Urologista do Hospital São Luiz
explica que sintomas surgem após os 50 anos e são eles que estimulam os homens
a procurar tratamento
Durante o mês de novembro é comum nos
depararmos com monumentos, prédios e parques iluminados de azul, mês em que
acontecem campanhas em prol da saúde masculina. O Novembro Azul, como ficou
conhecido o período, é uma oportunidade para que os homens cuidem de si mesmos.
Dentre os temas discutidos no período está o
câncer de próstata, o segundo que mais acomete os homens. Mas há outra doença
que também atinge os homens neste período da vida, o Distúrbio Androgênico do
Envelhecimento Masculino (Daem), popularmente chamado de andropausa, que
tem sintomas semelhantes ao maior vilão da saúde masculina, o câncer.
Com a chegada aos 50 anos, o homem tem uma
diminuição progressiva na produção de testosterona, hormônio produzido pelos
testículos. Uma queda gradual que pode chegar a 5%, e varia de acordo com
biotipo, herança genética e modo de vida de cada um (alimentação, exercícios
físicos e prevenção). Esse conjunto pode acarretar em diminuição da libido e
disfunção erétil, depressão ou irritabilidade, diminuição do tecido muscular e
diminuição de alguns aspectos da força muscular. Além disso, o conjunto de
sintomas acima pode estar associado ao aumento da gordura abdominal, diminuição
da densidade mineral óssea, do volume testicular e queda de pelos.
Para o Dr. Ricardo De La Roca, urologista do
Hospital São Luiz Jabaquara, este conjunto de sintomas é uma das grandes causas
que levam os homens a procurar ajuda nos consultórios médicos. “A disfunção
erétil é a maior causa que estimula o homem a ir a uma consulta médica por si
só, ou motivado pela companheira, uma vez que ela também sofre indiretamente
com o quadro da queda da libido dele”, observa o médico.
É sabido que os tumores malignos de próstata
são estimulados pela presença de testosterona. Para melhor entender a diferença
entre Daem e o câncer de próstata, os médicos analisam todas as
variáveis possíveis, como o metabolismo, o funcionamento do eixo produtor da
testosterona, e as repercussões das eventuais alterações nos exames
laboratoriais no organismo masculino, bem como em que situação a próstata se
encontra, crescida ou não. Para o tratamento, caso haja câncer de próstata, não
se pode indicar, por exemplo, a reposição hormonal com a testosterona.
Após a realização dos exames
de diagnóstico e a constatação do Daem, o tratamento mais indicado é levar
bem-estar e autoestima para sua vida, por meio da prática de exercícios
diários, perda de peso aos que têm sobrepeso e estimulação dos testículos com
medicações que elevam a produção de hormônios. É indicado, também, o controle
de outros fatores de risco como hipertensão, diabetes, ácido úrico elevado,
taxas altas de colesterol e triglicérides.
Dr. Ricardo explica
ainda que nos dias de hoje seis em cada dez pacientes vão ao urologista
para check-up de próstata, e em cerca de 70% destes podem ser apontados com
algum grau de Daem. “O desempenho sexual pode ser o maior motivador para
a procura médica e desta podemos em muitas vezes salvar a vida destes
pacientes, curando-os não só do distúrbio, mas do câncer de próstata”.
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