DPOC aumenta risco de doenças cardíacas
Pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
têm o dobro de chance de morrer devido às doenças cardiovasculares
No dia 15 de novembro, é comemorado o Dia Mundial
da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, ou DPOC, doença que provoca uma
limitação do fluxo de ar pelas vias aéreas e destruição do tecido pulmonar dos
pacientes. Quando falamos em DPOC, nos referimos a duas condições juntas:
bronquite crônica, uma inflamação dos brônquios geralmente provocada pelo fumo,
e o enfisema pulmonar, que é uma consequência da destruição das células dos
pulmões, órgãos responsáveis por realizar a troca de gases. Dessa forma, a
capacidade pulmonar do paciente é reduzida, tornando a respiração mais difícil
e dificultando a oxigenação do sangue. Essas características, complicadas por
si só, podem levar a problemas ainda mais sérios, como problemas cardíacos e
depressão. Por isso, o Dia Mundial da DPOC, criado pela GOLDi
(Iniciativa Global para DPOC), é muito importante para conscientizar a
população sobre a doença e a importância do diagnóstico precoce.
Os sintomas mais comuns da DPOC são tosse, pigarro,
falta de ar, cansaço e catarro. Sua principal causa é o tabagismo e, por isso,
seus sintomas são frequentemente negligenciados e interpretados como
consequências naturais do fumo, e dificilmente percebidos como indícios de uma
doença mais grave. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a DPOC se
tornará a terceira maior causa de morte no mundo em 2020ii.
"Além dos seus sintomas tradicionais, a doença
também tem outras consequências se não for tratada da forma correta, como
quadros de depressão, por conta da limitação que os pacientes sofrem em suas
atividades cotidianas, e problemas cardíacos, como o infarto agudo do miocárdio
e arritmia cardíaca", explica o Dr. Mauro Gomes, diretor da Comissão de
Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia. Um
estudo feito nos Estados Unidosiii comprovou que o risco de morte
por doenças cardiovasculares em pacientes com DPOC é duas vezes maior do que em
pessoas sem a condição. Isso ocorre sobretudo porque o tabagismo reduz a
capacidade respiratória do indivíduo e, como resultado, a oxigenação do sangue
– e, consequentemente, do coração – diminui. Outras características que
costumam aparecer nos portadores de DPOC, como a obesidade e o sedentarismo,
também podem aumentar o risco de desenvolver doenças cardiovascularesiv.
Apesar disso, com um diagnóstico precoce e um
tratamento contínuo é possível prevenir a maior parte das complicações da DPOC.
Um dos exames mais simples e acessíveis para o diagnóstico da DPOC é a
espirometriav, popularmente chamada de teste do sopro. O Dr. Mauro
explica que "a partir dessa primeira triagem, o paciente deve
fazer outros exames para avaliar a função pulmonar e ter um diagnóstico mais
preciso". Muitos pacientes ainda não têm conhecimento
suficiente sobre os sintomas da doença ou nunca fizeram o examevi, o
que atrasa o diagnóstico e pode dificultar o tratamento.
A iniciativa GOLDi aponta o principal
grupo de risco da doença: pessoas com mais de 40 anos, fumantes ou ex-fumantes,
que tenham tosse e catarro constantes e sintam muito cansaço ao fazer esforços.
Apesar de ser uma doença grave e sem cura, a DPOC pode ter seus sintomas
controlados com o tratamento adequado. Para isso, é importante conscientizar a
população sobre os sintomas, geralmente negligenciados, e incentivar a
população a realizar exames como a espirometria, principalmente no caso de
fumantes.
Por fim, é importante ressaltar que já existem tratamentos capazes de
conter o progresso da DPOC e controlar os sintomas, garantindo aos pacientes
maior qualidade de vida. "Existem medicamentos broncodilatadores
inalatórios capazes de reduzir os sintomas e as crises da doença. Um exemplo é
o tiotrópio, que reduz em 16% o risco de mortalidade dos pacientes", ressalta
o Dr. Mauro Gomes. O pneumologista também aponta que "além dos
medicamentos, existem algumas medidas muito importantes para os pacientes, como
a prática de atividade física regular com acompanhamento médico, vacinação e o
uso de suplementação de oxigênio quando for necessário”.
Boehringer
Ingelheim
Referências:
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