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terça-feira, 9 de maio de 2017

Maternidade x emprego: após chegada dos filhos, mulheres deixam mercado de trabalho 5 vezes mais do que homens



Pesquisa com 13.161 respondentes também apontou que 21% das mulheres levam mais de três anos para retornarem ao trabalho após a chegada dos filhos

Unir as funções de mãe e profissional não é tarefa fácil e implica em passar o tempo equilibrando (e acumulando) funções. O fato é que para grande parte das mulheres, maternidade e vida profissional, muitas vezes, não cabem no mesmo momento e aí é chegada a hora de se afastar, seja por pouco ou muito tempo.

Embora o mercado de trabalho evolua a cada ano, oferecendo inclusive mecanismos para mulheres exercerem harmonicamente ambos os papéis, muitas ainda passam por dificuldades. Foi o que apontou pesquisa realizada pela Catho com 13.161 respondentes. O levantamento concluiu que 28% das mulheres já abriram mão do emprego após a chegada dos filhos, versus 5% dos homens. 

Profissionais que já deixaram o mercado de trabalho para cuidar dos filhos (excluindo licença maternidade)



Feminino
Masculino

Percentual
Percentual
Sim
28%
5%
Não
72%
95%






Se, com a chegada dos filhos, abrir mão do emprego é uma realidade comum, a retomada ao mercado de trabalho é ainda mais complicada. De acordo com a pesquisa, enquanto a maioria dos homens retomam a carreira em menos de seis meses, o retorno profissional das mulheres é distribuído ao longo dos anos.

Por exemplo, 21% das mulheres levam mais de três anos para retornarem ao trabalho. A mesma situação para os homens acontece em apenas 2% dos casos. 
“Os dados apontam que os homens quase nunca se afastam do trabalho após a chegada dos filhos. Já as mulheres acabam abrindo mão da vida profissional em prol da maternidade por muito mais tempo, o que dificulta ainda mais a retomada”, explica a gerente de relacionamento com cliente da Catho, Kátia Garcia. 

Tempo para retorno ao mercado de trabalho


Feminino
Masculino

Percentual
Percentual
Menos de 6 meses
13%
49%
6 a 12 meses
25%
28%
1 a 2 anos
18%
9%
2 a 3 anos
10%
3%
Mais de 3 anos
21%
2%
Não retornei
13%
9%

Mercado de trabalho para mulheres

Segundo pesquisa da Catho sobre a participação da mulher em cargos de gestão, houve melhora na distribuição feminina entre diferentes cargos, mas as desigualdades permanecem. Conforme a tabela abaixo, em 2011, 54,99% das vagas de encarregado eram destinadas às mulheres; em 2017, esse número saltou para R$ 61,57%. Subindo um pouco, nota-se que em 2011, 22,91% dos cargos de presidente eram ocupados por mulheres; em 2017, esse número passou a ser de 25,85%. E quanto mais o cargo evolui, menor é a presença feminina.

Evolução da participação da mulher em cargos de gestão entre 2011 e 2017 (Dados Cadastro Catho)

CARGO
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
Presidência
22,91%
23,85%
24,05%
24,64%
25,43%
24,50%
25,85%
Vice-presidência
19,32%
19,77%
21,01%
25,00%
27,06%
25,20%
27,46%
Diretor
23,40%
23,97%
24,33%
24,49%
28,42%
27,60%
27,95%
Gerente
35,26%
37,07%
38,25%
40,33%
40,37%
40,60%
41,99%
Supervisor
49,09%
48,13%
49,53%
52,41%
51,66%
52,20%
57,92%
Encarregado
54,99%
55,79%
56,37%
57,40%
58,37%
57,09%
61,57%
“Se analisarmos a configuração de cargos por gênero, fica claro que após alcançarem o cargo de gerência, as mulheres crescem na carreira em menor proporção que os homens. Talvez, isso se explique, em partes, porque é nesse período, geralmente, que a maternidade ocorre em paralelo”, finaliza Garcia. 



Catho


Mamães e seus talentos aplicados mercado de trabalho



No mês em que é celebrado o Dia das Mães, Luciano Salamacha, especialista em carreiras e em neurociência, aponta características que a maternidade destaca a mulher no âmbito corporativo e favorece os negócios


Conciliar família, filhos e trabalho não é uma tarefa nada fácil. Mas há décadas a mulher conquistou essa habilidade e vem mostrando que pode administrar com maestria sua profissão assim como seu lar e dependentes. Luciano Salamacha -um dos especialistas em gestão de carreiras mais requisitado entre as companhias no Brasil, doutor em administração e professor da FGV Management- aponta talentos típicos de mães que destacam a mulher no mundo empresarial e favorecem os negócios. 

         Algumas habilidades em destaque são: 

-Mamães têm capacidade de estabelecer e gerenciar relacionamentos interpessoais em prol da união familiar. No mercado de trabalho, isso se traduz no fortalecimento da equipe e traquejo para driblar diferenças pessoais. 

-Outra característica que enaltece a mulher-mãe é o talento para desenvolver diversas atividades ao mesmo tempo, aprimorado por força da necessidade da gestão do lar, do ambiente familiar. Salamacha explica que o mercado empresarial, atualmente, necessita mais do que especialistas profundos em apenas uma pequena área ou de generalistas que conhecem um pouco de tudo. 

“Na verdade, hoje, as organizações demandam de pessoas que têm uma visão geral. Que sejam capazes de responder com profundidade por áreas que são vitais para a sobrevivência da companhia e, ao mesmo tempo, possuem conhecimento superficial para atuar em áreas periféricas. E a maternidade é um grande capacitador desse talento”, complementa o especialista. 

-A sensibilidade materna também é um fator que favorece os negócios e o ambiente de trabalho nas corporações. Como principal gestora da família desde o início da humanidade, a mãe está sempre atenta a pequenos detalhes que possam fazer a diferença na sobrevivência e saúde da sua família. “Em atividades como na área financeira, controladoria e contabilidade, as profissionais que são mães têm alto grau de confiabilidade sobre as tarefas realizadas, comparando com o desempenho de outros perfis da equipe”, explica Salamacha. 

-Atenção à imagem pessoal em prol das relações interpessoais e grandes negócios. A maternidade desenvolve o cuidado com a apresentação pessoal e comportamental. A dedicação na formação de uma imagem positiva é um componente importante para se estabelecer relações, inclusive de natureza comercial. “É por isso que boa parte das áreas de comunicação visual, identidade visual e marketing nas organizações são confiadas às mulheres”, justifica o especialista em neurociência voltada aos negócios. 

-Capacidade de resiliência e perseverança típica de mãe. Com a maternidade, as mulheres demonstram grande poder de assimilar ocasiões adversas e reverter aspectos negativos para situações otimistas e melhores, em defesa de suas crias quando se trata da família, e de suas criações no âmbito corporativo.

-Engajamento e expansão de equipe. “Quem nunca ouviu a expressão: em coração de mãe sempre cabe mais um? Na prática, no âmbito familiar, ela é facilmente compreendida. E no mercado de trabalho ela também se aplica favoravelmente. A maternidade habilita a mulher a sempre unir as pessoas que gosta e envolver com sentimentos saudáveis”, comenta Salamacha. 

O especialista em gestão de carreiras ressalta que, de modo geral, a natureza feminina posiciona a mulher como uma profissional multifacetada, capaz de desempenhar três ou quatro funções ao mesmo tempo e com genialidade. E a maternidade aprimora esse talento. 

Salamacha também é Mestre em Engenharia de Produção, com MBA em Gestão Empresarial e Pós-Graduação em Gestão Industrial. É palestrante, professor em programas de Pós-Graduação e Mestrado em instituições de ensino no Brasil, Argentina e EUA. Docente no Instituto Olímpico Brasileiro e na FGV Management, onde foi por sete anos considerado o melhor professor de Estratégia de Empresas nos MBAs, e um dos poucos professores que foram laureados para o Quadro de Honra de Docentes. 







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