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terça-feira, 20 de setembro de 2016

“Já combinaram com os adversários?”


Futuro da mobilidade ainda depende do financiamento tradicional


A transformação de uma das maiores indústrias do mundo está logo aí. A posse do carro vai mudar e, quando isso acontecer, será um dos deslocamentos mais monumentais de riqueza que a economia mundial já viu. Talvez o caminho para o segmento automotivo e a mobilidade será a de não se concentrar no veículo ou no serviço como o foco da marca, mas sim em ser um fornecedor de uma máquina de branding. E, nesse aspecto, o carro será a plataforma na qual esta enorme oportunidade se baseia.

Os peritos da indústria automotiva dizem que a Tesla, o Google e a Apple serão as próximas empresas dominante de mobilidade no mundo. E que Uber, Lyft, Gett e o Didi significarão o fim da posse do carro tradicional como a conhecemos.

Também dizem que os concessionários de veículos irão acabar nas mãos de sites de compra de automóveis on-line, tais como Beepi, Carvana, Vroom e Shift. No entanto, as vendas de veículos  nos EUA estão nos maiores níveis de todos os tempos. E a geração Y está comprando mais do que nunca.

Outro ponto de debates é o aparecimento da tecnologia de condução autônoma. Uber e Lyft querem carros que dirigem sozinhos para substituir seus motoristas o mais rápido possível. E empresas como a Apple e a GM têm gastado agressivamente para posicionar-se no cenário de mobilidade autônoma.

Já imaginaram manifestações de protesto dos motoristas de UBER contra carros com condução independente? O que é inequívoco é que há muito barulho em torno do futuro do transporte. Fato, todavia, é que o financiamento ainda move toda a indústria automotiva no mundo.

No Brasil, a crise na venda de veículos é, na verdade, uma crise de financiamento. A falta de aprovação de crédito (a maioria dos tomadores tem alguma restrição) e os juros altos tornam ainda mais difícil a negociação, agravada pela falta de confiança do consumidor no futuro da economia do País. E aqui não existe um modelo de subprime.

Para colocar isso em perspectiva, os saldos de financiamento de veículos nos EUA totalizam mais de US$ 106 trilhões em 2016. Esse número não inclui o enorme mercado de leasing. Como no Brasil, os braços financeiros das montadoras nos EUA são conhecidos como bancos de varejo. A China é uma exceção, um gigante onde apenas 26% dos veículos são financiados. Esse número era bem menor alguns anos atrás, o que significa que a direção é a mesma.

Portanto, fica evidente que as vendas de automóveis nos Estados Unidos e no mundo estão intrinsecamente ligados a um mercado de financiamento de veículos. Sem produtos de financiamento individuais, as vendas de automóveis não acontecem.

Novos tipos de carros como o Tesla 3 ou o Chevrolet Bolt continuarão a surgir, e serão anunciados como a mobilidade do futuro. No entanto, estes veículos inovadores vão ser consumidos na forma tradicional, por meio de financiamento pessoal. Mesmo porque os benefícios para carros elétricos nos EUA começam a diminuir em 2018 e acabam em 2020.

Isso não pode ser o futuro da propriedade de um carro. Com a ascensão de empresas como Uber e Lyft, é claro que teremos de avançar em novos modelos de propriedade para apoiar o cenário do transporte de amanhã. Na verdade, a Uber recebeu recentemente uma linha de crédito de um bilhão de dólares liderado pelo Goldman Sachs para financiar novos contratos de locação de automóveis. Os próprios gestores da Uber (e Wall Street) também reconhecem a necessidade de uma maior flexibilidade com este negócio.

Outros produtos de acesso de veículos flexíveis, como Credit Link da Ford, um programa de leasing de veículos compartilhad, e Maven, aluguel de carros on-demand da GM, nos dá um vislumbre do que esse futuro da propriedade de um veículo pode parecer. Estes modelos de produtos emergentes só serão bem sucedidos com uma infraestrutura de tecnologia robusta.

O Maven já funciona de forma experimental no Brasil. Se tivermos uma mudança de propriedade do veículo pessoal e das famílias, tal cenário vai exigir uma inteiramente nova infraestrutura de financiamento de automóveis.

Disrupção tecnológica em música e livro é uma coisa, em finanças, é outra. A regulação, a posse do capital e o risco sistêmico versus o poder central e a macro economia servem como uma camada protetora aos bancos. Porém, se eles não se reinventarem correm o risco de virar utility/commodity com o grosso do valor agregado migrando para as empresas de tecnologia.

 


José Rinaldo Caporal - consultor no mercado automotivo internacional e CEO da MegaDealer

Pesquisa da Unifesp revela a composição dos lanches intermediários das crianças brasileiras



Frutas participam de 98,8% das composições; consumo de açúcar ainda preocupa


Um estudo realizado de forma conjunta entre professores e pós-graduandos do Departamento de Pediatria da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp), da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP/USP), do Centro de Dificuldades Alimentares do Instituto Pensi (Hospital Infantil Sabará) e do curso de Nutrição da Universidade São Judas Tadeu, com o apoio da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), descreveu os hábitos alimentares de crianças em idade pré-escolar em relação ao consumo dos lanches intermediários, que são aqueles feitos entre as principais refeições.

Foram analisadas as respostas dos pais ou responsáveis de 1.391 crianças, com idade entre 4 e 6 anos, de todas as regiões do Brasil. No projeto, identificou-se que o lanche intermediário foi consumido por 98,20% das crianças brasileiras, sendo compostos, em média, por três grupos de alimentos: frutas, biscoitos e iogurtes. O lanche da tarde, no geral, foi mais frequente (96,69%) do que o lanche da manhã (71,17%). 

Além disso, foi constatado também que o valor calórico desses lanches, considerando nível socioeconômico e gênero, estava de acordo com o preconizado (entre 180 e 270 kcal), variando de 190 a 250 kcal. Entretanto, o lanche da manhã da região Centro-Oeste e o lanche da tarde da região Sudeste se mostraram abaixo da recomendação, com 146 kcal e 168 kcal, respectivamente.

"O lanche da tarde mostrou-se mais calórico e com consumo mais frequente de alimentos variados com baixo valor nutricional e com alto teor de açúcares de adição, como balas, sorvetes e chocolates", revela o pediatra e nutrólogo, Mauro Fisberg, que é professor associado do Setor de Medicina do Adolescente da EPM/Unifesp e um dos coordenadores do estudo.

O consumo de açúcar de adição, somadas às quantidades de açúcares do lanche da manhã e da tarde, no geral, aproximou-se do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a dieta de uma criança de 4 a 6 anos: 22,5 gramas por dia.

Na Região Centro-Oeste, por exemplo, os lanches atingiram sozinhos esse limite, apresentando um consumo de 29,6 gramas/dia (131,5% do limite). Somente o lanche da tarde (21,4 g) contribui com quase a totalidade da recomendação para o dia. Tal contribuição é explicada pela composição do lanche da tarde dessa região, formado pelos alimentos consumidos com maior frequência pelas crianças: biscoito doce com recheio, banana e suco de frutas industrializado. 

Já a ingestão de frutas em geral esteve presente em 98,8% das composições de lanches estudadas, que pode ser entendida como uma tendência de melhoria da educação nutricional no Brasil. O leite e bebidas à base de leite estiveram presentes em quase 10% das composições de lanches e o suco compôs 8,3% dos lanches intermediários estudados. O refrigerante apresentou frequência de ingestão próximo a 5% no lanche da tarde das crianças. 

“A composição dos lanches intermediários é de suma importância, uma vez que são oportunidades para o preenchimento das necessidades nutricionais das crianças desta faixa etária, que precisam de aporte nutricional adequado por estarem em período de crescimento e desenvolvimento”, explica o professor.

O lanche ideal

Segundo o Manual de Orientação do Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), durante a idade pré-escolar, é recomendado que sejam realizadas as refeições principais (café da manhã, almoço e jantar), com três lanches intermediários entre elas: lanches da manhã, tarde e noite, em horários regulares e com intervalos entre 2 e 3 horas, suficientes para que a criança sinta fome na próxima refeição.

De acordo com as recomendações dietéticas do Manual do Lanche Saudável da SBP, o lanche intermediário para ser considerado saudável deve ser composto por uma fruta, um tipo de carboidrato e um alimento fonte de proteína, quase sempre láctea. No caso das bebidas, que seja água ou sucos não adoçados. "Na elaboração dos lanches, a presença de alimentos in natura é muito importante, além de produtos que sejam práticos para a realização desta refeição", ressalta Fisberg.




Sobre a Unifesp
Criada em 1994, a Unifesp originou-se da Escola Paulista de Medicina (EPM), entidade privada fundada em 1933 e federalizada em 1956. Por meio do Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), iniciou seu projeto de expansão em 2005. Atualmente, a Universidade conta com cursos nas áreas de Humanas, Exatas, Biológicas, Negócios e Saúde; distribuídos nos seguintes campi: São Paulo, Baixada Santista, Diadema, Guarulhos, São José dos Campos e Osasco, além de unidades avançadas de extensão – Embu das Artes e Santo Amaro.

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