No Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, datado em 18 de
fevereiro, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade orienta
sobre problemas físicos e sociais de pessoas que abusam de bebidas alcoólicas
O alcoolismo é uma dependência química e, segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), os níveis seguros de consumo de álcool são de três
doses por dia para homens, não excedendo 15 doses semanais; e duas doses por
dia para mulheres, não excedendo 12 doses semanais. Uma dose equivale uma lata
de cerveja, 140ml de vinho ou 20ml de destilado. Pessoas que bebem até 56 doses
semanais são consideradas bebedores problema, acima disso já é classificado
como dependente químico.
“A pessoa dependente de álcool (ou mesmo o que abusa) pode ter
problemas sociais, perda de produtividade laboral, conflitos familiares e
acidentes, principalmente no trânsito. O álcool está associado a maior
incidência de neoplasias de trato digestivo, a cirrose hepática, a hemorragia
digestiva. Pode ser causa de distúrbios comportamentais e levar e perda cognitiva”,
explica Hamilton Wagner, médico de família, membro da Sociedade Brasileira de
Família e Comunidade (SBMFC).
O médico de família pode fazer o diagnóstico de situações de
risco e identificar os pacientes dependentes, além de promover medidas educativas
e tratar os casos passíveis de manejo ambulatorial. Wagner complementa que não
há cura de dependência química, apenas controle. Se alguém tem problemas com
álcool deve abster-se do mesmo pelo resto da vida. São raros os casos em que um
alcoolista consegue voltar a um consumo social do álcool. “É necessário
monitorar e apoiar paciente e famílias que apresentam este tipo de problema, há
uma forte tendência familiar para repetir este tipo de padrão”, explica o
médico que atua no Paraná.
Quem é o médico de
família e comunidade (MFC)?
A medicina de família e comunidade é uma especialidade médica, assim como a cardiologia, neurologia e ginecologia. O MFC é o especialista em cuidar das pessoas, da família e da comunidade no contexto da atenção primária à saúde. Ele acompanha as pessoas ao longo da vida, independentemente do gênero, idade ou possível doença, integrando ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Esse profissional atua próximo aos pacientes antes mesmo do surgimento de uma doença, realizando diagnósticos precoces e os poupando de intervenções excessivas ou desnecessárias.
É um clínico e comunicador habilidoso,
pois utiliza abordagem centrada na pessoa e é capaz de resolver pelo menos
90% dos problemas de saúde, manejar sintomas inespecíficos e realizar ações
preventivas. É um coordenador do cuidado, trabalha em equipe e em rede,
advoga em prol da saúde dos seus pacientes e da comunidade. Atualmente há
no Brasil mais de 3.200 médicos com título de especialista em medicina de
família e comunidade.
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