A comédia fantástica escrita e dirigida por Milton Morales usa o espaço do bar para traçar um retrato do Brasil contemporâneo
5.5.50 fala sobre 5 pessoas num bar às 5
da tarde por 50 minutos
Em
um recorte do Brasil contemporâneo (fodeu!), a história de passa num bar comum.
Espera, comum mesmo? Acompanhe uma amostra aleatória de frequentadores, já que
as portas do bares ficam abertas para qualquer um entrar. Um filósofo, hoje
motorista de Uber,
uma professora que desistiu da profissão, um jovem universitário, um vendedor
ambulante e um homem que saiu da prisão domiciliar.
Com
elementos de realismo fantástico, a peça é colorida e dinâmica. Com texto
narrativo, os personagens não tem voz própria. O outro é quem fala dos seus
sentimentos, o outro é quem revela o seu íntimo. Visitados por seus fantasmas
(mesmo), são risíveis pelas situações patéticas em que se apresentam. (Devo rir
ou chorar? Risada, baby!)
Pequenos momentos de poesia salvam alguns personagens. (apenas alguns, os
outros estão na merda) Tropical? Exótico? Selvagem na selva de pedra?
Mortífero? Venha ver com seus próprios olhos essa confusão! Beijo, me liga (to
brincando, manda zap).
Concepção
do espetáculo
A
concepção da montagem partiu do texto narrativo. Enquanto um ator narra a
trajetória de um personagem, outro ator representa o personagem que raramente
tem voz própria, alguém sempre falará por eles. Bonecos tanto de tamanho
natural quanto miniaturas complementam a narrativa. As figuras fantásticas que
aparecem são representadas por bonecos (uma caveira, um fantasma e uma boca
gigante), tanto em tamanho grande como em miniatura.
O
espetáculo joga com as proporções o tempo todo, tendo como cenário um bar em
tamanho real e a sua miniatura no proscênio.
Um jogo de vetores se estabelece para as intenções da fala. Há uma mudança de direção constante desses vetores na cena onde podemos observar: a narração direta para a platéia, os atores falando entre si, atores falam com os bonecos e personagens, atores dão voz aos bonecos… Essa dinâmica às vezes pode ser muito rápida, com mais de um movimento dentro de uma fase, inclusive. Isso requer uma predisposição do ator em cena, cuja construção do personagem não chega e ser psicológica, ou se chega a ser, logo é quebrada pela mudança dos vetores mencionados.
Ficha
técnica
Texto
e direção: Milton
Morales F°
Com:
Cy Teixeira,
Frederico Mendonça e Milton Morales F°
Adereços,
cenografia e figurinos: Cy Teixeira, Milton Morales F°
Assistência
de adereços:
Daniel Cantanhede
Trilha
sonora e mixagens:
Milton Morales F°
João
Teixeira:
Equalização de trilha sonora
Voz
off: Priscilla
Olyva
Operação
de som: Gabriel
Oliveira
Fotografia:
Ronaldo Gutierrez
Assessoria
de comunicação: Vanessa Fontes
Realização: Casa da Gioconda
Agradecimentos:
Alexandre
Meirelles, Daniel Cantanhede, João Chiodi, Letícia Foratini, Lilian de Lima,
Núcleo Toada, Thiago Carreira, Thiago Ledier, Vanessa Portes e
Vera Lamy.
Casa
da Gioconda
Rua Conselheiro Carrão, 288 Bixiga. 48 lugares
Temporada:
À partir de 6 de Agosto. Sábados 19:30
Ingressos:
Plataforma Sympla:
R$40,00 inteira/ R$20,00 meia. (10 ingressos gratuitos por sessão.)
Indicação
etária: a partir
de 14 anos
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