A relação da
queda da fertilidade e o envelhecimento masculino agitou a comunidade médica
durante Evento Internacional de Reprodução Humana que acaba de ser realizado em
Genebra, na Suíça
O estudo é impactante na avaliação dos
especialistas reunidos durante três dias no 33º Congresso da Sociedade
Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, que acaba de ser
realizado em Genebra, na Suíça. A pesquisa foi realizada pela Universidade
de Harvard e mostra que a taxa de sucesso de tratamentos de fertilização in vitro
é afetada também pela idade dos homens. Os pesquisadores analisaram
aproximadamente 19 mil ciclos de tratamento em Boston entre 2000 e 2014.
Até agora, a queda da fertilidade era um
fator reconhecidamente direcionado às mulheres. A mulher já nasce
com o número de óvulos fixos que a acompanha por toda vida fértil e diminui a
cada ciclo. Então quanto mais velha a mulher fica, menor é a quantidade e a
qualidade desses óvulos. Já os homens têm uma produção constante de
espermatozoides. Por isso, sempre se acreditou que a fertilidade das mulheres
era mais afetada pela idade do que a do homem.
“Por muito tempo acreditamos que a maior parte da
culpa da infertilidade conjugal era mais da mulher. Hoje sabemos que
o fator masculino, isoladamente ou em associação com fatores femininos, está
presente em 60% dos casais com dificuldade para engravidar”, explica a doutora
Maria Cecília Erthal, especialista em reprodução humana e diretora-médica do
Vida - Centro de Fertilidade, que participou do encontro na Suíça
Os problemas masculinos estão presentes em 40% dos
casos de infertilidade. Por isso, quando um casal não consegue ter um bebê o
homem também precisa fazer exames para um diagnóstico correto.
O espermograma ou avaliação seminal é um dos
exames que deve ser feito. Trata-se de um exame simples e indolor que
permite avaliar importantes parâmetros do sêmen, como o volume, a concentração
e a qualidade dos espermatozoides, a presença de células inflamatórias. Outras
podem ser investigadas através de dosagens hormonais, ultrassom, biópsia e
exames genéticos.
“Com o envelhecimento diminui o número de
espermatozoides produzidos, a concentração deles no sêmen, a qualidade, a
morfologia e a volatilidade deles. Entretanto, isso varia muito de homem para
homem de acordo com sua espermatogênese que tem fator genético. Considera-se
normal uma produção acima de 15 milhões de espermatozoides”, esclarece o
médico.
Segundo, doutor Paulo Gallo, outros fatores podem
afetar a fertilidade como fumo, bebidas alcoólicas, poucas horas de sono,
estresse, obesidade e sedentarismo, remédios quimioterápicos e sessões de
radioterapia.
“Ainda assim a influência da idade na fertilidade
masculina é muito menos intensa do que nas mulheres. A partir dos 35 anos a
mulher é afetada de forma muito acentuada. No homem interfere muito pouco entre
35 e 50 anos. Um pouco mais a partir dos 60 anos”, pontua o especialista.