Segundo a OMS,
cerca de 50 milhões de pessoas no mundo contam com algum tipo de demência,
sendo o mal de Alzheimer a mais comum
Considerado o órgão mais poderoso do corpo humano, o cérebro é capaz de comandar reações, movimentos e sensações. No entanto, alguns hábitos do dia a dia podem impactar sua funcionalidade, ocasionando inúmeras doenças que causam, entre outras coisas, o esquecimento.
O neurologista Maurício Lobato, que atua no AME Itu, gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, desvenda os principais mitos e verdades sobre o Alzheimer, doença neurodegenerativa e progressiva, que afeta, majoritariamente, pessoas acima de 60 anos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo contam com algum tipo de demência, sendo o mal de Alzheimer, como é chamado, a mais comum.
Ainda sem cura descoberta, a doença impacta na memória, linguagem e percepção do mundo, provocando alterações no comportamento, personalidade e humor das pessoas.
Confira abaixo algumas das principais questões
sobre o assunto:
É possível evitar Alzheimer com leitura?
Verdade. O hábito regular da leitura pode ser considerado um fator de proteção contra o desenvolvimento de doenças da memória, como o Alzheimer, assim como pessoas com mais anos de estudo e uma escolaridade mais elevada possuem menor chance de desenvolver a doença.
“Além da leitura, é recomendável que as pessoas
incorporem à sua rotina outros hábitos neuroprotetores para a memória e demais
funções cognitivas, como a prática regular de atividades físicas e o consumo de
alimentação adequada à prevenção de doenças”, reitera o especialista.
Esquecer as coisas indica Alzheimer?
Mito. O sintoma de esquecimento é normal e cotidiano para a maioria das pessoas. O problema ocorre quando este esquecimento se torna disfuncional, atrapalhando as atividades da vida diária e levando a interferências no trabalho e nas relações interpessoais.
Quando isso acontece, é essencial procurar um
médico neurologista, que realizará uma avaliação diagnóstica, onde o risco de
diversas doenças será avaliado, inclusive o de Alzheimer.
Jovens também podem ter Alzheimer?
Mito. É muito raro que pessoas jovens desenvolvam o mal de Alzheimer, já que o mais habitual é que pessoas mais velhas – geralmente após os 60 anos – apresentem os sintomas da doença.
Conforme o especialista, estima-se que cerca de 10%
da população idosa apresente sintomas da doença. “O percentual aumenta
progressivamente em faixas etárias mais elevadas.”
Portadores do mal de Alzheimer esquecem tudo sobre
sua vida antes da doença?
Mito. No Alzheimer, o esquecimento geralmente é relacionado a fatos recentes e cotidianos, preservando memórias do passado distante, bem como eventos da infância e juventude. No entanto, à medida em que a doença progride, pode haver também esquecimentos para fatos do dia a dia.
“É importante destacar que, durante a doença, pode
ocorrer o comprometimento de outras funções cognitivas, atenção e linguagem,
assim como eventuais alterações de ordem comportamental e de humor”, alerta.
Cuidadores e familiares também precisam de auxílio
para conviver com a doença?
Verdade. A doença de Alzheimer é complexa e envolve outros aspectos da vida do paciente, além dos clínicos.
“Trata-se de uma doença que também impacta a vida
de todos ao redor, desde familiares e cuidadores, até os amigos mais conhecidos
ou os de âmbito socioeconômico. O Alzheimer interfere na saúde física e mental
e nos relacionamentos interpessoais. Até mesmo questões jurídicas podem
ocorrer.”
Corpo e mente em equilíbrio
Dr. Lobato alerta para a importância dos cuidados com a saúde da mente e do corpo, mantendo hábitos fundamentais para a prevenção de doenças da memória, como o mal de Alzheimer.
Conforme o médico, é importante compensar doenças crônicas, dentre elas o diabetes, pressão alta e colesterol elevado, bem como combater a obesidade, sedentarismo e hábitos tóxicos ao cérebro, como consumo de álcool e tabagismo.
“Preservar o estímulo intelectual e o bem-estar
psíquico, além de manter boa qualidade do sono, também são medidas valiosas e
que podem auxiliar seu cérebro, preservando funções cognitivas como a memória.
Juntos, estes hábitos garantem maior qualidade de vida na idade mais avançada”,
finaliza o especialista.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João
Amorim”
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