terça-feira, 30 de abril de 2019

Rinosseptoplastia: a cirurgia corretiva que ajuda melhorar a respiração


 

Procedimento reúne o desvio de septo e a rinoplastia


A rinosseptoplastia é uma cirurgia que combina o tratamento de desvio do septo com a correção de defeitos estéticos do nariz. Quando existe a indicação dos dois procedimentos, o ideal é que sejam realizados numa mesma cirurgia, já que o pós-operatório costuma ser muito melhor, tanto da parte estética quanto da parte respiratória.
A correção de desvio do septo é indicada quando há problemas na respiração de uma das narinas, ou dos dois lados, no caso de desvios acentuados e sinuosos.
“É raro encontrar uma pessoa que tenha o septo totalmente reto, mas isso não significa que qualquer desvio mereça correção. Em geral, quanto mais próximo das narinas for o desvio do septo, mais obstrutivo ele é, pois esta área é mais estreita. Esses desvios, principalmente quando localizados na ponta do nariz, podem deixar a ponta do nariz caída. Nesses casos, a correção, além de melhorar a parte funcional, deixa a ponta nasal mais projetada ou arrebitada”, explica o cirurgião plástico Fernando Bianco, membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e do Colégio Brasileiro de cirurgiões (CBC).
A rinite é uma doença muito comum e que dá a sensação de nariz entupido, por causa do aumento dos cornetos nasais, conhecida como carne esponjosa. Se a cirurgia do septo for recomendada, ela será também associada a um procedimento para redução do volume dos cornetos, a turbinectomia.
“Existe uma preocupação com a parte funcional do nariz. Se houver risco da cirurgia estética prejudicar a respiração, vai precisar ser revisto com o paciente. Por exemplo, existem técnicas de estreitamento do dorso nasal, nos casos de nariz largo, que podem ficar esteticamente bonito, porém com pouca passagem do ar”, ressalta Bianco.
A cirurgia pode ser feita de forma aberta ou fechada. Na via aberta, é feita uma incisão na pele e o nariz é descolado. Esse processo é mais utilizado quando são necessárias correções mais complexas, porque a visualização das estruturas nasais fica melhor. Em geral, o corte é muito discreto, quase imperceptível com a cicatrização.
Na forma fechada, a incisão é feita dentro do nariz, sem pontos externos. Sua utilização acontece quando os problemas são mais fáceis de corrigir ou quando a pessoa tem histórico de problemas de cicatrização da pele.
Das duas formas, a cirurgia começa com a correção do desvio de septo. A cartilagem desviada ou removida é usada como enxerto para remodelar a parte estética
“Os passos seguintes variam conforme o que se pretende modificar. São feitas correções como retirada da giba óssea, estreitamento ou alargamento do dorso nasal e remodelamento da ponta nasal. A ponta nasal, por ter estruturas delicadas, requer mais cuidados”, completa o cirurgião.
A anestesia pode ser local com sedação ou geral. Cada método apresenta vantagens e desvantagens. A anestesia local com sedação é menos invasiva, o paciente não sente dor, mas permanece acordado, podendo ouvir barulhos dos instrumentos e do médico realizando a cirurgia, o que pode ser muito incômodo para alguns pacientes.
O pós-operatório da rinosseptoplastia costuma ser moderado, acompanhado de dor leve, que pode ser resolvida com analgésicos. Uma queixa comum é a sensação de nariz entupido, devido ao inchaço das estruturas nasais internas pela manipulação durante a cirurgia. A dificuldade respiratória tende a melhorar nas primeiras semanas.
“O nariz é uma estrutura muito vascularizada. Sangramentos em pequena quantidade são muito comuns nos primeiros dias de pós-operatório, por isso é indicado repouso de uma a duas semanas. O uso de tampões nasais pode ser necessário se o risco de sangramento for maior”, completa.
O inchaço da face demora mais tempo para regredir. O resultado final varia de seis meses até um ano, mas com um ou dois meses o nariz bem delineado já aparece. Como cuidado adicional, é recomendado evitar exposição ao sol e usar protetor solar mesmo em ambientes internos. Hematomas desaparecem em duas ou três semanas, sendo importante a proteção solar para não manchar a pele.

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