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quinta-feira, 2 de agosto de 2018

COMO ORIENTAR AS CRIANÇAS EM TEMPOS DE "FAKE NEWS"?


A notícias falsas não são novidade no ambiente online. Desde a popularização da rede mundial de computadores eram muito comuns e-mails com informações de apuração duvidosa e tons alarmistas e tendenciosos. Atualmente, apesar de cada vez mais pessoas estarem familiarizadas com as "pegadinhas" da rede como clickbaits e imagens modificadas, as informações falsas ainda resistem.

Nos últimos meses, as "fake news", notícias fabricadas, se tornaram assunto de interesse público. Informações levianamente apuradas caíram nas timelines de milhões de usuários e se metamorfosearam em pseudoverdades. Segundo Fabiany Lima, CEO e fundadora da ferramenta psicossocial Timokids, os pais devem tomar os devidos cuidados em relação as notícias online e buscar orientar sempre seus filhos sobre o que consumir na internet. De acordo com relatório da UNICEF de 2017, um a cada três usuários da rede é menor de 18 anos.

Assíduas na internet, muitas vezes elas não possuem filtros para separar o que pode ou não vir a ser uma informação verdadeira. Manchetes chamativas e palavras "isca" podem atrair a atenção dos pequenos, que muitas vezes não têm domínio do assunto tratado. Seguem algumas dicas de Fabiany para os pais que querem orientar melhor os seus filhos acerca dos perigos das "fake news":


Incentivar a leitura: os pais devem incentivar a leitura independentemente do cenário em questão. Quanto mais a criança estiver habituada com as palavras, melhor ela poderá identificar o uso de termos pejorativos e outras práticas tendenciosas;


Preparar melhor para a realidade: uma criança que conhece uma situação, está preparada para enfrentá-la. O mundo não é apenas alegria e diversão então, enquanto há tempo, temos que fazer com que as crianças tenham conhecimento prévio de responsabilidade social, ambiental, segurança coletiva e de si mesmas. Quanto mais preparadas, melhor;


Falar sobre o mundo em que vivemos: a sociedade é complexa e não devemos esperar que nossos filhos entendam questões geopolíticas, sociais e filosóficas enquanto pequenos. No entanto, os pais podem estimular a curiosidade acerca de temas mais leves que envolvam estas disciplinas como mapas, línguas, culturas estrangeiras e atualidades. Dessa forma, a criança já começa a desenvolver suas habilidades de compreensão do universo fora do cerco familiar;


Acompanhar o que seu filho assiste/lê: uma vez sozinhas no ambiente online, as crianças exploram qualquer território que lhes chame a atenção. A ordem é sempre orientar para os perigos das redes sociais, mas conversar com os filhos sobre o que eles estão assistindo, quem eles seguem nas redes, quais canais são seus preferidos também é essencial.





Fabiany Lima - empreendedora, mãe de gêmeas, fundadora e CEO do Timokids, ferramenta multilíngue psicossocial utilizada em 197 países.


Especialista explica que incluir brincadeiras nas tarefas cotidianas contribui na construção de vínculos entre pais e filhos

Para a psicoterapeuta Mônica Pessanha, o cuidado diário pode ser visto como um momento de interação entre os pais e filhos e associado a tempo de qualidade


As atividades cotidianas relativas aos cuidados com os filhos demandam grande tempo e atenção dos pais e, muitas vezes, acabam sendo vistas por eles como uma "obrigação". Contudo, é importante que eles consigam perceber que esse tempo de dedicação é uma forma de afeto e que, além de ajudar na construção do elo familiar, pode ser divertido.

"Grande parte dos pais têm dupla jornada, ou seja, atividades dentro e fora de casa. E, muitas vezes, devido a correria, eles acabam não percebendo que momentos singulares do dia a dia fazem muita diferença na vida de seus pequenos. São situações como a hora do banho, o levar e buscar na escola, as refeições – estas, encaradas pelos pais como ofícios, mas que para as crianças são momentos de qualidade com seus pais, pois contribuem para fortalecer o relacionamento entre eles", explica Mônica Pessanha, psicoterapeuta e mestre em psicologia clínica pela PUC/SP. A especialista ainda completa: "Essas interações podem se tornar ainda mais leves quando os pais compreendem que são também uma oportunidade de diversão ao lado das crianças".

Para Pessanha, o cuidado do dia a dia não é apenas uma maneira de educar o filho, mas é por meio desta constante trajetória que os vínculos afetivos com os filhos são gerados. Por isso, é de extrema importância que haja uma ressignificação sobre o cuidado diário. Neste sentido, ela reitera: "A conexão diária com os pais, além de ser valorizada pelas crianças, é considerada, dentro da Psicologia, um pilar fundamental para o desenvolvimento infantil".

Segundo Mônica, o brincar é uma das formas para que haja essa conexão, pois subentende que os momentos ao lado das crianças podem ser carregados não só de afeto, mas de magia. E declara: "As crianças de hoje são muito ativas e têm enorme poder de decisão 'nas mãos' nos diversos momentos do dia, inclusive nos que são considerados deveres. Em contrapartida, muitos pais esquecem que esses deveres podem ser realizados por meio de brincadeiras.Por exemplo, se a criança se recusa a escovar os dentes porque terá que deixar de fazer algo mais divertido naquele instante, os pais podem tentar transformar essa tarefa em algo mais lúdico, a fim de que a criança se sinta mais estimulada para tal atividade". Ou seja, é fundamental que os pais percebam que o cuidar pode ser repleto de leveza e alegria quando conduzido com brincadeiras, inclusive em ações consideradas como obrigação para ambos.

Outro ponto que a psicopedagoga cita como uma maneira significativa na aproximação com os pequenos é pela alimentação. Segundo ela, a comida tem uma relação extremamente afetiva com todos os indivíduos, pois, quando buscamos algo para consumir, na verdade, estamos procurando satisfazer nossas emoções afetivas. A explicação desse sentimento é simples: quando nascemos, o aleitamento é o primeiro ponto de contato daquela pessoa com amor. E, durante toda nossa fase de formação como pessoa, buscamos constantemente sentir aquela emoção e carinho, mesmo que inconscientemente. Por isso, a relação do indivíduo – seja criança ou não – com a comida, vai além do simples ato de se alimentar. Esse é um dos motivos para levar os filhos para cozinha e tornar o vínculo afetivo ainda mais forte, uma vez que este momento está intrinsicamente associado a respeito e carinho.

Sobre este ponto de encontro possível para interação e fortalecimento da conexão entre pais e filhos, que pode ser na mesa ou até mesmo na preparação da lancheira, Mônica comenta: "Quando os pais preparam a lancheira do filho, podem usar pequenos artifícios para criar esses vínculos, como, por exemplo, escrevendo um bilhetinho para as crianças ou mesmo os convidando para preparar a refeição. Quanto mais os pais envolvem os filhos nessas e em outras atividades, mais vínculos são criados."

Por fim, a especialista reforça aos pais a relevância de trazer a brincadeira para cada atividade relacionada ao cuidado diário. Além de assegurar que as crianças já valorizam cada momento do cotidiano com os pais, ela conclui: "A criança cuidada por meio da brincadeira é mais feliz, pois ela descobre que a felicidade não é um destino, mas, sim um caminho".
Mônica Pessanha - Psicoterapeuta de crianças e adolescentes, mestre em psicologia clínica pela PUC/SP, professora de psicanalise infantil no Instituto Cinco de Desenvolvimento Humano (SP), escritora e palestrante sobre as dificuldades vividas pela família e pela escola. A especialista também é criadora do projeto "Brincadeiras Afetivas", uma oficina psicoterapêutica que tem como proposta trabalhar a relação do outro com os outros num ambiente lúdico e facilitador. Por meio dessa oficina, mães e filhos têm a possibilidade de transformar o comportamento familiar por meio do aconchego, do acolhimento e compreensão do outro. O projeto também oferece técnicas e ferramentas para lidar com conflitos, medos, angústias, falta de diálogo, de vínculo afetivo, regras/combinados, entre outras questões dentro da relação mãe-filho(a) e família.


Passeio com crianças: cuidados e dicas de alimentação




A alimentação das crianças sempre é assunto de preocupação no dia a dia, especialmente se for planejado uma viagem ou passeio. Como cuidar da alimentação das crianças durante passeios? E se eles não quiserem comer nada?.

Veja a seguir, ideias que o Espaço Tur Olimpia listou e que podem servir auxilio para os passeios em família.










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