Médica
dermatologista e professora da UNIFRAN explica sobre o diagnóstico e tratamento
desse distúrbio que afeta homens e mulheres
A queda de cabelo,
principalmente durante o banho ou ao penteá-los, é um processo natural do
corpo, mas deve ser observado e alguns casos precisam de cuidados especiais.
Quando percebe-se uma diminuição do volume das madeixas, aumento da quantidade
de fios que caem, afinamento, fios fracos e quebradiços ou áreas sem cabelos, é
necessário investigar a causa.
“Várias doenças podem afetar o
couro cabeludo e causar alopecia, que é a queda de cabelo, como a Alopecia
Areata, Alopecia por Tração, Lúpus, Liquen Plano Pilar, Foliculites, entre
outras. Por isso é importante que, ao perceber alguma alteração na queda ou no
volume do cabelo, a pessoa procure um médico, pois o diagnóstico correto é
fundamental para o tratamento eficaz”, explica Ariane Paula Souza, médica
dermatologista e professora da Universidade de Franca (UNIFRAN).
Uma das causas mais comuns
para queda de cabelo é o Eflúgio Telógeno, que ocorre após eventos estressantes
para o organismo. Anemia, dietas muito restritivas, distúrbios da tireoide,
pós-parto, stress emocional, procedimentos cirúrgicos e o uso de alguns
medicamentos são algumas das causas desse transtorno. “Todos os dias perdemos
cerca de 60 fios de cabelo. Isso é o ciclo normal do cabelo, necessário para que
ele se renove. Quando temos o Eflúvio Telógeno, essa perda passa de 100 fios ao
dia”, comenta Ariane.
O outro fator mais frequente é
a Alopecia Androgenética, conhecida popularmente como calvície. “Geralmente,
quem apresenta esse distúrbio não percebe a queda dos fios. O cabelo vai se
miniaturizando, ficando cada vez mais fino e curto até desaparecer. É uma
condição hereditária, dependente de andrógenos (hormônios masculinos) cuja
herança pode ser materna ou paterna”, esclarece Ariane.
Os sinais precoces da calvície
podem ser vistos desde a adolescência. “Nos homens, notamos a rarefação nas
laterais da fronte e no topo da cabeça. Nas mulheres há uma redução da
densidade na porção superior do couro cabeludo, onde repartimos o cabelo”,
explica Ariane.
“A queda de cabelo é uma
condição frequente, mas pode causar efeitos negativos na vida pessoal, como
baixa autoestima”, comenta Ariane. Para realizar o tratamento, a avaliação
médica completa para identificar a causa é necessária, com levantamento sobre o
início da queda, calvície familiar, doenças recentes e traumas. A professora
menciona que é indispensável a realização da tricoscopia, exame que amplia a
imagem da pele e do cabelo, e que permite ver sinais de miniaturização dos fios
ou alterações específicas de outras doenças do couro cabeludo. O exame físico
com testes de tração e exames laboratoriais também podem ser necessários.
Após o diagnóstico, o
dermatologista definirá a melhor tratamento terapêutico para o caso, que pode
incluir medicamentos de uso local ou por via oral e procedimentos que estimulam
o crescimento dos fios. Além disso, em caso de Eflúvio Telógeno, é fundamental
isolar a causa e tratar o fator desencadeante, afastando a possibilidade de
doenças hepáticas, renais, sífilis e distúrbios de tireoide ou nutricionais. “O
mais importante é iniciar o tratamento o mais cedo possível, pois é mais fácil
estabilizar a perda e retardar sua progressão do que recuperar o cabelo
perdido. Então, aos primeiros sinais de queda de cabelo ou rarefação, procure o
dermatologista”, recomenda Ariane.
UNIFRAN
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