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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

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Automedicação e autocuidado: entenda a diferença e como essas práticas interferem na sua saúde




Tomar decisões sobre a própria saúde é um direito do cidadão assegurado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e envolve questões fundamentais, como higiene pessoal, nutrição, prática de atividades físicas, condições de moradia e hábitos sociais, além do uso consciente de medicamentos. Tomar remédio por conta própria, porém, deve ser uma prática responsável pautada em orientação e educação, para que o indivíduo conheça o próprio organismo e faça escolhas de forma eficaz e segura. Para isso, é preciso entender que nem todos os medicamentos disponíveis na farmácia podem ser tomados sem receita e da mesma maneira.

Medicamentos com tarja preta e vermelha, e alguns genéricos e similares necessitam de receita médica para serem comercializados e ingeridos. Se usados sem a indicação correta de um médico quanto à aplicação e posologia, podem expor o paciente a uma infinidade de efeitos adversos, que podem mascarar uma doença ou até mesmo agravá-la, além de causar intoxicação, que pode levar à morte. A automedicação diz respeito justamente ao ato de tomar medicamentos que exigem prescrição, ou seja, tarjados, de forma indiscriminada, errada e perigosa.  

Já o termo autocuidado está diretamente ligado a um tratamento multidisciplinar adotado para manter a saúde e prevenir doenças, e envolve o uso consciente dos medicamentos isentos de prescrição, os MIPs, aqueles que não precisam de receita para serem comprados – conhecidos mundialmente como OTC. Esses medicamentos são parte essencial da saúde porque permitem que os indivíduos possam fazer uso de tratamentos com segurança, qualidade e eficácia comprovadas, para tratar sintomas e males menores já diagnosticados ou conhecidos, como dores de cabeça, resfriados e má digestão, ou como ferramenta essencial de prevenção, como é o caso de vitaminas e antioxidantes. Ainda assim, são, muitas vezes e erroneamente, relacionados ao uso indiscriminado e à automedicação.

“O termo automedicação é utilizado no Brasil de uma forma diferente do resto do mundo. Aqui o termo é confundido com a autoprescrição, que é a prática (incorreta) de comprar e utilizar remédios tarjados sem a receita/prescrição de um médico. Por isso, definimos a utilização responsável dos MIPs como sendo uma prática de autocuidado, que está alinhada com a classificação da OMS”, explica Marli Sileci, Vice-Presidente Executiva da ABIMIP (Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição).

Para ser considerado MIP, o medicamento deve ter um alto perfil de eficácia e segurança, com características como reações adversas com causalidades conhecidas e reversíveis após a sua suspensão, baixo potencial de interações (medicamentosa e alimentar), período curto de utilização, facilidade de uso pelo paciente e baixo potencial de toxicidade e risco (mau uso/abuso/intoxicação). Por esses motivos, não existem registros de uso de MIPs por impulso. O consumidor os usa somente quando apresenta algum sintoma ou problema. Para que seu uso seja seguro e consciente, sempre que o consumidor optar por usar medicamentos isentos de prescrição, deve seguir as orientações da bula e rotulagem, e ter em mente que, se os sintomas persistirem, a suspensão do medicamento deve ser imediata e um médico deve ser procurado.

A informação é o primeiro passo para estimular cada vez mais a população a pensar sobre seu estilo de vida, a assumir hábitos saudáveis e a tomar decisões conscientes sobre sua saúde. Para entender melhor a diferença entre autocuidado e automedicação, é preciso saber a classificação que existe entre os medicamentos:

·         Medicamentos tarja vermelha: medicamentos com tarja vermelha necessitam de receita médica para serem comercializados, já que se destinam a quadros clínicos que exigem maior cuidado e controle. Alguns deles precisam, além da apresentação da receita, que ela fique retida pelo farmacêutico. Esses são conhecidos como remédios controlados e psicotrópicos, que podem causar dependência e trazer muitos efeitos colaterais e contraindicações. 

·         Medicamentos tarja preta: também necessitam de prescrição médica para serem comercializados e ingeridos. A diferença deles para os de tarja vermelha é que necessitam de um maior controle, já que podem apresentar mais efeitos colaterais e reações adversas, e possuem ação sedativa ou com impacto no sistema nervoso central, podem causar dependência, também sendo do grupo dos psicotrópicos. A sua venda é condicionada à apresentação de receita especial na cor azul. 

·         Medicamentos sem tarja: chamados também de medicamentos isentos de prescrição (MIPs), podem ser tomados e adquiridos sem prescrição médica. Destinam-se a situações corriqueiras para tratar sintomas menores e conhecidos. Em geral, não possuem efeitos adversos importantes e/ou significativos. Caso os sintomas persistam, o uso deve ser interrompido e o médico deve ser procurado. 

·   Medicamentos genéricos: geralmente designados com a tarja amarela e a letra “G”, esses medicamentos apresentam o mesmo princípio ativo que um medicamento de tarja vermelha ou preta, ou de um sem prescrição. Como esse tipo de medicamento não tem marca, o consumidor tem acesso apenas ao princípio ativo do medicamento e deve apresentar a receita médica, quando houver necessidade. Os genéricos geralmente são produzidos após a expiração ou renúncia da proteção da patente ou de outros direitos de exclusividade.

·         Medicamentos similares: os medicamentos similares são identificados pela marca ou nome comercial e possuem a mesma molécula (princípio ativo), na mesma forma farmacêutica e via de administração dos medicamentos tarjados. A diferença entre os remédios similares e os outros está relacionada a alguns aspectos, como prazo de validade do medicamento, embalagem, rotulagem, tamanho e forma do produto. 




Sobre a ABIMIP
A ABIMIP (Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição) é uma associação sem fins lucrativos que representa 25 associados entre os principais fabricantes nacionais e internacionais de MIPs que, juntos, representam aproximadamente 80% do mercado farmacêutico brasileiro. Fundada em 1994, a Associação tem como missão apoiar o sistema de saúde para que os brasileiros possam tomar decisões em relação ao autocuidado de forma responsável, consciente e segura. Promovendo, assim, uma sociedade mais saudável, com maior liberdade de escolha e que atenda aos interesses de seus associados. Para conhecer mais sobre a ABIMIP, acesse o site www.abimip.org.br.   


Ficar muito tempo no trânsito faz você comer mais e se relacionar menos



 A convivência com o tráfego intenso e a maneira como nos adaptamos aos seus impactos variam de acordo com a percepção e geografia de cada um. Em São Paulo, por exemplo, as pessoas que enfrentam o tráfego diariamente perdem em média três horas do seu dia indo de casa para o trabalho e vice-versa. Em outras cidades, o tempo gasto pelos paulistanos pode causar espanto, enquanto que algumas regiões perpassam pela mesma situação ou pior como Curitiba, Rio de Janeiro, entre outras.

Além de desperdiçar tempo nos coletivos e nos transportes privados, as pessoas estão prejudicando a própria saúde, aumentando o consumo de comidas pouco saudáveis e se tornando antissociais. No velho continente, uma pesquisa realizada na Inglaterra e no País de Gales pela Royal Society of Public Health (RSPH) demonstrou que a população ingere cerca de 800 calorias a mais do que deveria semanalmente por conta do trânsito.

O estudo mostrou que 29% dos entrevistados aumentaram o consumo de comidas do tipo fast food; 33% afirmaram que passaram a ingerir mais snacks e doces; 41% reduziram as atividades físicas e 36% reportaram alguma alteração no sono como consequência do trânsito. As pessoas entrevistadas também associaram ao tráfego intenso o motivo pelo qual diminuíram o tempo com a família e os amigos.

Estas são situações que se repetem globalmente. Estudo feitos com a base de dados da Emprego Ligado, no Brasil, demonstraram que é maior o nível de satisfação daqueles que trabalham próximo de sua residência e não têm que enfrentar longas horas no trânsito, já que acabam tendo mais tempo para cuidar de assuntos pessoais, como ir à academia, estudar ou ficar com a família. 

Além disso, segundo o levantamento, trabalhar perto de casa pode gerar uma economia de tempo equivalente a 20 dias livres. E o trabalhador vem reavaliando esta questão. Estudos afirmam que 43,3% das pessoas saem das empresas por não visualizarem um plano de carreira. Já 36,7% deixam o cargo em função da distância da casa ao trabalho. Outros 33,3% disseram levar em conta o ambiente e o clima, enquanto 30% afirmaram que o salário é essencial para retê-lo.

Contudo, o tema qualidade de vida, cada vez mais presente no consciente do trabalhador e também das áreas de recursos humanos, tem orientado o mercado de trabalho a se preocupar com melhores condições de trabalho para os colaboradores. O levantamento realizado pela RSPH inclui algumas dicas para ajudar a resolver o problema das longas horas no trânsito, entre elas, a flexibilidade da jornada laboral. Quase três em cada cinco pessoas entrevistadas disseram que horários de trabalho flexíveis poderiam melhorar a sua saúde e bem-estar. 

É preciso encontrar alternativas para a mobilidade com o intuito de construir um trânsito adequado às necessidades atuais da sociedade. O assunto precisa ser discutido urgentemente por todos os setores, empresas, governo e população. Somente assim conseguiremos encontrar meios para melhorar o tráfego urbano, além de alcançar uma melhor qualidade de vida para todos.




Jacob Rosenbloom - CEO da Emprego Ligado.


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