Floresta
de baobás em região considerada árida no Senegal
Uma
equipe internacional de pesquisadores revelou na prestigiosa revista Science que a superfície da Terra
coberta por florestas é 10 % mais extensa do que se supunha. A deficiente
medição anterior não considerou as florestas das zonas áridas, distorcendo o
cômputo global.
As
florestas ocupam 4 bilhões de hectares ou 30% da superfície das terras
acima do nível dos mares. Normalmente se imaginam luxuriantes florestas
tropicais, rústicas florestas boreais ou penteados bosques de regiões
temperadas.
Tinha-se
passado por cima dos bosques existentes em zonas áridas — onde a evaporação é
maior que a precipitação anual. Essas zonas representam algo superior a 40% da
superfície continental e não estão desprovidas de florestas. Elas se encontram
em contextos climáticos muito diversos no Sudão, na América do Sul, nas estepes
da Europa Oriental e no sul da Sibéria, bem como no Canadá.
Uma
trintena de cientistas de treze países analisou imagens satelitais fornecidas
pelo Google Earth. Elas abarcavam mais de
210.000 parcelas de meio hectare repartidas pelo globo.
O
principal autor do estudo, Jean-François Bastin, pesquisador associado à
Universidade Libre de Bruxelas e consultor na Organização das Nações Unidas
para a Agricultura
e a Alimentação (FAO) explicou que gora sua equipe pode utilizar imagens de
alta resolução com um grau de precisão inferior a um metro, do que resultou o
cálculo de cerca de 1,1 bilhão de hectares de florestas de regiões áridas.
Essa
é uma extensão comparável à das florestas úmidas tropicais, como a amazônica.
Dois terços dessa enorme área estão recobertos de formações vegetais densas —
florestas “fechadas” —, onde a frondescência cobre pelo menos 40% do solo.
Essas florestas aparecem em todos os continentes, inclusive no oeste da América
Latina, no leste do Brasil
e no norte da Venezuela
e da Colômbia, por exemplo.
O
cálculo mais exato acrescentou 467 milhões de hectares de florestas da
terra, elevando o total a mais de 4,3 bilhões de hectares.
Floresta de eucaliptos na região árida de Pilbara, Austrália
ocidental
A
preocupação da confraria verde-vermelha era de afastar a ideia de um planeta
mais verdejante do que parecia, pois isso poderia desmoralizar suas campanhas
demagógicas contra o desmatamento.
Segundo
a FAO, perto de 2 bilhões de pessoas vivem nesses territórios florestais
até agora desconsiderados. Neles as árvores fornecem frutos e folhas para a
alimentação dos homens e engorda dos animais, além de madeira para cozinhar e
aquecer, como se dá com os bosques de acácias e eucaliptos na Austrália e de
baobás na África.
Quando
os cientistas sérios se aplicam ao seu trabalho, trazem dados sensatos. Mas a
agitação verde-vermelha não gosta nada disso e não toma iniciativas para
esclarecer o fundo da realidade.
Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)
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