Em agosto, entrará
em vigor uma norma da Susep que exige a criação de políticas ESG e publicação
de relatório anual de sustentabilidade, entre outras ações ambientaisImagem de anncapictures por Pixabay
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O mercado de seguros precisará investir mais em
sustentabilidade para respeitar novos requisitos de regulamentação do setor que
foram criados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). A novidade
consta na Circular 666/22, publicada no dia 29 de junho.
O principal objetivo da norma é avaliar o
comprometimento das empresas com as causas ambientais e fomentar a mitigação
dos riscos climáticos. A Susep quer estimular ações que nomeia como “ASG”
(Ambiental, Social, Governança), sigla equivalente ao termo inglês
"ESG" (Environmental, Social and Governance). Entre as medidas, a
Susep exigirá que cada empresa crie uma política de sustentabilidade, que
deverá ser reavaliada a cada três anos, e publique relatórios anuais de
sustentabilidade.
A Circular, que entrará em vigor no dia 1° de
agosto, vai impactar na atuação de seguradoras, entidades abertas de
previdência complementar, sociedades de capitalização e resseguradores locais.
No entanto, a mudança foi recebida com tranquilidade na FF Seguros pois a
seguradora já está investindo em sustentabilidade, com iniciativas alinhadas às
estratégias de transformação digital da companhia.
A unidade de agronegócios da seguradora se destaca
como um case de sucesso na gestão de riscos climáticos, adotando ferramentas
que possibilitam monitorar a previsão climática, o andamento das safras e
performance das áreas seguradas. “A sustentabilidade está na nossa frente de
ação nos últimos anos. Vamos integrar tecnologias e acelerar a transformação
digital para nortear as nossas estratégias e potencializar o propósito
ambiental”, diz o gerente comercial de agronegócio da FF Seguros, Diego Caputo.
De acordo com o superintendente de agronegócio,
Guilherme Frezzarin, a FF Seguros tem uma equipe dedicada ao tratamento e
análise de dados. “Trazemos insumos das propriedades, histórico de cultivo,
cadastro territorial dos segurados, qual é o comportamento do produtor na
propriedade, entre outras informações. Com tudo isso, conseguimos avaliar a
adequação ambiental, social e de governança”, explica.
Um exemplo das tecnologias utilizadas atualmente
pela FF Seguros é a ferramenta Brain, fornecida pelo Serasa, que foi
customizada em parceria com a seguradora para aperfeiçoar os processos de
subscrição. A tecnologia entrou em operação na safra de inverno do milho
safrinha 2021/22 e permitiu otimizar o mapeamento das áreas seguradas.
“A ferramenta veio para nos ajudar na captura das
informações de geolocalização de propriedades e melhorar a gestão delas. O
Brain mapeia as áreas com maior precisão e agilidade, evita erros e
sobreposições de áreas, facilita a produção de croquis e minora fraudes.
Conseguimos ter uma resposta para análise de riscos e tomar decisões de
subscrição de maneira mais rápida”, conta Frezzarin.
Além da precisão na captura dos dados, Frezzarin
destaca a celeridade no processo. “Antes, a análise de subscrição podia demorar
até uma hora para mapear as áreas. Hoje em dia, a captura de geolocalização
ocorre automaticamente e temos uma prévia da proposta com os dados técnicos em
minutos, o que permite também fazer análises de subscrição em lote de áreas”,
revela o superintendente. A ferramenta, utilizada atualmente para o seguro
agrícola, será expandida para uso em toda a unidade de agronegócio em 2023,
beneficiando o seguro pecuário e outras modalidades.
Segundo Frezzarin, a partir de agora a FF Seguros
vai investir ainda mais em inteligência de negócios em seguros, para
automatizar cálculos de risco e melhorar os controles internos. “A
transformação digital colabora para melhorar a política de compliance e nos
prepara para absorver riscos de catástrofes. O agro é a unidade que está mais
suscetível às intempéries, então precisamos monitorar o clima e a produção dos
nossos segurados para prever problemas”, afirma ele.
Os dados coletados durante a subscrição são
tratados para integrar a plataforma de monitoramento de safras da FF Seguros,
desenvolvida em parceria com a empresa de tecnologia Farmers Edge. A plataforma
consegue conectar imagens de satélites e dados climáticos de cada região segurada,
otimizando ainda mais o atendimento ao produtor e possíveis processos de
sinistro.
“Temos estações meteorológicas e fazemos um dossiê
de cada propriedade segurada e região. Isso ajuda muito a eliminar riscos não
cobertos e ter um melhor controle da capacidade de distribuição espacial do
seguro. Pretendemos criar também um dashboard de gestão para integrar os
corretores e permitir que eles possam acompanhar o fluxo de monitoramento do
seguro. A proposta é trazer mais transparência para a cadeia e melhorar a
qualidade das operações”, diz o superintendente.
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