Doenças
autoimunes, tais como problemas de tireoide, artrite reumatoide, asma, alergias
e eczema também estão associadas a um risco maior de olho seco. Problemas de
fertilidade também foram fortemente associados à doença do olho seco, bem como
à osteoartrite
Uma em cada 10
mulheres no Reino Unido tem a doença do olho seco, exigindo o uso de lágrimas
artificiais ou de colírios para lubrificar os olhos e protegê-los de danos,
revela a primeira pesquisa do Reino
Unido desse tipo, publicada no British Journal of Ophthalmology. A percepção de
dor alterada e fatores psicológicos também podem estar envolvidos na doença,
dizem os pesquisadores.
Sintomas da
doença
Existem várias
formas e várias causas do olho seco, também conhecido como síndrome da
disfunção lacrimal. Os sintomas da doença do
olho seco incluem “a sensação de areia nos olhos”, frequentemente acompanhada
de coceira, ardor e perturbação visual. As causas são pouco compreendidas.
Pessoas que têm uma condição chamada de Síndrome de Sjögren geralmente têm olho
seco. Assim, como outras com doenças sistêmicas semelhantes, como lúpus,
artrite reumatoide ou alguns tipos de doenças da tireoide.
“Pessoas que fizeram
LASIK ou outras cirurgias refrativas, onde suas córneas apresentam diminuição
da sensibilidade devido às incisões ou remoção de tecido também podem
desenvolver olho seco. As pessoas que usam lentes de contato, a longo prazo,
também estão em risco de desenvolver olho seco”, afirma o oftalmologista
Virgílio Centurion (CRM-SP 13.454), diretor do IMO,
Instituto de Moléstias Oculares.
Pessoas que são
sensíveis a determinados climas (ar seco) ou a fatores ambientais, como fumaça
de cigarro ou ar condicionado, podem desenvolver olho seco quando são expostas
a essas condições.
“E hoje, como as
pessoas trabalham longas horas em frente ao computador, elas são menos
propensas a piscar frequentemente, tornando-se, assim, mais suscetíveis a
desenvolver olho seco do que as pessoas que não passam muito tempo na frente de
uma tela”, diz a oftalmologista Sandra Alice Falvo (CRM-SP 59.156), que
integra o corpo clínico do IMO.
Sobre o estudo
britânico
Os pesquisadores
britânicos analisaram dados de quase 4000 mulheres com idades entre 20-87 anos
(média de 57anos) retirados do TwinsUK cohort ( maior
registro de gêmeos no Reino Unido para o estudo do envelhecimento). Este grupo
é considerado representativo da população geral do Reino Unido e tem sido usado
pelos pesquisadores que se debruçam sobre uma ampla gama de doenças e de
características genéticas ao longo dos anos.
A prevalência da
doença do olho seco, bem como a frequência e a gravidade dos sintomas, foram
avaliadas por meio de questionários enviados para as mulheres.
Ao mesmo tempo, 681
gêmeos selecionados aleatoriamente, que estavam participando de um estudo sobre
o controle da dor, forneceram informações adicionais sobre os sintomas de olho
seco e avaliaram sua própria saúde em uma escala de cinco pontos.
Cerca de uma em cada
10 mulheres (9,6%) tinham sido diagnosticadas com a doença do olho seco, que
estava sendo tratada com colírios ou com o uso de lágrimas artificiais. Uma em
cada cinco (pouco menos de 21%) tinha experimentado os sintomas nos últimos três
meses.
A análise mostrou
que a prevalência do diagnóstico da doença do olho seco aumentou com a idade,
passando de 2,7% entre as mulheres na faixa dos 30 anos para uma em cada cinco
pessoas na casa dos 90 anos.
“Segundo os
pesquisadores britânicos, o uso de lentes de contato, a cirurgia de catarata, a
degeneração macular relacionada à idade e o glaucoma foram significativamente
associados com a doença do olho seco. Doenças autoimunes, tais como problemas
de tireoide, artrite reumatoide, asma, alergias e eczema também estão
associadas a um risco maior. Além disso, problemas de fertilidade foram
fortemente associados à doença do olho seco, bem como a osteoartrite”, observa
a oftalmologista Sandra Alice Falvo.
De acordo com a
médica, as associações mais fortes encontradas pelos pesquisadores foram
obtidas com as síndromes de dor a longo prazo (conhecidas como síndromes de dor
crônica), tais como a síndrome do intestino irritável e a síndrome da dor
crônica generalizada (também conhecida como fibromialgia). “Pessoas com essas
condições também tendem a ter depressão e enxaqueca, fatores de risco para a
doença do olho seco”, diz a oftalmologista.
As respostas ao
questionário de saúde mostraram que as pessoas com sintomas de olho seco
avaliaram sua saúde, em média, pior do que aquelas sem os sintomas da doença.
Elas destacaram dificuldades assistindo TV, dirigindo, trabalhando on-line, e
desconforto em lugares que foram equipados com ar condicionado ou onde o ar
estava seco.
“Os pesquisadores
concluem que a doença do olho seco é muito comum entre as mulheres e que tem um
impacto significativo na sua qualidade de vida. Eles acrescentam que suas
descobertas sugerem que a percepção de dor alterada e os fatores psicológicos
podem influenciar no desenvolvimento da condição e na intensidade dos sintomas,
e que algumas pacientes devem ser tratadas para a dor também ao invés de apenas
lubrificar os olhos”, afirma a oftalmologista Sandra Falvo.
Quer
saber um pouco mais sobre olho seco? Confira nossos vídeos:
IMO,
Instituto de Moléstias Oculares: http://www.imo.com.br/home.aspx - Email: imo@imo.com.br - Facebook: https://www.facebook.com/imosaudeocular
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