Segundo a APAS, desafio da indústria é oferecer preços baixos diante do
quadro inflacionário no Brasil
Diante
de um desempenho abaixo do esperado para o ano de 2015, o setor supermercadista
aposta no período de Páscoa para comemorar resultados mais satisfatórios em
2016. Depois do Natal, esta é a melhor data para as vendas nos supermercados,
um termômetro de como será o decorrer do ano.
Para
a APAS - Associação Paulista de Supermercados, as vendas de produtos de Páscoa,
se comparadas ao mesmo período de 2015, deverão ter crescimento nominal de
aproximadamente 8%.
Em
termos reais haverá queda nas vendas, já que a inflação no período está em
torno de 11%, o que representa em média uma queda no faturamento real de 3% em
relação à Páscoa de 2015, quando houve crescimento de 8% nas vendas em relação
a 2014.
Conforme
explicou o gerente de Economia e Pesquisa da APAS, Rodrigo Mariano, é esperado
um aumento de 12% nas vendas de chocolates. “Com a inflação elevada ao longo de
2015, os preços de ovos de Páscoa podem levar mais consumidores a procurar
outras opções de chocolates, como caixas de bombons e chocolates em barra, por
exemplo. Isto por um lado favorece a venda de chocolates em geral, mas deve
prejudicar as vendas de ovos”, comenta.
Preços
Rodrigo
explica que, diante deste cenário, a indústria busca estratégias para ajudar
nas vendas, e uma delas é a produção de ovos menores, reduzindo o preço do
produto e os tornando acessíveis.
Os
preços devem ter reajustes em torno de 15%, e isso se dá por diversos fatores,
entre eles a variação do dólar, o preço do açúcar que aumentou ao longo dos
últimos meses, a alta do custo de mão de obra e o aumento no preço da energia
elétrica e dos combustíveis, o que impacta diretamente nos custos de produção
dos chocolates e ovos de Páscoa.
Além
dos chocolates, o setor supermercadista observa, também neste período de
Páscoa, aumento na venda dos pescados (em especial o bacalhau), vinhos,
azeites, entre outros. A Colomba Pascal é outro produto de destaque, que também
é um dos itens de preferência do consumidor.
A
indústria de alimentos vem aumentando o mix de produtos ofertados nesta
época do ano e, consequentemente, o consumidor tem experimentado cada vez mais
estes itens.
“Com
os produtos 15% mais caros, os supermercados terão que negociar ainda mais com
os fornecedores para manter os preços em patamares estáveis de um ano para o
outro”, enfatiza.
Rodrigo
destaca que o setor supermercadista negocia exaustivamente com os fornecedores
para conseguir preços menores nos itens de Páscoa e busca sempre as melhores
condições para os consumidores, considerando variedade de produtos, qualidade e
preços atrativos.
Empregos
temporários
De
acordo com levantamento da APAS com dados do CAGED (Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego, ao longo dos
últimos 3 anos a média de incremento no número de postos de trabalho nesta
época do ano é de 1.800 colaboradores.
No
entanto, diante da queda do PIB em 2015 e de um cenário preocupante para as
variáveis de emprego, inflação e renda, deve haver uma geração menor de
oportunidades, totalizando algo em torno de 1.200 novas vagas em 2016.
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