Profissionais
da saúde reforçam os cuidados com grupos da terceira idade em isolamento social
Os idosos são as pessoas mais propensas
a sofrer acidentes domésticos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS) e o cenário de pandemia aumenta esses riscos. Além de serem considerados
grupo de risco por causa da COVID-19, o isolamento social faz com que os idosos
passem a exercer atividades que podem gerar alguma situação de risco, já que
estão sozinhos em casa e sem contato com os familiares.
Maria Suzana Muller Branco, de 74 anos,
sofreu uma queda acidental logo no início da pandemia, já em isolamento social.
“O cachorro tinha feito muito xixi no chão da minha cozinha e eu não vi. Pisei
sem querer e acabei escorregando. Cai com tudo e quebrei o fêmur”, conta Maria.
A idosa teve fratura do colo femoral e precisou ser operada para colocar uma prótese
total no quadril. O processo de recuperação foi longo e dolorido, mas ela conta
que conseguiu voltar a caminhar normalmente apesar do susto. “No começo eu
sentia muita dor, mas com o apoio dos médicos a recuperação foi ficando mais
fácil. Posso falar com orgulho que nem precisei usar bengala para andar”, diz
Maria.
De acordo com o médico ortopedista do
Hospital Marcelino Champagnat, Ademir Antonio Schuroff, as pequenas ações
cotidianas, como subir em um banco para arrumar a prateleira, podem ser perigosas
para pessoas com mais de 65 anos. “A maioria das fraturas ocorrem por trauma de
baixa energia, ocasionadas frequentemente por quedas dentro de casa. Um dos
fatores que os tornam mais vulneráveis é a perda de massa óssea (osteoporose).
Para evitar possíveis complicações, é importante agirmos na prevenção”, afirma
Schuroff.
Alerta
No caso de queda, a principal
orientação dos médicos é chamar a ambulância o quanto antes e levar a vítima
para receber atendimento especializado no hospital. O ortopedista do Hospital
Marcelino Champagnat, Josiano Valério, conta que muitos pacientes, com medo da
COVID-19, acabam prorrogando a ida ao médico. “Já operei uma fratura de fêmur
de semanas de evolução e também outra paciente com seis dias de fratura. Após a
queda, alguns pacientes ficam em casa com medo de ir ao hospital o que agrava a
situação”, diz Josiano.
Para evitar acidentes, a recomendação é
que a casa seja adaptada para as necessidades do idoso, como corrimão nas
escadas, suporte de apoio nos banheiros e tapetes antiderrapantes. O médico
ortopedista Antônio Krieger, do Hospital Marcelino Champagnat, também reforça a
importância dos idosos praticarem atividades físicas mesmo isolados em casa. “É
importante que eles preservem a mobilidade física do seu corpo. Já que não
estão saindo nas ruas, uma boa dica é fazer um plano de exercícios domiciliar
com a orientação de um profissional que pode passar exercícios adaptados usando
a cadeira da casa ou um saco de arroz, por exemplo. Outra dica é fazer uma
avaliação com fisioterapeuta para possíveis alongamentos, movimentos de yoga ou
pilates”, afirma Krieger.
Hospital Marcelino Champagnat
Nenhum comentário:
Postar um comentário