No mês de conscientização e prevenção deste tipo de câncer, hematologista responde dúvidas a respeito da doença que pode ser controlada por meio da identificação precoce da alteração
O mês de agosto é marcado pela conscientização ao
tratamento do linfoma, um câncer que acomete os órgãos linfáticos, com a
campanha "Agosto Verde Claro", instituída pela Organização
Mundial da Saúde (OMS). De acordo com a hematologista, Jamille Cunha, do Grupo
SOnHe, Oncologia e Hematologia, o linfoma pode ser controlado por meio da
identificação precoce da alteração. “O brasileiro precisa entender um pouco
mais sobre a doença, que mesmo com sintomas ainda ocasiona o diagnóstico tardio
e a piora da condição médica. Na maioria dos casos, encontramos linfonodos
aumentados, que são nódulos no pescoço, axila e região da virilha, as famosas
ínguas, sem infecção, além de febre persistente sem doença infecciosa, aumento
do volume da barriga, aumento do baço, perda de peso injustificada e sudorese
aumentada no período noturno”, explica. Para esclarecer sobre a importância de
identificar a doença precocemente, a hematologista, responde cinco perguntas
sobre esse tipo de câncer que todos devem saber. Confira:
1)
Toda íngua é linfoma?
Não. Nem toda íngua é linfoma.
A íngua é um sinal de inflamação nas glândulas. Esse processo de
aumentar a glândula é um mecanismo de defesa do nosso organismo para
combater agentes agressores e possíveis infecções. Porém, esses linfonodos só
devem ser ditos como suspeitos quando não estão associados a uma doença
infecciosa vigente, permanecem por mais de três meses ou estão aumentando de
tamanho.
2)
Todos os linfomas são iguais?
Não, existem grupos de linfomas que podem ser classificados em
linfoma de Hodgkin ou Linfoma não-Hodgkin que possuem características
diferentes entre si, sendo diferenciados pela biópsia local da área
acometida.
3)
Existe algum exame preventivo?
Infelizmente não. Os linfomas são câncer com componente genético
importante, porém não são, na maioria das situações, hereditários. Portanto, o
mais importante é atenção aos sinais e sintomas precocemente para auxílio
médico especializado.
4) Existe
algum fator de risco?
Sim. Alguns subtipos de linfomas podem ser associados a infecção
viral, como do vírus HIV, HTLV e Epstern-baar. Como também pela presença da
bactéria H. Pylori na mucosa do estômago. Sendo assim, a detecção dessas
infecções deve ser prontamente tratada (quando possível) ou esses pacientes
devem ser acompanhados pelo médico especialista.
5)
Recebendo o diagnóstico de linfoma,
qual é meu próximo passo?
Bem, você irá ser encaminhado a um médico especialista na área: o
médico hematologista. Posteriormente, precisará fazer alguns exames para
avaliar como a doença está no seu corpo. Para os casos que o tratamento
medicamentoso é necessário – a depender do subtipo do linfoma –, este poderá
ser feito com quimioterapia, imunoterapia ou radioterapia.
Jamille Cunha -
médica formada pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR) com residência de
Clínica Médica pelo MEC no Hospital Ipiranga em São Paulo e residência de
Hematologia e Hemoterapia na EPM/Unifesp. Na hematologia, possui aprimoramento
em citometria de fluxo em doenças hematológicas e oncohematologicas pela escola
de ensino e pesquisa USP-SP. Foi médica assistente do instituto do câncer de
São Paulo – ICESP. Atualmente, em andamento com mestrado pelo departamento de
oncologia clínica UNIFESP/EPM com foco no estudo em doenças mieloproliferativas
crônicas. Desde 2022 faz parte do Grupo SOnHe atuando como hematologista.
Grupo
SOnHe - Oncologia e Hematologia
gruposonhe
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