Mapeamento da FecomercioSP mostra que classe E consumiu mais produtos
essenciais, enquanto A e B focaram em serviços
Considerando
a queda de renda de quase 80% da população brasileira, durante o primeiro
semestre de 2020, as famílias modificaram a forma de gastarem seus orçamentos.
Estudo da FecomercioSP mostra que a distribuição de consumo aponta maior
concentração em produtos de primeira necessidade entre faixas de renda mais
baixas e de serviços, dentre as mais altas.
Os gastos com alimentação representam 10% do total de gastos médios dos
brasileiros, sendo 17% dos gastos das famílias com renda até R$ 1.950, e só 4%
das famílias de renda superior a R$ 16.900. Ao mesmo tempo, os valores com
educação representam 2% do total do orçamento da Classe E e 5% na Classe A,
lembrando que em termos absolutos as disparidades se tornam ainda maiores.
Além disso, os itens não consumidos, relativos a serviços como eventos, lazer,
turismo, mais significativos no orçamento das classes mais altas, tiveram seus
preços estacionados, o que segundo os economistas da FecomercioSP pode ter se
refletido na formação de poupança forçada nas famílias das classes A, B e C,
que teriam economizado nestes gastos, durante a quarentena.
Assim, há expectativa em saber como ficará o tecido econômico no período
pós-pandemia e como o desemprego afetará a renda das famílias em cada faixa de
renda. Provavelmente, tanto as classes A quanto a E estarão menos suscetíveis
aos problemas no curto prazo, dado que os programas de transferência de renda
do governo devem se manter para faixas de renda muito baixas, já a
possibilidade de ter havido mais poupança e maior preservação do emprego, tende
a apontar um cenário mais otimista no lado oposto. É a classe média, portanto,
que deve sentir os efeitos da crise mais efetivamente, diante de seu padrão de
consumo, dos efeitos e da localização da inflação e do risco de emprego.
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