Segundo cardiologista do HCor, estresse gerado por fatores
como trânsito, violência ou excesso de trabalho, favorecem o aumento da pressão
arterial e a liberação de hormônios que podem comprometer seriamente a saúde
cardíaca
Além de enfrentar uma intensa rotina de trabalho, quem
vive em uma metrópole precisa lidar diariamente com fatores bastante
desgastantes como o trânsito e a violência. Embora muitos tenham se acostumado
ao ritmo dos grandes centros urbanos, enfrentar a rotina dentro deles gera
muito mais do que um desgaste físico e emocional. “O estresse vivido por quem
mora na cidade geralente causa um aumento da pressão arterial e da frequência
cardíaca, além de provocar a liberação de hormônios que também podem prejudicar
o coração”, diz a cardiologista do HCor – Hospital do Coração, Dra Magaly Arrais.
Dra Magaly explica
que em função do estado de tensão e alerta contínuo do corpo, o cérebro sofre
alterações que levam a uma liberação de altos níveis de hormônios que geram
instabilidade no organismo e podem provocar espasmos na artéria coronária, que
irriga o coração, além de lesionar células cardíacas, conhecidas como miócitos,
por causa do aumento dos radicais livres. “O excesso de hormônios como o
cortisol e a adrenalina, por exemplo, aumentam os batimentos cardíacos e elevam
a pressão arterial. Por isso, pessoas predispostas ou com problemas cardíacos
podem sofrer infartos e até vir a óbito, caso sejam expostos a altos níveis de
tensão e ansiedade", explica a cardiologista do HCor.
Sintomas de estresse
Para
enfrentar a rotina urbana de maneira saudável, é preciso se cuidar. Por isso, a
gerente de psicologia do HCor, Silvia Cury, explica como identificar sinais de
tensão que podem indicar níveis mais altos de estresse. “Estresse é uma
condição de desequilíbrio do funcionamento físico e mental e pode ocorrer
quando o indivíduo precisa lidar e se adaptar constantemente com situações
diversas e frequentes para serem superadas o tempo
todo”, diz a psicóloga. “Fatores como pressão ou competição profissional,
violência, insegurança, mudanças na rotina familiar, questões pessoais mal
resolvidas ou perdas financeiras podem desencadear o problema”, revela
Silvia.
De
acordo com a psicóloga, os sintomas que indicam níveis mais altos de estresse podem aparecer em estágios, nem sempre percebidos
pelas pessoas. Primeiramente há a fase de alerta onde o evento estressor está
presente e o individuo nem sempre consegue lidar com ele. Nesta fase pode
ocorrer tensão física e emocional, dores musculares, irritabilidade,
sensibilidade emocional, ansiedade e inquietação. O estágio seguinte é o da
resistência onde, o evento estressor, que gera o estresse, está presente o
tempo todo e nem sempre o indivíduo tem alternativas de enfrentamento para
aquela situação. Nesta fase, pode surgir cansaço e perda de memória, dificuldade
de atenção e concentração e aumento da ansiedade, aumento da pressão arterial.
"Quando
o indivíduo não consegue se adaptar ao evento estressor e esgota todo seu
repertório adaptativo e de possíveis respostas ele entra na fase da
exaustão", explica Silvia. "Nesse estágio pode haver consequências
mais graves como infarto, doenças de pele como psoríase e até morte súbita.
Outras repercussões podem aparecer como: falta de interesse sexual, impotência,
distúrbio menstrual, erupções dermatológicas, queda de cabelo, perda ou ganho
de peso, desânimo e depressão", revela.
Alivie
a tensão
Para lidar com esses
problemas, é importante saber gerenciar o estresse. É fundamental reconhecer os
próprios sentimentos, os sintomas de estresse, reconhecer as próprias
limitações e procurar apoio de especialistas que auxiliem a enfrentar o
problema, caso o indivíduo não consiga fazer isto sozinho. O especialista pode
ajudar o indivíduo a reconhecer suas fragilidades e ajudá-lo a lidar com elas
através dos mecanismos de enfrentamento da situação. Outras dicas
importantes: desfrutar de momentos que tragam prazer e relaxamento, praticar
atividade física, ter uma vida social saudável e tirar férias uma vez ao ano.
"Vale lembrar que a ingestão de bebida alcoólica, cigarro e o excesso de
comida não auxiliam a pessoa. O ideal é buscar o equilíbrio emocional de
maneira saudável", finaliza a psicóloga do HCor.
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