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segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Oito temas que vão perdurar na nova realidade - Por André Coutinho, sócio-líder de clientes e mercados da KPMG no Brasil e na América do Sul

A covid-19 alterou repentinamente operações empresariais e estratégias de negócios no mundo. Desde então, líderes empresariais precisam superar desafios complexos que exigiram reações imediatas com níveis elevados de riscos.

No Brasil, havia uma sensação de retomada da economia, com a implementação de reformas estruturais importantes e avanço nos indicadores. O cenário é outro e desafia empresas de todos setores, impondo a necessidade de seus líderes de negócios serem resilientes. Essa capacidade de adaptação, ágil e decisiva, aliada à transformação digital, pode criar outra realidade, abrangendo gestão da crise em si, com reavaliação de desafios de caixa, fornecimento, contratos, gestão de pessoas e tecnologia, a correta atuação desses executivos na nova realidade, embora desafiadora, pode identificar oportunidades.

Nesse sentido que a pandemia criou disrupções nos mercados que podem afetar as organizações. Em muitos casos, esse cenário acelerou tendências que já estavam em andamento. Neste contexto, indicamos os oito temas que vão perdurar na "Nova Realidade".

  1. Maneiras de trabalhar: a persistência provável do trabalho remoto tem implicações nos setores imobiliário, de construção e na cultura de trabalho.
  2. Força de trabalho: os roteiros de transformação digital fornecem o cronograma e impacto da mudança no trabalho.
  3. Comércio digital: rebalanceamento de investimentos e da força de trabalho para apoiar a junção entre o digital e o físico.
  4. Supplay Chain: a localização da cadeia de suprimentos impulsionará a adoção de uma tecnologia de cadeia de suprimento aprimorada.
  5. Continuidade e resiliência: desenvolvimento de novas abordagens para o Plano de Continuidade de Negócios abrangendo eventos maiores e mais frequentes.
  6. Mudanças climáticas: a pressão dos investidores e o público por mudanças climáticas continuará.
  7. Ônus da dívida: circuito negativo emergente entre aumento do desemprego, perda de aluguéis e falências.
  8. (Des)globalização: a globalização sofre uma reversão conforme o comércio e o investimento estrangeiro diminuem.

O foco deve estar em inovação, transformação digital e atração de investimentos, o que deve contribuir para as operações evoluírem para modelos mais ágeis, relevantes e disruptivos, capazes de se beneficiarem de análises preditivas e da personalização de serviços. É um reposicionamento estratégico nessa nova realidade para mitigar riscos, identificar oportunidades e gerar negócios.

 



PRNewswire/ - André Coutinho é sócio-líder de clientes e mercados da KPMG no Brasil e na América do Sul.


FONTE KPMG no Brasil


Procura pelo visto EB-5 volta a crescer mesmo diante da pandemia e reajuste no valor

 Especialistas apontam que cada vez mais brasileiros querem aliar qualidade de vida e segurança financeira, independentemente da cotação da moeda frente ao real


A modalidade de visto EB-5 permite que pessoas possam morar, trabalhar e investir legalmente nos Estados Unidos, a partir de um investimento que varia dentre 900 mil a 1.800 milhões de dólares e ainda gerar dez postos de trabalho. Especialistas apontam que essa é a forma mais rápida, barata e rentável de conseguir o Green Card, que pode ser aplicado para o cônjuge e demais membros da família, desde que tenham até 21 anos e não sejam casados.

Há quem ainda prefira apostar no visto E2, que também dá direito a morar nos Estados Unidos, a cidadãos originários de países que possuem tratado de livre comércio com o governo americano. Mas essa modalidade, além de não dar direito ao Green Card, pode trazer mais custos do que a própria aplicação do EB-5, uma vez que, além do capital de giro, contrato de aluguel e a imediata contratação de colaboradores, existem as despesas com as taxas e licenças, além do reinvestimento, que todo o negócio exige.

E motivos para investir nos Estados Unidos não faltam, dolarizar um ativo traz inúmeros benefícios. Além da qualidade de vida principalmente para quem tem filhos, se comparados ao Brasil em que uma boas escolas e universidades possuem custos exorbitantes, há a segurança para empreender em diversos tipos de negócios e projetos, uma vez que o dólar é a moeda mais segura do mundo. Outro ponto positivo é que o valor investido, no caso do EB-5, pode ser resgatado em até cinco anos.

Daniel Toledo, advogado da Toledo e Advogados Associados, especialista em direito internacional, consultor de negócios internacionais e palestrante, explica que mesmo diante da alta da moeda americana e o reajuste do valor, a procura pelo EB-5 surpreendeu. “Esse mercado voltou a reaquecer, principalmente no último mês e esse fato deve-se provavelmente por conta da instabilidade de diversos cenários brasileiros, como a economia e política”, relata Daniel Toledo.

Quando o dólar estava a R$ 2,80 reais, o advogado recorda que um cliente atendido pelo escritório fez um investimento no visto EB-5, que na época era 500 mil dólares. Ele recebeu na semana passada o valor de volta, ou seja, teve o seu capital dobrado.  “Muitos preferem esperar o dólar baixar, mas se a ideia for mudar de país, não é mais possível pensar na moeda local. É preciso ter em mente que, lá na frente, haverá um ganho de capital significativo. O dólar não tem preço”, revela.

Antes do reajuste, Daniel recorda que a equipe da Toledo realizou diversos congressos pelas principais capitais do Brasil. “Muitos clientes nos procuraram para fazer o processo. Avisamos diversas vezes sobre o aumento, e depois disso, percebi que o mercado enxugou, provavelmente na esperança de que o Brasil tivesse uma melhora, e que 2020 fosse o ano da virada, e que muita coisa pudesse mudar. Mas do final de junho até agora, as pessoas estão olhando para o país de uma outra forma, indignadas, preocupadas e sem saber o que vai acontecer. O governo não segue a diante, o amanhã é uma total incerteza e não conseguimos nem projetar um provável candidato para 2022. As pessoas estão sem paciência para esperar qualquer mudança”, revela.

Muitos estão desesperados e questionam, inclusive, se há a possibilidade de realizar uma mudança definitiva com o visto de Turismo.  “Isso fez com que uma série de outros mercados se reaquecesse, principalmente no que diz respeito a dolarização de capital”, revela o advogado.

A economista Bruna Allemann, diretora regional da Lighstone, destaca que desde o início de 2020 o dólar teve uma variação de 48%. Um investimento na casa de 100 mil dólares nos Estados Unidos, por exemplo, hoje estaria em 148 mil só pelo ganho da moeda.  “Esse fato já diz muito sobre a segurança da moeda americana e isso chamou a atenção das pessoas, mas o ganho maior está relacionado a toda política americana, principalmente em relação ao combate ao covid-19, que foram fortes”, aponta a especialista.

Mesmo que a crise causada pela pandemia tenha gerado um grande número de desempregados, o governo consegue fazer a economia girar, seja injetando dinheiro diretamente para as pessoas ou por meio de políticas de incentivos fiscais para empresários. “Se compararmos com o Brasil, podemos afirmar que as empresas não tiveram uma ajuda significativa. Pagam-se inúmeros tributos, mas não se consegue prosperar. Por isso, há um movimento crescente onde a preferência é por vender tudo. Soma-se a isso dívidas trabalhistas, uma vez que não é permitido demitir durante essa época. Viram-se diante do caos. Até os europeus passaram a enxergar o dólar como uma moeda forte por conta da política americana. Todos passaram a analisar como cada país estava conseguindo sair dessa crise, e os Estados Unidos saiu na frente e apresentou a melhor performance”, avalia.

O mercado imobiliário americano cresceu muito nos últimos tempos, e de forma ordenada. Mesmo diante de uma crise, não ocorrerá a temida “bolha”. “Real State é um pouco diferente de casa de temporada, por exemplo, onde você depende do turismo, e tudo ao redor, funcionando. Nos últimos tempos, devido ao fechamento dos aeroportos, diversas casas de temporada ficaram paradas, somente gerando despesa. Mas se você tem um imóvel comercial ou residencial, em que as pessoas moram ou trabalham naquela região, não haverá abandono do local, afinal todos precisam morar ou trabalhar independentemente de qualquer cenário, o que oferece a esse tipo de investimento maior segurança”, aponta a economista.

Quem investiu em contratos de curta duração, ano passado, teve que amargar alguns prejuízos, e acabou descobrindo que não era um bom negócio. “Em Nova York, por exemplo, a maioria das propriedades da Lightstone apresentou um crescimento expressivo. Houve sim uma readequação de preço, mas fora de Manhattan. Na região dentro um raio de uma hora, o preço subiu três vezes, porque a procura está muito grande e o que está ditando essa tendência é a qualidade de vida, eles não estão mais visando esses grandes polos. Oportunidade nos Estados Unidos sempre vai ter”, revela Bruna.

Um dos centros regionais que podem receber o investimento do visto EB-5 ficam ao redor do Brooklin e no Bronx. São apartamento com estilo de vida que se aproxima do brasileiro, com varanda goumert, até com uma área um pouco maior, em uma mistura de condomínio com lifestyle. São projetos que ilustram capas de revistas da arquitetura mundial.  O segundo melhor projeto são os hotéis Moxy, que ficam em Los Angeles e Miami. Trata-se de espaços voltados a experiencia e que possuem um preço um pouco mais acessível e levam um conceito de rooftop.

O projeto de EB-5 é realizado através da Lightstone, que é uma empresa de real estate americana, o que dá ao investidor mais respaldo e segurança diante de um projeto que requer um grande aporte financeiro. “Trata-se de uma instituição bilionária com sede em Nova York, e que está há 35 anos realizando projetos imobiliários, como compra, venda, e estruturação de fundo de investimento. O visto é um adendo da empresa que tem como seu founder um dos bilionários da Forbes. A empresa não se avalanca financeiramente através dessa iniciativa, o que traz mais segurança para o investidor porque ele sabe que se trata de algo rentável, e que vai dar certo para a sua aprovação do visto”, explica a diretora regional.

Mesmo com o número de solicitações de EB-5 inferior ao último ano, o panorama é positivo. “O número de protocolos e processos estão sendo olhados de forma diferente, até porque o país precisa de investimentos, e aportes na casa de 900 mil dólares tem um peso relevante na economia, principalmente também porque está ligado a geração de emprego e renda tudo isso ligado a um centro regional sólido. O governo e a imigração americana apreciam esse tipo de projeto”, alerta o advogado.

Já há um alerta sobre o volume de brasileiros que pretendem entrar esse ano, porque se forem mais de 700 pode ocorrer uma certa espera. Então, a partir do momento que o governo americano faz um anúncio destes, é preciso correr. O ideal é iniciar o projeto o quanto antes. “Mesmo que os Estados Unidos disponham de dinheiro, todo o investimento é bem-vindo. Além disso, quando a pessoa resgata o valor investido, volta a gastar no mercado americano. Trata-se de algo que interessa e aquece muito a economia”, conclui Toledo.

 



Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em direito internacional, consultor de negócios internacionais e palestrante. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br ou entre em contato por e-mail daniel@toledoeassociados.com.br. Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 73 mil seguidores https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente.

 


Bruna Allemann - Atuou dez anos no mercado de crédito e investimentos para clientes de alta renda, auxiliando os médios e grandes empresários principalmente dos setores de agronegócio e comércio exterior. Atualmente auxilia brasileiros a internacionalizar e dolarização de patrimônio, imigração através de investimentos e gestão de recursos offshore como Diretora de Investimentos e Capital Markets de uma grande empresa americana. Para saber mais, acesse o perfil @bruallemann ou conecte-se no LinkedIn. Quer saber mais sobre investimentos no exterior? Acesse: @bruallemann nas redes sociais e Bruna Allemann no YouTube. Disclaimer: Esta não é uma oferta pública de investimentos. As informações contidas neste artigo, post ou publicação são de caráter exclusivamente informativo/educativo e não se constituem em qualquer tipo de aconselhamento, sugestão ou oferta de investimentos, não devendo ser utilizadas com este propósito. Para informações sobre produtos de investimentos, procure seu assessor credenciado e/ou devidamente certificado.

  

Mulheres na bolsa: 77% dos investimentos estão no Sudeste

De acordo com a iHUB Investimentos, com as taxas SELIC e CDI baixas é hora de reequilibrar carteiras

 

Entre os meses de abril e julho, as mulheres com renda por volta de 15 mil, com patrimônio investido entre 200 a 500k, que são geralmente executivas ou profissionais autônomas, em sua maioria se destacaram na bolsa de valores. Entre as principais ações escolhidas para investir foram: MGLU3,VVAR3, PETR4, BBAS3 e ITUB4.

O levantamento realizado pela iHUB Investimentos, escritório afiliado a XP Investimentos, mostra que as mulheres estão entre o público que mais tem crescido em termos percentuais, no que diz a respeito a investir na bolsa de valores.  Além disso, observa-se também que, no geral, é notado uma migração forte de ativos de Renda Fixa indo para a bolsa e fundos multimercado.

Segundo os dados do levantamento, cerca de 77% dos investimentos se concentram na região sudeste, sendo 65% em São Paulo, 7% no Rio de Janeiro, 5% entre Minas Gerais e Espírito Santo. Outros 8% refletem no Nordeste, 7% na região Centro-oeste, 5% no território norte e 3% restantes no sul do país

“Muito provavelmente isso se deu porque absolutamente todos os fundos DI que continham algum tipo de crédito privado também sofreram nessa crise, quando deveriam ser considerados portos seguros. Tivemos fundos DI que perderam mais de 7% em um único mês. Nessa classe de aplicação, o investidor não aceita. Se é para correr um risco assim, que seja logo na bolsa onde a perspectiva de retorno é muito maior os atuais 2% a.a da taxa SELIC”, explica o profissional em investimentos e sócio fundador da iHUB, Paulo Cunha.

Ainda segundo o levantamento, como as taxas SELIC e CDI seguem muito baixas, houve mais disposição em readequar investimentos mais rentáveis. Além das mulheres, aqueles que estavam de fora do mercado de ações nos últimos três anos e não aproveitaram a alta que o mercado ofereceu, também passaram a investir na bolsa. “É como se agora fosse a oportunidade que todos estavam aguardando”, comenta Cunha

Para este momento, o levantamento mostra ainda que as apostas estão acontecendo mais em médio prazo e os novos investidores acreditam que a bolsa pode se recuperar gradativamente. No entanto, caso isso demore a acontecer, muitos podem ficar frustrados e sair. “Até agora, o que podemos concluir é que houve um certo amadurecimento do brasileiro com relação aos investimentos e que a informação não está mais restrita apenas aos profissionais da área”, afirma Cunha.

O levantamento foi realizado com base em 1,6 mil clientes ativos da iHUB e a chegada de mais de 120 novos investidores entre abril e julho na carteira da empresa. 


Mulheres na bolsa de valores

Para Paulo Cunha, o avanço das mulheres na bolsa também retrata o interesse pelo assunto, a busca pelo conhecimento e o desejo de autonomia financeira.

“Historicamente mulheres apresentam menor disposição para entrar no mercado de ações. Seja por receio quanto a volatilidade ou mesmo por terem um perfil mais conservador. Dito isso, elas eram as que possuíam um maior espaço na carteira para aproveitar a queda que aconteceu e foram para cima”, explica Cunha que, recentemente assumiu a gestão da carteira da influenciadora Mayra Cardi que hoje concentra mais de 6 milhões de seguidores nas redes sociais.

Com acesso digital cada vez mais abrangente, os portais de notícias especializados, as redes sociais e um grande desenvolvimento das plataformas de investimento de arquitetura aberta também contribuíram para essa mudança de postura e atração de novos investidores para o mercado.

 



Paulo Cunha - sócio fundador da iHUB Investimentos, empresa especializada em assessoria de investimentos, com mesa de operação atuante em ações, derivativos e câmbio em tempo real. Possui mais de 1,5 mil clientes no Brasil e em 2014, firmou parceria com a maior plataforma de investimentos da América Latina, fundando a Ihub e sendo um escritório afiliado a XP Investimentos. Desde então, é diretor executivo da empresa, que possui matriz na Vila Olímpia e Alphaville, em São Paulo e Barueri. Também é palestrante e professor sobre investimentos de cursos em plataformas EAD.

 

A inconstitucionalidade da contribuição patronal sobre salário-maternidade e a possível recuperação dos valores

Em recente julgamento, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela inconstitucionalidade das contribuições previdenciárias a cargo do empregador no período de recebimento de salário-maternidade. No julgamento do RE 576.967, por 7 votos a 4, a Corte Superior decidiu pela inconstitucionalidade sob o fundamento de que a contribuição patronal, de acordo com a constituição, deve incidir sobre a folha de salários, ou seja, sobre as verbas salarias, o que não seria o caso, uma vez que o salário maternidade é benefício previdenciário e não há prestação de serviços nesse período. 

No caso, o recurso foi interposto pelo Hospital Vita Batel S/A, de Curitiba (PR), com o argumento de que o salário-maternidade não pode ser considerado como remuneração para fins de tributação, pois, no período em que o recebe, a empregada está afastada do trabalho. De acordo com a avaliação da empresa, a utilização da parcela na base de cálculo para fins de cobrança previdenciária caracterizaria fonte de custeio para a seguridade social não prevista em lei. Já na visão da União, a empregada continua a fazer parte da folha de salários mesmo durante o afastamento e que, pela lei, o salário-maternidade é considerado salário de contribuição. 

O julgamento começou a ser realizado no STF em novembro de 2019 e foi suspenso por pedido de vista do ministro Marco Aurélio, que liberou o processo para continuidade de julgamento em ambiente virtual, em razão da pandemia do Covid-19.

O relator do recurso, ministro Luís Roberto Barroso, destacou que a Constituição Federal e a Lei 8.212/1991 preveem como base de cálculo da contribuição previdenciária os valores pagos como contraprestação a trabalho ou serviço prestado ao empregador, empresa e entidade equiparada. No caso da licença-maternidade, no entanto, a trabalhadora se afasta de suas atividades e deixa de prestar serviços e de receber salários do empregador. Assim, o relator considerou que o benefício não compõe a base de cálculo da contribuição social sobre a folha salarial. 

Além disso, entendeu também o relator que a contribuição desestimula a contratação de mulheres e gera discriminação entre homens e mulheres incompatível com a Constituição Federal. Esse entendimento foi baseado em pesquisas que demonstram a reiterada discriminação das mulheres no mercado de trabalho, com restrições ao acesso a determinados postos de trabalho, salários e oportunidades. Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) citado por ele concluiu que, no Brasil, os custos adicionais para o empregador correspondem a 1,2% da remuneração bruta mensal da mulher. 

Vale frisar que, em sua decisão, o relator também ressaltou que admitir uma incidência tributária que recaia somente sobre a contratação de mulheres e mães é tornar sua condição biológica, por si só, um fator de desequiparação de tratamento em relação aos homens, desestimulando a maternidade ou, ao menos, incutindo culpa, questionamentos, reflexões e medos em grande parcela da população, pelo simples fato de ter nascido mulher. 

Portanto, para as empresas que já realizaram esse tipo de contribuição e que tem funcionários nessa situação, a recente decisão é de extrema importância, uma vez que representa uma forma de economia com os valores pagos sobre a folha de salário, além de trazer a esperança de uma possível recuperação dos valores pagos indevidamente nos últimos 5 anos. Cabe, agora, aguardar a publicação do acórdão para garantir que a decisão viabiliza a recuperação dos valores.

 



José Santana Júnior - advogado especialista em Direito Empresarial e sócio do escritório Mariano Santana Sociedade de Advogados

 

Em meio à pandemia, cresce novamente o número de denúncias de violência contra pessoas com deficiência

 Dados do CAT da 1ª Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência, em São Paulo, mostram que entre abril e junho, o número de pessoas atendidas passou de 30 para 134; foram registrados 39 Boletins de Ocorrência nesse período

 

Levantamento do Centro de Apoio Técnico (CAT) da 1ª Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência, em São Paulo, releva que o número de atendimentos, que havia caído de 136 em janeiro para 30 em abril, voltou a subir, assim como o montante de Boletins de Ocorrência. Segundo o documento, em maio, foram 109 pessoas atendidas, presencial ou remotamente. Em junho, foram 134. Em relação aos Boletins de Ocorrência, foram registrados 12 em abril, 10 em maio e 17 em junho.

Para Cleyton Borges, supervisor do Centro de Apoio Técnico (CAT) -- que é gerido pelo Instituto Jô Clemente (antiga Apae de São Paulo) --, esses números refletem um cenário preocupante. "Nós percebemos que no início da quarentena houve uma queda considerável no número de atendimentos por conta do isolamento social, que impediu que as pessoas com deficiência pudessem vir até a delegacia ou entrar em contato para denunciar casos de violência. Agora, com a flexibilização da quarentena, mais pessoas estão nos procurando, tanto em atendimentos remotos como em atendimentos presenciais", diz.

A supervisora do Programa Jurídico-Social do Instituto Jô Clemente, Luciana Stocco, explica que durante os primeiros meses da pandemia, muitos casos de violência não foram observados em razão do isolamento. "A pandemia tirou as pessoas com deficiência da escola, do trabalho e de outros lugares que costumavam frequentar, pela necessidade de ficarem em casa para se protegerem do novo coronavírus. Com isso, muitos casos de violência que acontecem em casa, por exemplo, não foram observados por professores, psicólogos, colegas, entre outros grupos", comenta. Segundo ela, "muitas vezes, as denúncias surgem após observação de pessoas com as quais eles convivem fora de casa. Sem essa convivência, a violência continua acontecendo, mas não é notada", afirma. Este mês, o Instituto Jô Clemente, em parceria com o Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (FUMCAD), lançou uma campanha nas redes sociais para informar a população sobre a importância de se denunciar a violência contra pessoas com deficiência.

Para a titular da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Célia Leão, "precisamos entender que o cenário no planeta hoje é outro. A América Latina, Brasil e Estado de São Paulo também fazem parte desse contexto". Segundo ela, "os problemas aumentaram e as ações têm que ser reinventadas. O número de denúncias de violência contra pessoas com deficiência aumentou, assim como de forma geral contra as mulheres, e isso também se refletiu nas mulheres com deficiência", diz a secretária.

A psicóloga do Instituto Jô Clemente, Daniela Farias, que atua na equipe de atendimento do Centro de Apoio Técnico, afirma que "parte da população acredita que a violência só acontece quando deixa marcas, mas não é só isso. Violência é toda forma de agressão, seja, psicológica, patrimonial, sexual, física ou violação de direitos humanos. Quando falamos em pessoas com deficiência não podemos esquecer que o ambiente familiar, o mesmo que promove o cuidado, pode por vezes propiciar situações de violências, devido à ausência de uma política de cuidado que acaba sobrecarregando a família", explica.


Disque 100

Em 2019, o Disque Direitos Humanos (Disque 100), coordenado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, registrou 12,9 mil denúncias de violências praticadas a pessoas com deficiência em todo o país. Esse número representa um aumento de 9% em relação ao ano anterior. Segundo o levantamento, apresentado pelo Ministério em 4 de junho, o agressor é, na maioria das vezes, alguém do convívio familiar ou próximo da vítima, sendo 29% das violências praticadas por um irmão, 17% por filho, 11% pela mãe e 7% pelo pai. O documento mostra ainda que 54% das vítimas são do sexo feminino e 46% do sexo masculino, sendo a maior parcela (58%) com deficiência intelectual. Pessoas com deficiência física agredidas somam 19%.

"Precisamos que a sociedade ajude a denunciar qualquer tipo de violência contra as pessoas com deficiência, principalmente porque é comum que essas pessoas encontrem barreiras para denunciar o que ocorre com elas, infelizmente", comenta Cleyton. "Além disso, é preciso que o poder público trabalhe cada vez mais no combate a qualquer tipo de violência", finaliza.

"O trabalho conjunto da 1ª Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência, junto com o Governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, busca conter essa violência com ações concretas, como o novo ‘Programa Todas in-Rede’ no combate à violência contra a mulher com Deficiência e o Centro de Apoio Técnico (CAT) com profissionais capacitados para acompanhar de perto os casos que requererem maior atenção", finaliza a secretária Célia Leão.

Além do Disque 100, existem outros que podem ser usados para se fazer uma denúncia:

§ Disque 180: serviço telefônico de recebimento de denúncias de violência doméstica

§ Conselhos Tutelares: órgãos responsáveis por receber e encaminhar denúncias de violência contra crianças e adolescentes

§ Delegacia Eletrônica: acessar pelo site www.delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br. A denúncia pode ser feita no campo ‘Outras Ocorrências’

§ 1ª Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência: durante o período da pandemia, a 1ªDDPD está atendendo, presencialmente, pessoas com deficiência, vítimas de homicídio, sequestro, estupro e violência doméstica. A delegacia está localizada na rua Brigadeiro Tobias, 527 - Luz - São Paulo/SP, e conta com números de telefone para contato:
WhatsApp para pessoas com deficiência, exceto pessoas surdas: (11) 99918-8167 / WhatsApp exclusivo para pessoas surdas (com Intérprete de Libras): (11) 94528-9710 / Telefone fixo: (11) 3311-3380 






Sobre o Instituto Jô Clemente

O Instituto Jô Clemente é uma Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos que há 59 anos previne e promove a saúde das pessoas com deficiência intelectual, além de apoiar a sua inclusão social e a defesa de seus direitos, produzindo e disseminando conhecimento. Atua desde o nascimento ao processo de envelhecimento, propiciando o desenvolvimento de habilidades e potencialidades que favoreçam a escolaridade e o emprego apoiado, além de oferecer assessoria jurídica às famílias acerca dos direitos das pessoas com deficiência intelectual. Pioneiro no Teste do Pezinho no Brasil e credenciado pelo Ministério da Saúde como Serviço de Referência em Triagem Neonatal, o Laboratório do Instituto Jô Clemente é o maior do Brasil em número de exames realizados. Por meio do CEPI - Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação do Instituto Jô Clemente, a Organização gera e dissemina conhecimento científico sobre deficiência intelectual com pesquisas e cursos de formação. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 5080-7000, pelo site www.ijc.org.br

 

domingo, 16 de agosto de 2020

TEMAS SENSÍVEIS E TIRANIA TOGADA

 

Alexandre de Moraes, dizendo citar James Madison: "Toda tirania deve ser afastada, inclusive a tirania da maioria". (1)       

 

Deu um nó na cabeça de muita gente a frase de Alexandre de Moraes.  No entanto, ela talvez seja a mais clara expressão da atual crise da democracia em nosso país. Essa crise é patrocinada, de um lado, por um Congresso Nacional habituado às piores práticas, composto por congressistas que, majoritariamente, se creem titulares do direito de dispor dos recursos públicos em modo privado. Se insatisfeitos nessas demandas, ficam emburrados e lançam pragas e maldições contra o governo. Na versão hardcore, tais recursos são usados para financiar campanhas eleitorais e partidos; na versão softcore, disponibilizados às respectivas bases, contabilizando a quem os obtém, méritos pessoais para futuros pleitos. De outro lado, a crise é patrocinada por um Supremo Tribunal Federal que, desde 2019, se tornou o principal protagonista da política em nosso país. Seus membros, performáticos, midiáticos, abandonaram as regras da prudência e da discrição e se dedicam a corrigir as pautas vitoriosas na eleição de 2018.

Senta-se nessa Corte, também conhecida como Pretório Excelso, o novato Alexandre de Moraes apreciador e aplicador da frase em epígrafe. Em tempo algum o Supremo Tribunal Federal se sentiu tão excelso, tão perto do Olimpo e de seus deuses quanto nestes dias. Na avaliação dos senhores ministros é imperioso fazê-lo. Eles tinham uma agenda que foi atropelada pelo bolsonarismo, como esclareceu o futuro presidente da Casa, ministro Luiz Fux, em entrevista à Veja.

Entendamos um pouco melhor a atual composição da Suprema Corte. Eles não são os onze melhores juristas do país, embora assim se vejam. Longe disso! Fora daquele plenário, há inúmeros mais sábios, com mais ampla visão de história, com melhores títulos e formação cultural realmente excelsa. O critério que levou oito deles para o STF é o alinhamento político-ideológico com os governos de suas excelências Lula,  Dilma e Temer. Deus que os perdoe. À época de sua indicação, eles alcançaram nota máxima nesse quesito. Portanto, quando o ministro Luiz Fux manifesta em entrevista à Veja que o bolsonarismo se atravessou à agenda ele está se referindo e se atravessando, ele sim, àquela que talvez tenha sido a mais robusta razão do resultado eleitoral de 2018.

Há uma série de temas em relação aos quais a maioria conservadora e liberal vencedora do pleito tem posição firmada. Ela é a favor da Escola sem partido, do direito à vida a partir da concepção, da instituição familiar e de sua prioridade na educação dos filhos, da proteção à inocência infantil, do homeschooling, do combate à impunidade, da prisão após condenação em segunda instância; e é contra ideologia de gênero, aborto, desarmamento, impunidade, prisão apenas após trânsito em julgado de sentença penal condenatória, a falsa democracia dos conselhos corporativos inseridos nos órgãos de estado, governo e administração (sovietes). Em sua maioria, esses assuntos são temas sensíveis, como virou moda dizer, e envolvem posições conflitantes. No Ocidente, constam de três agendas: a dos conservadores, a esquerdista e a das Supremas Cortes.  Passo a passo, com infatigável persistência, mesmo nos regimes democráticos, a esquerda contorna os parlamentos transferindo as decisões para o ambiente restrito dos pretórios excelsos. "Fora conservadores!", parecem dizer suas agendas internacionais.

É assim que avança no mundo a tirania da minoria.

 

{C}(1) {C}https://www.youtube.com/watch?v=cagytJTZcUo&t=503s



 Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Cidadão de Porto Alegre. Integrante do grupo Pensar+.

 

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Blueberry traz cores e sabores para clássico italiano

 

Chef Melchior Neto ensina versão colorida de risoto

     O risoto é um prato típico da região norte da Itália, na Lombardia, conhecida como a “terra do risoto”. O prato perfeito tem o arroz al dente, porém sempre muito cremoso, e geralmente feito com o arroz arbóreo para garantir a cremosidade.


     “O risoto é um clássico que tem lugar especial no meu coração e na minha cozinha. Gosto de variar e fazer novas combinações. Essa versão com Blueberry é bonita e sofisticada. A fruta deixa um azedinho na boca, combinando perfeitamente com a carne de porco assada que utilizei nesse preparo”, afirma Neto.

 

RISOTO DE BLUEBERRY

 Chef Melchior Neto




INGREDIENTES:


Risoto de blueberry:


3 xícaras (chá) de arroz arbóreo
2 colheres (sopa) de cebola picada
200 ml de vinho tinto
1 litro de caldo de legumes
300g de blueberry
3 colheres (sopa) de azeite de oliva
10g de manteiga
50g de parmesão
Sal e pimenta do reino a gosto

 

Costela de porco:


1 costela de porco
Sal grosso e chimichurri pra temperar


 

MODO DE PREPARO:


Costela de porco:


Tempere a carne com sal grosso e o chimichurri. Coloque em uma assadeira e embrulhe com papel alumínio. Leve para assar em forno pré-aquecido a 250° por 1 hora. Retire o papel alumínio e deixe dourar.

 

Risoto de blueberry:


Bata o blueberry com água no liquidificador e reserve. Em uma panela refogue as cebolas no azeite em fogo baixo, junte o arroz e depois acrescente o vinho, mexendo sempre. Adicione o caldo de legumes aos poucos e deixe evaporar mexendo sem parar. Quando o arroz já estiver ao dente, coloque o creme de blueberry e misture bem. Corrija o tempero com sal e a pimenta do reino e desligue o fogo. Coloque o parmesão e a manteiga misturando até incorporar.  Sirva com a costela fatiada.

 



Gema Restaurante – funcionando em formato de delivery e retirada
Rua das Paineiras, 378 – Jardim, Santo André– SP
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Confira 5 sucos para impulsionar seu sistema imunológico com frutas e legumes da estação

Todo mundo sabe que alimentação saudável e equilibrada com frutas e vegetais frescos pode melhorar sua saúde e bem estar, fornecendo vitaminas e minerais importantes para o suporte imunológico. Mas comer frutas e verduras não é a única maneira, você também pode beber. De fato, algumas pessoas preferem beber suco a comer as porções recomendadas ao dia. 


Algumas combinações oferecem ótimo sabor além de nutrientes essenciais. Confira algumas sugestões da nutricionista Adriana Stavro:


Fonte: Divulgação

SUCO DE LARANJA, CENOURA E CURCUMA


A cenoura é uma fonte de betacaroteno, que se converte em vitamina A no organismo. A vitamina A desempenha papel importante na regulação do sistema imunológico.

A laranja é fonte de vitamina C. Um antioxidante que protege as células de substâncias nocivas.

A cúrcuma (curcumina) é conhecida por suas propriedades anti-inflamatórias antiviral e antifúngico.

Ingredientes:


● 200 ml de água filtrada
● 1 laranja sem casca e sem sementes
● 1 cenoura pequena descascada e picada
● 1/4 de colher de chá de açafrão ou cúrcuma
Bata todos os ingredientes no liquidificado. Coe e beba em seguida.

 

 


Fonte: Divulgação

MORANGO E TANGERINA


Este suco delícia fornece super dose de antioxidantes

Ingredientes:


● 200 ml de água filtrada
● 1 tangerina sem casca e sem sementes
● 5 morangos médios
Bata todos os ingredientes no liquidificado e beba em seguida.

 


Fonte: Divulgação

MORANGO COM KIWI E HORTELÃ


Os kiwis e os morangos são frutas doces e cheias de vitamina C, e a hortelã é fonte de folato, vitamina A, magnésio e zinco.

Ingredientes:


● 200ml de água filtrada
● 1 kiwi sem casca
● 5 morangos médios
● 10 folhas de hortelã
Bata todos os ingredientes no liquidificado e beba em seguida.

 

 


Fonte: Divulgação

CENOURA, GENGIBRE E AÇAFRÃO

CENOURA, GENGIBRE E AÇAFRÃO

Este suco traz três vegetais importantes para suporte a imunidade e para diminuir quadros inflamatórios. A inflamação é uma resposta imune a infecções. Este trio, podem amenizar sintomas de gripes, resfriados, coriza, tosse e dores no corpo. Pessoas com artrite reumatoide podem se beneficiar com esse suco, pois o açafrão e o gengibre têm efeitos anti-inflamatórios.

Ingredientes:

 
● 200 ml de água filtrada
● 3 pedaços de 2 cm de gengibre sem casca
● 1 Colher de café de cúrcuma
● 1 cenoura pequena descascada e picada
Bata todos os ingredientes no liquidificado e beba em seguida.



 


Fonte: Divulgação

ESPINAFRE, PEPINO, COUVE, MELÃO E LIMÃO


Um suco verde à base de vegetais é uma boa dose de nutrientes fundamentais para o sistema imunológico. Adicione salsa para uma porção extra de vitamina B-6.

Ingredientes:


● 200 ml de água filtrada
● Suco de 1 limão
● 1 Pepino pequeno
● 1 Folha de couve
● 1 Fatia média de melão
● 5 Folhas de espinafre (cozido)
Bata todos os ingredientes no liquidificado e beba em seguida.

 


Adriana Stavro - Nutricionista Funcional e Fitoterapeuta. Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein - Mestranda do Nascimento a Adolescência pelo Centro Universitário São Camilo

 

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