quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Dia Mundial do AVC: A Vida Continua



ABAVC divulga campanha pela reabilitação do indivíduo


No próximo dia 29 de outubro é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como derrame, e primeira causa de morte e incapacidade da população brasileira, com grandes consequências sociais e econômicas para os indivíduos e a sociedade como um todo. De acordo com a Associação Brasil AVC (ABAVC) a cada seis segundos uma pessoa morre no mundo por causa do derrame. Para os que sobrevivem e suas famílias, a Associação divulga nesta data temática a campanha A Vida Continua, que visa reintegrar o indivíduo as suas atividades cotidianas - www.abavc.org.br.

Atingindo com mais frequência pessoas hipertensas, diabéticas, fumantes, sedentárias e que sofrem de doenças cardíacas, principalmente a arritmia – fibrilação atrial, o derrame pode ocorrer a qualquer hora, durante qualquer atividade e até mesmo durante o sono, com o tipo Isquêmico - mais comum e caracterizado pelo bloqueio da irrigação de um vaso sanguíneo no cérebro, ou o Hemorrágico – geralmente mais grave, causado por uma ruptura de um vaso sanguíneo dentro ou ao redor do cérebro.

Dentre as sequelas do AVC, estão: disfunções da fala, deglutição e movimentos, que devem ser tratados com equipe multidisciplinar (fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, psicólogos) que é possível encontrar em diversas instituições públicas e privadas no país.

Embora todas as sequelas interfiram na qualidade de vida da vítima do AVC, do ponto de vista motor, a espasticidade (rigidez muscular excessiva dos membros afetados) foi apontada como a mais incapacitante e impactante para 42% de 810 pacientes, segundo pesquisa¹ realizada em 31 países. A espasticidade leva a postura anormal, dor ou interfere no sono, condições estas que mais incomodam para 34,5% dos pacientes e às limitações nas atividades da vida diária geradas para tomar banho, vestir-se, comer ou cortar as unhas, referida por 23,5% dos pacientes pesquisados.

Quanto antes o indivíduo for direcionado à reabilitação, melhores resultados terá, sendo muito importante o trabalho de reabilitação funcional para que o paciente seja o mais independente possível dentro da incapacidade funcional que ele apresenta, através da recuperação da atividade motora afetada pela espasticidade, com programa multidisciplinar e aplicação de toxina botulínica A, que além de somar para o relaxamento do músculo espástico ainda atua na diminuição da dor.

“Este tratamento é muito importante para que o paciente possa voltar a realizar atividades simples do dia a dia, como escovar os dentes, pentear o cabelo ou segurar um copo”, relata a Dra. Carla Moro, neurologista e vice-presidente da ABAVC, que complementa que a maioria das pessoas acometidas por um AVC e tem a oportunidade de acesso a um plano de reabilitação adequado conseguem uma recuperação parcial ou total”, relata a neurologista.

Importante atentarmos também para as alterações cognitivas como memória, organização do pensamento para que o processo de reabilitação seja mais efetivo.

Não podemos deixar de salientar que ao redor de 50% dos indivíduos acometidos por AVC tendem a desenvolver quadros depressivos em algum momento, devendo este diagnóstico e tratamento para esta entidade serem realizados precocemente.



Fonte: Dra. Carla Moro – CRM 6298 - Neurologista da Clínica Neurológica e Neurocirúrgica de Joinville |Coordenadora da Unidade de AVC do Hospital Municipal São José |Coordenadora do Programa de Residência Médica em Neurologia |Vice-presidente da Associação Brasil AVC


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