Rinite alérgica pode agravar a doença
Os dados assustam.
Segundo o Departamento de Informática do SUS (DATASUS), do Ministério da Saúde,
a asma atinge de 10% a 25% da população brasileira e é responsável, anualmente,
por 400 mil internações hospitalares e 2.500 óbitos, além de um número
incontável de atendimentos ambulatoriais. As principais complicações da asma
são asfixia e, por consequência, a possível morte na ausência de tratamento
adequado.
Os dados
epidemiológicos colocam o Brasil como o 8º país no mundo em número de casos de
asma. A crise está relacionada ao aumento progressivo de falta de ar, tosse e chiado
no peito. A alergia é, na maioria dos casos, a grande desencadeadora da doença,
e eventos como poluição, exposição ao cigarro ou mudanças bruscas de
temperatura podem ativar os mecanismos de defesa do corpo, que responderão com
inflamações, provocando as crises. A hereditariedade também desempenha um forte
papel, pois os filhos de asmáticos estão mais propensos a sofrerem desta
condição.
Uma pesquisa
realizada pelo International Study of Asthma and Allergies, que entrevistou
90.478 pessoas entre 20 e 44 anos em 31 países, revelou que 80% dos asmáticos
têm rinite alérgica. A doença é a responsável por causar um inchaço na mucosa
do nariz, decorrente de um processo alérgico nas narinas, que dificulta a
passagem adequada do ar, trazendo uma maior limitação na respiração dos
asmáticos.
Segundo o
otorrinolaringologista Dr. Jessé Teixeira de Lima Júnior, da Clínica Otorrino
Center, o ideal é que as pessoas que sofrem dos dois problemas tratem
adequadamente a rinite, para ter sucesso no controle da asma. “A inflamação e
obstrução que a rinite produz pode provocar crises de falta de ar em pessoas
asmáticas, por isso, a associação dos dois problemas exige cuidados médicos
redobrados, tanto do ponto de vista pneumológico, quanto
otorrinolaringológico”, explica.
A asma e a rinite
precisam ser tratadas de forma contínua, e não apenas nos momentos de crise.
Hoje existe uma gama de medicamentos específicos e modernos para diminuir
os ataques de asma e garantir mais conforto aos pacientes, como os
corticosteroides orais, que agem no pulmão por 12 horas, evitando inflamação
dos brônquios no período. Também estão disponíveis broncodilatadores, que
ajudam a dilatar os brônquios de forma rápida, aliviando as crises, e os
anti-inflamatórios e antiestamínicos, que vão evitar o entupimento das narinas
e inflamações nos pulmões. Mas só um médico poderá prescrever o medicamento
adequado para cada caso.
Para que o
paciente não permaneça dependente de medicamentos, evitar os fatores que
provocam a doença pode ajudar a prevenir crises futuras. Confira abaixo oito
dicas para reduzir as chances de ter ataques de asma e rinite alérgica:
• faça um teste de
alergia para identificar o que está provocando as crises. Atacar um inimigo
conhecido pode aumentar as chances de sucesso no tratamento;
• evite móveis e
objetos que possam acumular poeira, principalmente no quarto, como carpetes e
ursos de pelúcia, que podem acumular ácaros. Suas fezes são as causas mais
comuns da alergia permanente e seus sintomas;
• evite limpar o
quarto com produtos de limpeza que tenham cheiro forte, assim como perfumes e
arejadores de ambientes;
• acostume-se a
guardar casacos e roupas de lã em sacos plásticos. Antes de usá-los, lave e, se
possível, seque ao sol para evitar o mofo, outro desencadeador de crises;
• mantenha a casa
limpa, sem poeira. Lave as roupas de cama semanalmente, com água quente, e,
quinzenalmente, lave as cortinas;
• evite animais
domésticos em casa ou, pelo menos, no dormitório. O contato com o pelo pode
provocar ataques;
• alguns
alimentos, como ketchup, ovos e leite também podem causar falta de ar. É
recomendado consultar um nutricionista para avaliar a alimentação mais adequada
para os asmáticos.
Dr. Jessé Lima –
otorrinolaringologista
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