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sexta-feira, 29 de julho de 2022

Teatro: 5.5.50 traz cinco pessoas num bar por 50 minutos


A comédia fantástica escrita e dirigida por Milton Morales usa o espaço do bar para traçar um retrato do Brasil contemporâneo

 

5.5.50 fala sobre 5 pessoas num bar às 5 da tarde por 50 minutos

Em um recorte do Brasil contemporâneo (fodeu!), a história de passa num bar comum. Espera, comum mesmo? Acompanhe uma amostra aleatória de frequentadores, já que as portas do bares ficam abertas para qualquer um entrar. Um filósofo, hoje motorista de Uber, uma professora que desistiu da profissão, um jovem universitário, um vendedor ambulante e um homem que saiu da prisão domiciliar. 

Com elementos de realismo fantástico, a peça é colorida e dinâmica. Com texto narrativo, os personagens não tem voz própria. O outro é quem fala dos seus sentimentos, o outro é quem revela o seu íntimo. Visitados por seus fantasmas (mesmo), são risíveis pelas situações patéticas em que se apresentam. (Devo rir ou chorar? Risada, baby!) Pequenos momentos de poesia salvam alguns personagens. (apenas alguns, os outros estão na merda) Tropical? Exótico? Selvagem na selva de pedra? Mortífero? Venha ver com seus próprios olhos essa confusão! Beijo, me liga (to brincando, manda zap).


Concepção do espetáculo

A concepção da montagem partiu do texto narrativo. Enquanto um ator narra a trajetória de um personagem, outro ator representa o personagem que raramente tem voz própria, alguém sempre falará por eles. Bonecos tanto de tamanho natural quanto miniaturas complementam a narrativa. As figuras fantásticas que aparecem são representadas por bonecos (uma caveira, um fantasma e uma boca gigante), tanto em tamanho grande como em miniatura.

O espetáculo joga com as proporções o tempo todo, tendo como cenário um bar em tamanho real e a sua miniatura no proscênio.

Um jogo de vetores se estabelece para as intenções da fala. Há uma mudança de direção constante desses vetores na cena onde podemos observar: a narração direta para a platéia, os atores falando entre si, atores falam com os bonecos e personagens, atores dão voz aos bonecos…  Essa dinâmica às vezes pode ser muito rápida, com mais de um movimento dentro de uma fase, inclusive. Isso requer uma predisposição do ator em cena, cuja construção do personagem não chega e ser psicológica, ou se chega a ser, logo é quebrada pela mudança dos vetores mencionados.  

 

Ficha técnica

Texto e direção: Milton Morales F°

Com: Cy Teixeira, Frederico Mendonça e Milton Morales F°

Adereços, cenografia e figurinos: Cy Teixeira, Milton Morales F°

Assistência de adereços: Daniel Cantanhede

Trilha sonora e mixagens: Milton Morales F°

João Teixeira: Equalização de trilha sonora

Voz off: Priscilla Olyva

Operação de som: Gabriel Oliveira

Fotografia: Ronaldo Gutierrez

Assessoria de comunicação: Vanessa Fontes 

Realização: Casa da Gioconda

Agradecimentos: Alexandre Meirelles, Daniel Cantanhede, João Chiodi, Letícia Foratini, Lilian de Lima, Núcleo Toada, Thiago Carreira, Thiago Ledier, Vanessa Portes e Vera Lamy. 

 

Casa da Gioconda

 Rua Conselheiro Carrão, 288 Bixiga. 48 lugares

Temporada: À partir de 6 de Agosto. Sábados 19:30

Ingressos: Plataforma Sympla: R$40,00 inteira/ R$20,00 meia. (10 ingressos gratuitos por sessão.)  

Indicação etária: a partir de 14 anos


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