As
dúvidas são comuns quando se trata de escolher um método contraceptivo, mas a informação
deve ser uma aliada no momento da decisão. Veja as principais opções
Pode
parecer estranho que em plena era digital com a democratização do acesso à
informação, ainda ocorram casos de gravidez indesejada. Mas, em prol do Dia
Mundial da Prevenção da Gravidez não Planejada, comemorado em 26 de setembro,
conheça o comparativo dos principais métodos existentes.
Há
extrema necessidade de campanhas de conscientização e mais acessibilidade aos métodos
contraceptivos no País. Estimativas da ONU (Organização das Nações Unidas)
indicam que a demanda não atendida por contracepção no Brasil seja de
aproximadamente 6%, afetando 3,5 milhões de mulheres em idade fértil.
A
falta de informação ainda é um dos maiores problemas, por isso aumenta a
importância dos Programas de Planejamento Familiar. “É essencial oferecer
métodos para a preservação do bem estar físico e emocional, evitando gestações
precoces e indesejadas, e maior controle nas taxas de mortalidade materna e
infantil”, afirma a médica ginecologista Dra. Daniella De Batista Depes,
encarregada do Setor de Histeroscopia do Hospital do Servidor Público Estadual
de São Paulo.
O
Planejamento Familiar é uma das melhores maneiras de garantir a qualidade de
vida de uma família, visto que foi desenvolvido com o intuito de orientar e
conscientizar a respeito da gravidez, métodos contraceptivos e sobre a
instituição familiar. “Mais do que apresentar todas as opções de contracepção
existentes, os prós e contras de cada método precisam ser conhecidos para que a
escolha seja consciente e segura”, enfatiza a Dra. Daniella.
A
escolha é pessoal, mas a orientação de um profissional é fundamental já que
todo método tem vantagens e desvantagens. Devem ser avaliados pelas mulheres,
parceiros e médicos os riscos à saúde, hábitos, condições financeiras e demais
fatores. Nenhuma alternativa atinge a taxa de 100% de eficácia e há que se
considerar que existem métodos contraceptivos permanentes e temporários.
Para
auxiliar na tomada de decisão, a ginecologista lista abaixo algumas vantagens e
graus de eficácia dos principais métodos existentes:
Comparação
entre os Métodos Contraceptivos Definitivos
Laqueadura por Histeroscopia Eficácia de 99,8% Cerca de 0,3 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres em um ano Dois microimplantes macios e flexíveis são inseridos através da vagina e útero, sendo colocados um em cada tuba uterina. Uma barreira natural e irreversível se forma em torno dos microimplantes e proporciona a oclusão do canal, o que impede o esperma de alcançar os óvulos. Nenhuma incisão é necessária para inserir os microimplantes. A anestesia geral não é necessária durante o procedimento e dispensa internação. Conhecido como Essure é um procedimento minimamente invasivo, ambulatorial e rápido. |
Laqueadura cirúrgica Eficácia de 99% Cerca de 5,5 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres em um ano É caracterizada pelo ligamento ou corte das tubas uterinas, que ligam o ovário ao útero. A cirurgia é realizada com anestesia geral e pode ser feita por duas vias, laparotômica, com uma incisão grande, ou laparoscópica, com duas ou três pequenas incisões, com o auxílio de uma minicâmera inserida no interior do abdômen. Como qualquer procedimento cirúrgico traz riscos de complicações. |
Vasectomia Eficácia de 99% Cerca de 7,4 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres em um ano Esterilização masculina realizada através de um procedimento cirúrgico permanente, seguro, simples e rápido. Pode ser feito em uma clínica ou consultório. Não afeta o desempenho sexual. |
Comparação entre os Métodos Contraceptivos Temporários
Contraceptivo oral Eficácia de 91% Cerca de 80 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo É o método mais popular. Pode evitar a gravidez e ajudar a combater a TPM, acne, endometriose, cólica e síndrome dos ovários policísticos. Regula o ciclo menstrual. Exige disciplina para ingestão oral diária. Contraindicado para mulheres fumantes com mais de 35 anos e hipertensas. |
Injeção Eficácia de 94% Cerca de 30 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo Com os mesmos princípios da pílula, a injeção de hormônios pode ser feita mensal ou trimestralmente. Dispensa a disciplina da ingestão oral diária. |
Implante Eficácia acima de 99% Cerca de 0,5 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo O implante anticoncepcional é uma pequena cápsula de 4 cm que é introduzido embaixo da pele do braço por meio de um aplicador descartável, com anestesia local. Contém o hormônio que é liberado gradualmente no organismo e atua impedindo a liberação do óvulo ao ovário, além de dificultar a entrada de espermatozoides. O implante tem duração de três anos. |
Anel vaginal Eficácia de 91% Cerca de 80 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo Feito de silicone, é introduzido pela mulher na região vaginal e libera hormônios diretamente na circulação sanguínea. Não oferece incômodo e tampouco atrapalha o ato sexual. Diminui o fluxo menstrual e a frequência de cólicas. |
Adesivo Eficácia de 91% Cerca de 80 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo O anticoncepcional sob a forma de adesivo deve ser colado na pele do braço, nádega ou abdome, e libera aos poucos os hormônios no organismo. Não pode ser utilizado por mulheres que pesam mais de 90kg. |
DIU - Dispositivo Intrauterino Eficácia acima de 99% Cerca de 8 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo É um objeto pequeno de plástico flexível, podendo conter cobre ou hormônio. O dispositivo é inserido pelo médico no útero da mulher e pode ser realizado em ambulatório. É reversível e não interfere nas relações sexuais. O DIU hormonal age liberando uma dose de progesterona no útero, sua atuação é local, por isso evita a circulação de hormônios na corrente sanguínea. Reduz o fluxo menstrual e as cólicas. Tem ação de até cinco anos. Já o DIU de cobre, não é medicado e age por meio das propriedades do cobre, material do qual é composto, impedindo a fertilização. Tem ação de até dez anos. |
Preservativos Preservativo masculino Eficácia de 82% Cerca de 150 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo Preservativo feminino Eficácia de 79% Cerca de 210 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo Os preservativos são o único método que protege de doenças sexualmente transmissíveis (DST). Existem modelos variados, das femininas às masculinas. Mas sua segurança depende de armazenamento adequado, da técnica de uso e, principalmente, da utilização em todas as relações sexuais. |
Diafragma com espermicida Eficácia de 88% Cerca de 160 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo Um disco de borracha em forma de cúpula com um aro flexível que a mulher coloca na vagina cobrindo completamente o colo uterino e a parte superior da vagina. O disco impede o esperma de alcançar o útero. Um espermicida deve ser aplicado na cúpula do diafragma antes da inserção. |
Espermicida Eficácia de 72% Cerca de 290 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo Uma espuma, creme, geleia, membrana, supositório ou comprimido que contenha um produto químico para aniquilar o esperma. Colocado dentro da vagina antes da relação sexual e geralmente deixado no local por 6 a 8 horas depois. |
Abstinência periódica/ Método de Tabelinha Eficácia de 76% Cerca de 250 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres ao longo do tempo Técnica para evitar a gravidez mediante a auto-observação de sinais e sintomas que ocorrem no organismo feminino ao longo do ciclo menstrual, onde é feito o cálculo do período fértil da mulher. Exige um acompanhamento contínuo do ciclo de ovulação e da temperatura corporal. O casal deve abster-se de relações sexuais com contato genital durante o período fértil. É aconselhada a associação de outro método, como o preservativo. |
Coito interrompido Eficácia de 78% Cerca de 40 gestações podem ocorrer em cada 1.000 mulheres no primeiro ano A relação sexual interrompida antes da ejaculação é uma prática que pode ser considerada, mas não é recomendada como único método anticoncepcional. Pode ser útil em situações de emergência, mas apresenta alta possibilidade de falha. Deve ser prontamente substituído por outro método contraceptivo mais eficaz. |
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