Vou contar a história de um caso que tivemos, que
começou em janeiro de 2018, onde demoramos oito meses na implantação,
estruturação e análise de dados. É um cliente de uma cidade do interior de
Goiás, um administrador de empresas, que é dono de uma fazenda frutífera.
Ele tem cidadania espanhola e decidiu vir para os
Estados Unidos com a família, com intuito de gerenciar alguma atividade que
envolvesse a fazenda no Brasil. Como eu gosto de fazer coisas diferentes,
resolvemos pensar em algo interessante que se encaixasse com o desejo dele.
Eu achei uma área para locação de 2.3 acres na
região de Hamster , na saída da Reserva Ecológica Nacional, que é um
lugar com chácaras e sítios, onde há casa de campo, de veraneio, etc. O local
também concentra produção e criação de alimentos e animais. Havia duas casas,
mas que precisavam de reforma. Gastamos no máximo 10 mil dólares. No total,
esse espaço tem quase 10 mil metros quadrados.
Chegamos à conclusão, com base na análise de um
engenheiro agrônomo contrato para auxiliar no projeto, de que o cliente
conseguiria plantar algumas frutas, tanto de consumo mais comum até espécies
exóticas. Com esse mix, seria possível aproveitar bem a área, sendo que o
proprietário conseguiria também fazer algumas divisões para deixar a terra
produtiva como ele queria.
Também foi contratado um casal que irá morar e
cuidar da administração, do plantio e cultivo, enquanto o cliente vai fazer
toda a parte de venda e distribuição. Além disso, está sendo preparado uma área
de entretenimento para promover atividades com crianças aos finais de semana, o
que é bem comum por aqui. Elas podem fazer um tour pela fazenda, colher o que
mais agrada, pesar e pagar pelo que escolheu.
De acordo com a última previsão de faturamento,
realizada no mês de abril, sobrou em torno de 6 mil dólares. A atividade está
indo para o quarto mês de atividade, sendo que faz menos de um ano que começou
a implantação desse negócio. A produção dos frutos, venda, negociações,
começaram em dezembro, logo que esse cliente conseguiu o visto.
Ele plantou 685 pés de pitaya, mas a área não está
totalmente ocupada. A previsão, segundo o engenheiro agrônoma, é chegar até
1300 pés até março do próximo ano, ou seja, ainda não está na total capacidade
do empreendimento. Ainda é possível crescer bastante.
O investimento nesse projeto foi de 163 mil dólares
exatos, incluindo 30 mil dólares de fluxo de caixa. De folha de pagamento,
hoje, ele tem gasto em torno de 6 mil dólares mais o comissionamento pela
venda, ou seja, o casal ganha 3 mil dólares cada um, mais ou menos, além de 1%
do que for vendido. Tudo isso contando já conta de água, luz, e outras
despesas.
Esses números batem com o que foi feito no plano de
negócio, na verdade a previsão de faturamento no primeiro ano era de 5 mil
dólares. E há uma possibilidade de crescimento, como eu vi pessoalmente. O
terreno está com, mais ou menos, 60% de aproveitamento. Ele também quer criar
algumas cabras para produzir leite e queijo, além de produção de ovo de
codorna.
Esse é um exemplo do que eu sempre digo, tentar
direcionar o seu projeto para algo que você gosta muda todo o astral que
demonstra que o visto não é a causa, é consequência. Hoje, ele e a família
moram legalmente nos Estados Unidos e fazem aquilo que amam, que é trabalhar
com a terra.
Daniel Toledo - advogado especializado em direito internacional,
consultor de negócios, sócio fundador da Loyalty Miami e da Toledo e
Associados. Para mais informações, acesse: http://www.loyalty.miami
ou entre em contato por e-mail contato@loyalty.miami.
Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 62 mil seguidores http://www.youtube.com/loyaltymiami
com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender nos Estados Unidos. A
empresa também possui sede em Portugal, Espanha, Londres e, em breve, em São
Paulo.