvolvendo, cada vez mais cedo, habilidades para lidarem com as ferramentas tecnológicas presentes em nosso dia a dia.  

Chamadas de geração digital, as crianças são apresentadas ao mundo tecnológico desde muito novas, o que pode vir a causar diversos problemas futuros. De acordo com a Educadora Parental, Paloma Silveira Baumgart, necessita haver um limite para isso. “A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) tem suas recomendações sobre o tempo e a idade que as crianças devem ser expostas a telas: Antes de 2 anos não é recomendado a exposição a nenhum tipo de telas! Entre 2 e 5 anos recomenda-se uma hora por dia e duas horas, como o limite máximo, para crianças com idade entre 6 e 10 anos. Não devemos exceder esse limite”, explica.

Expor a criança cada vez mais cedo às telas pode trazer sérios problemas, já que durante este período até os dois anos de idade, o cérebro está em constante desenvolvimento.
Paloma comenta que: “A exposição precoce às telas pode atrapalhar e atrasar processos mentais e cognitivos da criança. Como por exemplo, a aquisição da linguagem, falta de concentração, gerar agitação e irritabilidade. As telas nos ajudam a distrair as crianças e deixam o ambiente mais calmo, porém o seu uso em excesso é muito prejudicial à saúde e desenvolvimento deles.”

A tecnologia traz inúmeras vantagens à sociedade e ao desenvolvimento de crianças e adolescentes. Proibir e negar todos os dispositivos tecnológicos, já se torna algo inviável. No entanto, Paloma concorda que é possível achar meios equilibrados para que as crianças possam usar de maneira correta e sem abusos. “A tecnologia ajudou bastante a humanidade e nos trouxe muitos avanços. Estar conectado faz parte da nossa realidade e não dá para afastarmos isso dos nossos filhos. Mas precisamos encontrar um equilíbrio e sempre supervisionar o conteúdo”, comenta.

É fundamental que possamos tomar cuidados ao promover esta interação digital nas crianças e entender o momento correto de estimular isso. Para a educadora, o uso exacerbado da tecnologia prejudica a criança na tomada de decisões. “Quanto mais uma criança fica conectada à tela, mais desconectado é seu cérebro, sendo ainda mais difícil para a criança tomar decisões adequadas”, complementa.
 
Além disso, Paloma enfatiza que devemos estimular ainda mais nossas crianças brincarem ao ar livre e ter um equilíbrio em relação ao digital.  “As crianças estão ficando sedentárias, e muitas delas não sabem brincar ou interagir quando encontram outra criança, a socialização está sendo prejudicada. É um desafio, mas o equilíbrio é fundamental para seu bom desenvolvimento”. Ela complementa que, “O ideal é estipularmos os horários, colocar controle de tempo nos dispositivos e não deixar que as usem na hora das refeições. Além disso, sempre que tiver oportunidade, a criança precisa brincar e gastar as energias.”

 

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