Estimativa da
Organização Mundial da Saúde indica que doença matará até oito milhões de
pessoas por ano em 2030
Segundo dados da Organização Mundial da
Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo,
sendo responsável por 63% dos óbitos relacionados às doenças crônicas não
transmissíveis. Estimativa da entidade mostra também que se a tendência atual
continuar, em 2030, o tabaco matará cerca de oito milhões de pessoas por ano em
todo o globo. Para tentar mitigar o número de vítimas, a OMS celebrará no
próximo dia 31 de maio o “Dia Mundial Sem Tabaco”.
O Seconci-SP,
Serviço Social da Construção, aproveita a data para esclarecer os impactos que
as substâncias presentes no cigarro têm no corpo humano e as orientações para
aqueles que desejam largar o vício. O gerente de Medicina Laboratorial da
entidade, Horácio Cardoso Salles, explica que o consumo do tabaco já é
reconhecido pela comunidade médica como uma doença que causa dependência,
semelhante ao que ocorre com o uso de outras drogas.
“Ao fumar um único cigarro, a pessoa inala
mais de quatro mil substâncias tóxicas, como monóxido de carbono, amônia,
cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína etc., e outras 43 cancerígenas,
como arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, chumbo e resíduos de agrotóxicos”,
ressalta o especialista.
Diante desse cenário, segundo o dr. Salles,
é imprescindível que as companhias invistam em campanhas de conscientização e
ações de apoio, para ajudar os seus colaboradores a abandonarem o tabaco. Além
de ser prejudicial à saúde, o vício pode interferir na produtividade. A
nicotina presente no cigarro, ao ser inalada, produz alterações no sistema
nervoso central, modificando o estado emocional e comportamental do indivíduo,
efeito parecido ao produzido pelo de drogas mais pesadas.
O médico lembra ainda que nas mulheres os
efeitos das substâncias são ainda mais nocivos. As fumantes que não usam
métodos contraceptivos hormonais reduzem a taxa de fertilidade de 75% para 57%,
em razão do efeito causado pela concentração de nicotina no fluido folicular do
ovário. Já as que fumam antes da gravidez têm duas vezes mais probabilidade de
atraso na concepção e, aproximadamente, 30% mais chances de serem inférteis.
Aqueles que não fazem uso do tabaco, mas
convivem com colegas ou familiares fumantes estão, igualmente, expostos aos
efeitos danosos. A fumaça do cigarro, quando se difunde no ambiente, contém em
média três vezes mais nicotina e monóxido de carbono e até 50 vezes mais
substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala.
“No Seconci-SP, possuímos um time completo
de psicólogos e psiquiatras que podem auxiliar os trabalhadores da construção e
seus familiares que desejam abandonar o vício. Além disso, contamos também com
especialistas que fazem palestras periódicas sobre o tema e podem auxiliar as
construtoras e incorporadoras em suas campanhas internas. Estamos à disposição
para apoiá-los”, pondera o gerente de Medicina Laboratorial da entidade.
Ganhos à saúde
O especialista elenca oito benefícios que o
trabalhador terá ao abandonar o consumo de tabaco:
·
Após
20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal;
·
Após
três horas, não há mais nicotina circulando no sangue;
·
Após
oito horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza;
·
De
12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor;
·
Após
dois dias, o olfato já percebe melhor os cheiros e o paladar já degusta com
mais precisão a comida.
·
Após
três semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação melhora.
·
Após
um ano, o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido à
metade.
·
Após
10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram.
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