Condição
hereditária atinge uma em cada 10 mil pessoas no Brasil e pode causar tosse persistente
e dificuldades de digestão
A fibrose cística é uma condição hereditária
causada pela mutação do gene CFTR (Cystic Fibrosis Transmembrane Conductance
Regulator). Em setembro, é comemorado o dia Dia Nacional de Conscientização e
Divulgação da Fibrose Cística. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde,
uma em cada 25 pessoas carregam o gene da doença.
A doença causada pela mutação genética causa uma
produção de muco pegajoso e espesso que obstrui as vias respiratórias e os
canais do pâncreas, podendo ocasionar infecções pulmonares e dificuldades de
digestão frequentes. A condição também afeta as glândulas sudoríparas.
"Dentre os principais sintomas da fibrose
cística estão a tosse persistente, chiado no peito, falta de ar, suor
excessivamente salgado e até mesmo crescimento insuficiente, no caso de
bebês", explica a pneumologista da Rede de Hospitais São Camilo de São
Paulo, Rafael Faraco.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico precoce da doença é essencial para
iniciar o tratamento adequado e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Os
principais métodos de diagnóstico incluem o teste do pezinho, o teste do suor
(mede a quantidade de sal no suor do paciente, que geralmente é mais alta em
pessoas com fibrose cística) e testes genéticos, que podem identificar a
mutação.
O Ministério da Saúde também aponta que a doença
atinge 1 a cada 10 mil pessoas no Brasil. A fibrose cística é uma condição que
exige um cuidado contínuo e multifacetado para garantir o bem-estar dos
pacientes. O tratamento desta doença envolve uma série de abordagens
cuidadosamente integradas.
"Os tratamentos para essa condição são focados
na melhora da qualidade de vida do paciente. Além disso, testes genéticos podem
identificar portadores do gene CFTR alterado, permitindo aconselhamento
genético para casais com risco de transmitir a doença aos filhos", comenta
o pneumologista.
O especialista ainda afirma que os medicamentos
desempenham um papel importante no controle dos sintomas, também existem
medicamentos específicos que ajudam a fluidificar o muco, facilitando a sua
expectoração, e auxiliam na digestão, um aspecto essencial para a absorção
adequada de nutrientes.
"Além disso, é essencial que os pacientes
recebam um acompanhamento contínuo e integrado de uma equipe multidisciplinar.
O apoio de profissionais de saúde, incluindo médicos, fisioterapeutas,
nutricionistas e psicólogos, é fundamental para garantir uma qualidade de vida
melhor e uma gestão eficaz da condição", comenta ele.
A fisioterapia respiratória é outra peça fundamental
na jornada dos pacientes, sendo que, técnicas especializadas são empregadas
para ajudar na remoção do muco acumulado nos pulmões, melhorando a capacidade
respiratória e prevenindo complicações.
"O suporte psicológico não pode ser subestimado. O apoio emocional é vital para ajudar os pacientes e suas famílias a enfrentarem os desafios diários impostos pela condição. A empatia e a compaixão são valores essenciais que promovem um ambiente de acolhimento e assistência integral", finaliza Faraco.
Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo