O eleitor brasileiro concentra historicamente as suas atenções para as disputas pela presidência da República e os governos dos estados, deixando em segundo plano a escolha do seu candidato a senador. É preciso estimular a conscientização no eleitorado a respeito da importância do Senado Federal para a vida política do País. Afinal, foi o Senado que analisou e votou os processos de impeachment que afastaram da Presidência da República Fernando Collor, em 1992, e Dilma Rousseff, em 2016, por crimes de responsabilidade. Estas decisões, que foram tomadas em fiel cumprimento ao estabelecido pela Lei do Impeachment (Lei 1.079/50) e à luz da Constituição Federal, alteraram os rumos do País naqueles dois momentos distintos.
Contudo, a despeito da
inquestionável relevância do Senado, uma pesquisa encomendada pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) e realizada um mês após a eleição de 2010 demonstrou
que 21% já não se recordavam do nome do candidato a senador no qual votaram. É
profunda a desinformação dos eleitores, que em sua maioria não sabem que uma
das principais missões do Senado é o seu papel constitucional de sabatinar e
aprovar ou não as autoridades da República indicadas pelo Poder Executivo.
Precisam da aprovação do
Senado os candidatos à ocupação dos cargos de ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF), dos demais tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União
(TCU); de presidente e diretor do Banco Central; procurador-geral da República,
embaixadores, membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho
Nacional do Ministério Público (CNMP), e diretores de órgãos de fiscalização e
regulação, tais como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre outros.
Quase ninguém sabe, também,
que a idade mínima para ser senador, como também presidente e vice-presidente
da República, é de 35 anos; enquanto para deputado é de 21, o que demonstra a
exigência de maior maturidade para o Senado, que tem também a responsabilidade
de garantir o equilíbrio federativo do País.
Da mesma forma que paramos
para pensar em quem votar para presidente e governador, precisamos refletir
sobre quem queremos colocar no Senado para representar os interesses do nosso
Estado e, consequentemente, da população.
Marcelo Itagiba
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