quarta-feira, 27 de julho de 2016

Olimpíada favorece a disseminação de doenças transmissíveis



A vinda de milhares de estrangeiros poderá trazer de volta doenças controladas ou erradicadas no País


Junto com o entusiasmo para torcer por suas delegações, os 400 mil turistas esperados pelo Ministério do Turismo durante a Olimpíada, da qual participam mais de 200 países, podem trazer um aumento na circulação de vírus e bactérias, favorecendo a transmissão de doenças de baixa incidência ou já erradicadas no Brasil. Esse é o caso da poliomielite, que continua ativa em países da Ásia. Controlado no País, o sarampo também pode ser uma ameaça à saúde dos brasileiros, pois ainda é frequente na Europa e nos Estados Unidos. Vale lembrar que muitos desses visitantes, além de assistir às competições no Rio de Janeiro, devem conhecer outras regiões do País, o que intensificará o fluxo de estrangeiros.

Outra enfermidade que preocupa os médicos é a meningite bacteriana associada à bactéria Neisseria meningitidis, ou meningococo, que pode levar à morte ou provocar sequelas neurológicas irreversíveis se não for tratada rapidamente. Isso porque a forte presença de estrangeiros de diferentes continentes pode aumentar a circulação de sorogrupos da bactéria que hoje são pouco expressivos no Brasil, como o tipo A, que tem alto potencial epidêmico e grande circulação na China, África e Índia.  É possível ainda a ocorrência de casos provocados pelos sorogrupos Y, que circula nos Estados Unidos, e W-135, comum na Argentina e África do Sul. Já no Brasil, em geral a vacinação é feita contra o meningococo C, que é o mais prevalente no País. 

A meningite meningocócica é transmitida por pessoas portadoras da bactéria que, embora não apresentem sintomas, são capazes de infectar os demais. Assim, quando um portador tosse ou espirra, pode transmitir o micro-organismo às pessoas suscetíveis, principalmente quando há convívio ou proximidade com o indivíduo. Por isso, o risco de contágio da meningite meningocócica durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos é maior entre as pessoas que irão compartilhar a hospedagem em hostels, alojamentos, casas e apartamentos, segundo o infectologista Jessé Alves, chefe do Núcleo de Medicina de Viajantes do Instituto Emílio Ribas e membro da Sociedade Brasileira de Medicina de Viagem.  Os atletas, os voluntários e os profissionais que irão trabalhar no evento também estarão expostos. “É preciso lembrar ainda que a transmissão da meningite pode ocorrer por contato íntimo, como beijos”, afirma o médico. 

Outra enfermidade que merece atenção é a gripe, que costuma ser subestimada pelos pacientes mas pode desencadear complicações e evoluir para quadros importantes, como a pneumonia. “No inverno, a aglomeração de pessoas em locais fechados, como ginásios, bares e restaurantes, pode favorecer a transmissão da gripe”, reforça o infectologista Jessé Alves.

Proteção
A vacinação é o meio mais eficaz de prevenção contra as doenças infectocontagiosas. Por isso, o infectologista recomenda que os brasileiros atualizem seu calendário de vacinação e adotem medidas para se proteger das enfermidades de fácil transmissão, como evitar aglomerações e lavar bem as mãos.

A meningite meningocócica pode ser prevenida pela vacina Nimenrix, da Pfizer, que oferece proteção contra os sorogrupos ACWY do meningococo. Ela pode ser administrada em crianças a partir dos 12 meses de idade, bem como em adolescentes e adultos.

Além de se imunizar contra a gripe, também é importante se proteger contra a pneumonia, principalmente em relação aos quadros causados pela bactéria Streptococcus pneumoniae, conhecida como pneumococo. Três em cada dez casos de pneumonia bacteriana diagnosticados são provocados por esse micro-organismo. A vacina Prevenar 13, da Pfizer, protege contra os 13 sorotipos do pneumococo mais prevalentes no mundo.  Aprovada em mais de 120 países, Prevenar 13 é indicada para crianças e adolescentes de 2 meses a 17 anos de idade, bem como para adultos com 50 anos ou mais.

PFIZER

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