sexta-feira, 28 de setembro de 2018

A hipocrisia eleitoral sempre sai de seu covil para nos envenenar

Dizer que as matérias- primas da política são a hipocrisia e a mentira é tautológico e perde-se nas brumas da história, desde Catilina. Certos fatos, porém, devem ser registrados, dentre eles o abraço de Haddad em Meirelles, depois de seu Partido ter desancado às escâncaras o governo Temer, do qual o principal ator era o ora abraçado. Cícero, sua cabeça e suas mãos decepadas honraram o Senado Romano, que tanto ornamentou com sua oratória. O mundo pertence, como disse seu par brasileiro, às nulidades.  O povo, principalmente as mulheres, gritam no gueto dos desvalidos, enquanto por ele , pomposa, desfila a soberana caravana de César. 

O que nos desafia o pensamento, contudo, neste momento do século XXI, não é o confronto radical, mas a saída democrática na política e a liberdade econômica nos limites constitucionais e democráticos. O homem  será inteligente para criar a ciência tecnológica que o criou, e, paradoxalmente, indigente em matéria de conduzir a coisa pública?

Nossa solução é pacto social, reformas profundas, ética, dignidade, distribuição de rendas, superação dessa infame falta de saneamento básico a 50% de nossa população, nos marcos do Direito e de um Estado ordenado democraticamente. Numa palavra, tornar nossa Constituição um fato sociologicamente expressivo, não mais permitir que seja um pergaminho fictício. Nenhum desses candidatos que surgem como líderes nas pesquisas, seus partidos e sua triste história, são capazes de nos libertar. O campo ainda está aberto para uma grande surpresa nas eleições que se avizinham, sem nenhuma necessidade de arreglos entre os candidatos. Basta a sabedoria popular da maioria, que virá à tona.






Amadeu Garrido de Paula - Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.



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