ABAVC divulga campanha pela
reabilitação do indivíduo
No
próximo dia 29 de outubro é celebrado o Dia Mundial de Combate ao
Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como derrame, e primeira
causa de morte e incapacidade da população brasileira, com grandes
consequências sociais e econômicas para os indivíduos e a sociedade como um
todo. De acordo com a Associação Brasil AVC (ABAVC) a cada seis segundos uma
pessoa morre no mundo por causa do derrame. Para os que sobrevivem e suas famílias,
a Associação divulga nesta data temática a campanha A Vida Continua,
que visa reintegrar o indivíduo as suas atividades cotidianas - www.abavc.org.br.
Atingindo
com mais frequência pessoas hipertensas, diabéticas, fumantes, sedentárias e
que sofrem de doenças cardíacas, principalmente a arritmia – fibrilação atrial,
o derrame pode ocorrer a qualquer hora, durante qualquer atividade e até mesmo
durante o sono, com o tipo Isquêmico - mais comum e caracterizado pelo
bloqueio da irrigação de um vaso sanguíneo no cérebro, ou o Hemorrágico
– geralmente mais grave, causado por uma ruptura de um vaso sanguíneo dentro ou
ao redor do cérebro.
Dentre
as sequelas do AVC, estão: disfunções da fala, deglutição e movimentos, que
devem ser tratados com equipe multidisciplinar (fisioterapeutas,
fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, psicólogos) que é
possível encontrar em diversas instituições públicas e privadas no país.
Embora
todas as sequelas interfiram na qualidade de vida da vítima do AVC, do ponto de
vista motor, a espasticidade (rigidez muscular excessiva dos membros afetados)
foi apontada como a mais incapacitante e impactante para 42% de 810 pacientes,
segundo pesquisa¹ realizada em 31 países. A espasticidade leva a postura
anormal, dor ou interfere no sono, condições estas que mais incomodam para
34,5% dos pacientes e às limitações nas atividades da vida diária geradas para
tomar banho, vestir-se, comer ou cortar as unhas, referida por 23,5% dos
pacientes pesquisados.
Quanto
antes o indivíduo for direcionado à reabilitação, melhores resultados terá,
sendo muito importante o trabalho de reabilitação funcional para que o paciente
seja o mais independente possível dentro da incapacidade funcional que ele
apresenta, através da recuperação da atividade motora afetada pela
espasticidade, com programa multidisciplinar e aplicação de toxina botulínica
A, que além de somar para o relaxamento do músculo espástico ainda atua na
diminuição da dor.
“Este
tratamento é muito importante para que o paciente possa voltar a realizar
atividades simples do dia a dia, como escovar os dentes, pentear o cabelo ou
segurar um copo”, relata a Dra. Carla Moro, neurologista e vice-presidente da
ABAVC, que complementa que a maioria das pessoas acometidas por um AVC e tem a
oportunidade de acesso a um plano de reabilitação adequado conseguem uma
recuperação parcial ou total”, relata a neurologista.
Importante atentarmos também para as alterações cognitivas como
memória, organização do pensamento para que o processo de reabilitação seja
mais efetivo.
Não podemos deixar de salientar que ao redor de 50% dos indivíduos
acometidos por AVC tendem a desenvolver quadros depressivos em algum momento,
devendo este diagnóstico e tratamento para esta entidade serem realizados
precocemente.
Fonte: Dra. Carla Moro – CRM 6298 - Neurologista da Clínica Neurológica e Neurocirúrgica de Joinville
|Coordenadora da Unidade de AVC do Hospital Municipal São José |Coordenadora do
Programa de Residência Médica em Neurologia |Vice-presidente da Associação
Brasil AVC
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