Especialista lista
os principais mitos e verdades a cerca da proteína
Muito se ouve falar sobre glúten,
doença celíaca e dietas radicais que excluem o consumo deste nutriente. Mas, diferentemente do
movimento gluten-free
propagado de maneira irresponsável por alguns influenciadores de opinião, a
alimentação isenta da proteína não deve estar atrelada ao controle de peso ou
ser vista como prática saudável para este fim.
De acordo com Marcela Tardioli,
consultora em nutrição da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos,
Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI), “restringir
o glúten deve estar relacionado ao controle de alguma doença ou condição
adversa ao consumo e deve adotar esta prática somente quem possui diagnóstico e
recomendação médica, para que não haja nenhuma deficiência nutricional”,
alerta.
Para ajudar a esclarecer sobre os
riscos que envolvem o modismo, a especialista elencou os principais mitos e
verdades sobre o tema. Confira:
Retirar
o glúten da dieta emagrece.
MITO.O glúten, de forma geral, é uma
proteína encontrada nos grãos de trigo, centeio, cevada e malte e
consequentemente nas preparações que contém estes ingredientes. Está associado
a alimentos fonte de carboidrato, que contêm vitamina B e açúcar. Na realidade,
reduzir e equilibrar a ingestão destes produtos faz com que aconteça a
diminuição e o controle do peso por não haver exagero no consumo de forma geral,
e não pela ausência do glúten.
É indicada a retirada do glúten da
dieta em caso de doença celíaca.
VERDADE. A restrição deve ser feita após um
diagnóstico médico da doença celíaca e sinais clínicos (diagnosticados) de
sensibilidade ao glúten. No caso da alergia ao trigo, sua ingestão ou
preparações que o contenha deve cessar. Tirar o glúten do dia a dia de forma
indiscriminada ou que não seja pelos motivos citados acima, não tem respaldo da
ciência.
Há relação de rotavírus com doença
celíaca.
VERDADE. Estudos recentes apontaram que,
principalmente em crianças, infecções frequentes e repetitivas com rotavírus
podem aumentar o risco de desenvolvimento da doença celíaca em pessoas com
predisposição genética. Uma das hipóteses para esta relação é que as infecções
afetam a mucosa do intestino, deixando-as mais suscetíveis à doença.
Doença celíaca tem cura.
MITO. A enfermidade não tem cura, mas com
a exclusão do nutriente da alimentação os sintomas já começam a desaparecer. Ou
seja, é uma condição controlável, mas que deve receber atenção para o resto da
vida.
Cientistas
australianos e americanos realizaram alguns testes para a criação de uma vacina
para doença celíaca, que visa reduzir a sensibilidade dos pacientes ao glúten.
A primeira fase de testes mostrou eficácia, porém ainda existe um longo caminho
a ser percorrido até que seja de fato aprovada.
Por
fim, Marcela ressalta que uma alimentação saudável deve incluir todos os grupos
de alimentos, como cereais, frutas, verduras, legumes, entre outros. “Além
disso, entender as diferenças
entre a doença celíaca, sensibilidade ao glúten e alergia ao trigo pode
ajudar a identificar alguns sintomas que devem ser relatados a um profissional
da área de saúde, para correto diagnóstico e tratamento”.
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