São muitos os problemas
respiratórios que podem causar obstrução das vias aéreas superiores e levar
algumas pessoas a adotar a respiração bucal: sinusite, rinite e desvio de
septo, além das alergias respiratórias. Esse desvio no padrão de
respiração, que deveria ser predominantemente nasal, tem início geralmente na
infância. Quando não tratado a tempo, pode resultar no comprometimento da saúde
oral do paciente, com desenvolvimento anormal da face e da arcada dentária,
sorriso gengival, dentes tortos e gengivite.
Na opinião de Katia Regina Izola,
cirurgiã-dentista e coordenadora do curso de especialização em ortodontia da Escola de Aperfeiçoamento
Profissional da APCD-Central
(Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), é importante que os pais estejam
sempre bem atentos não só à frequência com que seus filhos manifestam doenças
respiratórias, mas também à forma que respiram, principalmente enquanto dormem.
“Quando a criança tem alguma dificuldade em permanecer com os lábios fechados,
fica muito evidente. Outras, só dormem de boca aberta ou ainda emitem sons
nasais durante o sono, como se roncassem. Seja como for, esses padrões – ainda
que alguns pais achem bonitinho – só mostram o quanto as crises respiratórias
podem estar interferindo em outras áreas. Especificamente, a respiração bucal
tende a comprometer o desenvolvimento de importantes estruturas ósseas da face
e das arcadas dentárias.”
A especialista
explica que o próprio desenvolvimento do rosto da criança é bastante
influenciado por sua respiração. “Quando não tratado rápida e adequadamente, o
rosto pode crescer fino e alongado. Muitos tratamentos cirúrgicos poderiam ser
evitados se, assim que o problema surgisse, fosse avaliado e tratado por
um otorrinolaringologista e acompanhado por um ortodontista, fazendo uso de
aparelhos para normalizar o crescimento facial normal e a respiração adequada.”
O tratamento do desvio de padrão
de respiração melhora significativamente, também, a qualidade de vida do
paciente, bem como seu comportamento, autoestima, nível de energia e até mesmo
seu desempenho escolar. A cirurgiã-dentista alerta os pais para que prestem
mais atenção à respiração de seus filhos nesta época do ano, já que há grande
variação de temperatura. “Crianças com problemas respiratórios, sejam temporários
ou crônicos, devem evitar ambientes que favoreçam a proliferação de ácaros e
fungos, além de pelos de animais, poeira e pó, ou mesmo alguns tipos de
alimentos. No caso das alterações estruturais, como desvios de septo, também
devem ser tratados o quanto antes com otorrinolaringologistas.”
Dra. Katia Regina Izola - coordenadora do Curso
de Ortodontia da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da Associação
Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD) – www.apcd.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário