Pessoas que trabalham com pesticidas, radiação,
gás anestésico, alguns solventes e benzeno também correm o risco de se tornarem
inférteis. O problema ocorre devido à
exposição a metais pesados como cobre, chumbo, mercúrio, cádmio, arsênico,
níquel, ouro e outros metais que são prejudiciais à fertilidade.
Os metais pesados,
de difícil eliminação pelo organismo, modificam os neurotransmissores do
sistema nervoso central e alteram a liberação hipotalâmica do GnRH (hormônio
liberador de gonadotrofinas). "Essas substâncias podem causar modificações
nas células cerebrais, alterando a liberação dos hormônios responsáveis pela
ovulação e produção de espermatozoides", afirma João Sabino,
professor da UFRGS e diretor do Centro de Reprodução Humana.
Os metais pesados podem causam bloqueio de várias enzimas,
necessárias ao funcionamento normal do organismo, causando hiperandrogenismo
(aumento dos hormônios masculinos) e síndrome do ovário policístico,
especialmente o mercúrio. "No ovário, o acúmulo de metais pesados
altera a produção de estradiol e progesterona. Isto pode interferir no
desenvolvimento normal oocitário (óvulo) e causar alterações cromossômicas
embrionárias", afirma Sabino.
Altas concentrações de metais pesados também ocasionam problemas na gestação,
como alto risco de perdas, malformações fetais, insuficiência placentária e
nascimento prematuro. "A exposição ao chumbo, por exemplo, aumenta
os riscos de aborto, parto prematuro, baixo peso ao nascer, atrasos do
desenvolvimento, do comportamento e da aprendizagem na criança, devido a danos
no sistema nervoso".
Nos homens, os metais pesados
causam infertilidade masculina por diminuição do número de espermatozoides.
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