quinta-feira, 28 de abril de 2016

Sociedade médica lança campanha contra a pneumonia e pesquisa inédita aponta o impacto da doença no País





Levantamento mapeia prejuízos econômicos, sociais e emocionais provocados pela doença, que se torna uma ameaça ainda maior em meio aos surtos de gripe


Em um momento em que as atenções se voltam para os surtos de gripe provocados pelo vírus H1N1, um outro importante problema de saúde para o Brasil também ganha destaque: a pneumonia, uma das principais causas de internação no País, com elevada mortalidade. Isso porque a gripe facilita a locomoção pelo corpo da principal bactéria associada à pneumonia, o pneumococo, possibilitando que ela se desloque do nariz até os pulmões, levando à infecção. Essa bactéria está presente, quase sempre de forma assintomática, no nariz de 80% das crianças, conforme a literatura médica.

Pacientes com o sistema imunológico mais fragilizado, como crianças, idosos, gestantes e portadores de doenças crônicas, estão entre os públicos mais suscetíveis à pneumonia causada pela bactéria pneumococo. Mas, com a consolidação da vacinação infantil contra as doenças pneumocócicas nos últimos anos, vem ocorrendo um declínio de hospitalizações ligadas à doença nessa faixa etária1,2. Em contrapartida, houve um aumento no volume de internações de pessoas com 50 anos ou mais. A situação é ainda mais grave quando se considera o contexto nacional, marcado por um acelerado envelhecimento populacional, segundo tendência que vem sendo apontada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos últimos anos.

Em 2015, por exemplo, a parcela com 50 anos ou mais correspondia a 45,7% dos 626.321 hospitalizados por pneumonia nos hospitais ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS), porcentagem que era de 32,5% para os pacientes com 4 anos ou menos.  Já em 2009, um ano antes do início da vacinação infantil em massa, as crianças de até 4 anos correspondiam à maioria dos casos, ou 39,8% das 808.350 internações motivadas pela doença no período, enquanto os adultos com 50 anos ou mais somavam 248.398 pessoas, ou 30,7% do total. A situação, portanto, praticamente se inverteu.

Campanha         
O desafio, agora, é conscientizar a população madura sobre a importância da proteção. Esse é o objetivo da campanha Pneumonia Pneumocócica tem Vacina, lançada hoje pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), com apoio da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e da Pfizer. Com ações presenciais e plataforma digital, a iniciativa percorrerá o Distrito Federal e sete Estados do País:  São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná. Em parques e shoppings selecionados, enfermeiros distribuirão materiais informativos sobre a pneumonia pneumocócica e suas formas de prevenção.

O público poderá encontrar mais informações sobre a campanha no portal www.pneumoniatemvacina.com.br, além de acompanhar a programação prevista para cada cidade na fanpagewww.facebook.com/pneumoniatemvacina. “É preciso provocar uma mudança efetiva no hábito vacinal dos brasileiros. Muitos acreditam, erroneamente, que vacinas são importantes apenas para as crianças. Por isso, necessitamos levar adiante um trabalho contínuo de conscientização”, afirma o pneumologista Fernando Luiz Cavalcanti Lundgren, presidente eleito da SBPT para o biênio 2017-2018.

Pesquisa
Mesmo entre os adultos que conhecem a importância da prevenção contra as doenças pneumocócicas, dúvidas prevalecem. É o que mostra um levantamento inédito sobre o tema realizado em seis capitais do País e divulgado hoje. Realizada pelo Instituto Global Market Research, a pedido da Pfizer, a pesquisa Retratos da Pneumonia envolveu 600 participantes.  E, embora 57% desses entrevistados tenham admitido que poderiam ter feito algo no passado para prevenir a pneumonia, o desconhecimento sobre as formas mais adequadas de proteção prevalece. Nenhuma das pessoas que acreditam que poderiam ter evitado a pneumonia citou a vacinação. Entre as respostas mais comuns aparece, por exemplo, a falsa percepção de que evitar friagem poderia ter impedido o surgimento da doença, o que na verdade constitui um mito.

Outra confusão comum quando o assunto é a prevenção de doenças pneumocócicas aparece com destaque no levantamento. A maioria das pessoas, ou 50,7% do total, acredita que a vacina contra a gripe protege também contra a pneumonia, quando na verdade a imunização contra cada uma dessas doenças é feita por meio de vacinas completamente diferentes. No caso da vacina contra a pneumonia pneumocócica, por exemplo, basta uma única dose para que o adulto fique protegido durante toda a vida dos sorotipos contemplados pelo imunizante.

O levantamento mostrou também que a pneumonia, além de comprometer a saúde do paciente, impacta fortemente outras áreas de sua vida, com repercussões econômicas, sociais e emocionais. São comuns, por exemplo, prejuízos profissionais e perdas sociais relevantes, considerando a necessidade de internação em grande parte dos casos e de tratamento prolongado. De fato, 66,2% dos entrevistados tiveram de se afastar do trabalho em função da doença. E por muito tempo: essa ausência durou, em média, 21 dias. Já o tratamento se estendeu por 28 dias, em média. Além disso, 59,3% dos participantes alegaram perdas sociais e emocionais significativas, como o afastamento da família e dos amigos, bem como a impossibilidade de comparecer a eventos únicos e importantes, como casamentos e formaturas.

De modo geral, 64,5% dos participantes, o que representa 387 pessoas, disseram que foram impactados de alguma forma pela pneumonia. Desses, quase um terço (27,9%) relatou que um familiar também teve de se afastar do trabalho para auxiliá-lo no tratamento. Ainda em relação aos impactos econômicos da doença, 46% dos entrevistados alegaram que os custos domésticos aumentaram por causa da enfermidade. Além disso, 49,1% deles apontaram gastos extras com transporte e 84,8% declararam que tiveram mais despesas com medicamentos.

A pesquisa envolveu pacientes com 18 anos de idade ou mais, moradores de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e Curitiba. Quase quatro a cada dez pacientes (37,8%) tiveram de ser hospitalizados e, dentro desse grupo, a internação durou 14 dias, em média. “Por meio desse trabalho constatamos que os prejuízos da doença vão muito além dos aspectos orgânicos, o que é extremamente valioso para um momento em que se valoriza, cada vez mais, um olhar voltado para o paciente como um todo, e não apenas para a doença que ele apresenta”, afirma o diretor médico da Pfizer, Eurico Correia.

Referências:
1.                  Afonso, Eliane T. Effect of 10-Valent Pneumococcal Vaccine on Pneumonia among children, Brazsil. Emerging Infectious Diseases Journal.
2.                  Andrade, Ana Lucia. Evaluating the impact of PCV-10 on invasive pneumococcal disease in Brazil: A time-series analysis. Human Vaccines & Immunotherapeutics. Volume 12, Issue 2, 2016



Fonte: Pfizer

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