Segundo o Instituto
Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é a primeira causa de morte por
câncer na população feminina no Brasil. No combate a esta doença, a informação
tem um papel fundamental por auxiliar nas medidas preventivas, no diagnóstico
precoce e na adesão ao tratamento, para aumentar as chances de cura e
sobrevida, além de melhorar a qualidade de vida das pacientes.
Para entender mais sobre a doença, a médica
oncologista Maria Cristina Figueroa Magalhães, tira as principais dúvidas.
O câncer de mama só afeta quem tem histórico
familiar
Mito. Apesar de pessoas que possuem histórico de
câncer de mama na família apresentarem maior risco de desenvolver a doença,
medidas preventivas são fundamentais para qualquer mulher. Segundo o INCA,
apenas 5% dos casos estão relacionados a fatores hereditários.
Amamentar pode proteger contra o câncer de mama
Verdade. Existem evidências de que quanto mais
prolongado for o período de aleitamento, maior a proteção, principalmente se a
gestação ocorrer antes dos 30 anos de idade. Esse elo se dá porque a
amamentação reduz o número de ciclos menstruais e, consequentemente, da exposição
a certos hormônios femininos que podem estar associados ao surgimento de
tumores, como é o caso do estrógeno. Assim, um mecanismo postulado para o
efeito protetor da amamentação é que ela pode retardar o restabelecimento dos
ciclos ovulatórios.
Uma grande análise agrupada que incluiu dados
individuais de 47 estudos epidemiológicos (aproximadamente 50.000 mulheres com
câncer de mama invasivo e 97.000 controles) estimou que, para cada 12 meses de
amamentação, houve uma redução de 4,3% no risco relativo de câncer de mama.
Quem faz o auto-exame não precisa de mamografia
Mito. O chamado “caroço” não é o único sintoma do
câncer de mama. Além dele, existem alguns nódulos não palpáveis que só podem
ser detectados por meio da mamografia. Este exame tem papel fundamental na
detecção de calcificações, que podem surgir antes mesmo da imagem de um nódulo.
O uso de desodorante pode causar câncer de mama
Mito. O câncer se origina da mutação do DNA celular
herdado ou adquirido por fatores ambientais. Nenhum tipo de desodorante causa
essa modificação. O que pode acontecer com o uso deles são alergias e
irritações.
Mulheres mais velhas têm mais chance de desenvolver
câncer de mama
Verdade. As estatísticas mostram que a idade
avançada é um dos fatores de risco para o câncer de mama. Isso não significa
que os exames de prevenção não devam ser realizados em mulheres de outras
faixas etárias. Dados do INCA mostram que a faixa etária que mais se beneficia
do rastreio de câncer de mama é entre os 50 e os 69 anos. É nesse grupo que o
custo-efetividade da mamografia é adequado.
Atividades físicas ajudam a prevenir o câncer de
mama
Verdade. A prática de atividades físicas traz
benefícios à saúde em geral e ajudam a prevenir uma série de problemas crônicos
e agudos. A obesidade e o sedentarismo aumentam o risco de desenvolvimento de
câncer de mama.
Todo nódulo na mama é câncer
Mito. Ao longo da vida, nosso corpo apresenta uma
multiplicação desordenada de células que podem formar nódulos nas mamas, mas
nem sempre eles trazem risco para a mulher. A maioria dos nódulos é de origem
benigna e não apresenta risco de evoluir para câncer de mama.
O câncer de mama não tem cura
Mito. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada,
maiores são as chances de cura. Por isso, existe tanto empenho em torno da
conscientização para o diagnóstico
precoce, como ocorre na Campanha Outubro Rosa. No entanto, é sempre
fundamental levar em conta que cada pessoa é única e a evolução da doença
também. Os avanços nos tratamentos garantem altos índices de sucesso dos
desfechos clínicos.
A quimioterapia é indicada para todas as pacientes
com câncer de mama
Mito. O uso deste tratamento é bem frequente, mas
em muitos casos não é necessário. A decisão em relação ao uso ou não de
quimioterapia é baseada em vários fatores: tamanho e características do tumor,
dados do estudo imuno-histoquímico (tipo de câncer de mama) e condições de
saúde da paciente, entre outros. Terapias conjugadas com uso de medicamentos
biossimilares vem ampliando as opções de tratamento de combate ao câncer de
mama e contribuindo para desfechos clínicos bem-sucedidos.
É possível estar com câncer de mama e não
apresentar sintomas
Verdade. Existem alguns sintomas do câncer que não
estão relacionados a “caroços” nos seios. São eles: pele com escamação,
irregular ou inflamada; vazamento pelo mamilo, inchaço da mama; dor nas costas
e no pescoço; e perda de peso inexplicável. Além disso, o rastreio com
mamografia anual a partir dos 40 anos é extremamente importante para os casos em
que a paciente não possui sintoma.
Biomm
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